segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Imagine

The Micros: O Mundo do Poker em Cartoons

O Budismo e o tilt.


Um dos maiores empecilhos para o crescimento da carreira de muitos jogadores de poker está no fato de muitos não conseguirem lidar com as bad beats e tiltarem como conseqüência desse azar momentâneo, ou muitas vezes um pouco mais permanente quando um jogador está numa down swing.
Talvez esse seja um dos maiores obstáculos a serem vencidos por um jogador durante sua carreira, quiçá o maior.
Então será que o Budismo poderia nos ensinar algo à respeito desse controle que devemos ter durante nossa carreira?
Um dos maiores objetivos do Budismo está em tentar despertar em seus adeptos a consciência de tudo o que está causando qualquer descontrole, sofrimento, desequilíbrio. E para isso ele nos ensina o desapego a tudo o que é material e transitório, inclusive sentimentos, coisas ou pessoas. Segundo a doutrina, devemos durante toda a vida, despir a nossa mente e vontade e buscarmos a volta ao vazio original que seria o princípio de toda as coisas e de onde partiria toda a Verdade.
- Sim, mas e daí? O que tem isso a ver com o tilt?
Pra começar. Vou transcrever aqui os 8 mandamentos do Budismo.
1.       Compreensão correta (entendimento): Você deve ver claramente o que está errado.
2.       Pensamento correto (aspiração): Decida-se pela cura.
3.       Palavra correta: Fale de forma que seu objetivo seja a cura.
4.       Ação correta: Você deve agir.
5.       Vida correta: Sua profissão não deve entrar em conflito com sua terapia.
6.       Esforço correto: A terapia deve avançar na “velocidade da permanência”, a velocidade crítica que pode ser mantida.
7.       Consciência correta (controle da mente): Você deve sentir e pensar incessantemente.
8.       Concentração correta (meditação): Aprenda a meditar com a mente vazia.
Obviamente sabemos que o tilt atrapalha a carreira de todo o jogador, que é um mal a ser vencido, porque as bad beats são uma realidade comum (mesmo que cause dor) na vida de todos os jogadores de poker. Não é algo que deve ser encarado como um outro inimigo a ser enfrentado, mas como um mal ou dor com o qual deve-se conviver e encarar durante suas carreiras de jogadores de poker.
O tilt na verdade creio eu, nasce do egoísmo, do apego ao seu próprio senso de justiça, nasce de uma idéia errada da verdade inerente ao jogo, que causa uma cegueira momentânea e perigosa e que como conseqüência, tratamos de fugir um pouco (ou muito) do nosso A-game, talvez como uma forma de “protesto” inútil só porque não entendemos que as bad beats são apenas uma realidade tão presente quanto as vitórias, os blefes, os tells e qualquer outra parte do jogo.
Uma frase célebre do Budismo e cantada por Renato Russo numa de suas músicas é: “Tudo é dor e toda a dor vem do desejo de não sentirmos dor.” e vemos que ela se encaixa perfeitamente no mecanismo originário do tilt e é neste ponto que entra a importância dos 8 mandamentos citados anteriormente.
Você deve ver claramente as bad beats como uma realidade da qual não se pode fugir e é esta a grande importância de uma boa gestão de banca. Deve-se decidir a encarar este fato (o egoísmo originário do tilt) com responsabilidade e você deve se decidir pela cura. Aprender a tomar bad beats e mesmo apesar da dor que elas possam causar, encará-las como um mal presente na realidade que você mesmo escolheu como profissão.
É este um ponto fundamental na carreira de todo o jogador.

Francisco Junior.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pôquer supera preconceito e se firma como esporte

Roberto Saraiva - rsferreira@band.com.br

Na última década, o pôquer passou de prática mal vista para esporte reconhecido mundialmente e televisionado para diversos países, mas ainda mantém para algumas pessoas a velha imagem de porões esfumaçados e ilegalidade.

De ilegal a disputa não tem nada, de acordo com o advogado Luiz Guilherme Moreira Porto, que representa a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold`em), entidade oficial do esporte no país. Para ele, não há dúvidas quanto à legalidade, e a área nebulosa vem do preconceito que a sociedade ainda tem. "Não existe disputa judicial, existiria se houvesse alguma discussão, mas não tem porque o pôquer já é reconhecido pela própria lei", afirma Porto.

A Lei de Contravenções Penais descreve o jogo de azar como tendo ganhos e perdas dependentes exclusivamente ou principalmente da sorte. A tese de que o pôquer não se enquadra nessa definição é amplamente aceita no Brasil e no mundo e inibe ações repressivas da polícia. Entre os argumentos usados para legitimar a prática, está o fato de que conhecer as regras e ter a capacidade de contar as cartas na mesa, e portanto as probabilidades, é fundamental para ter sucesso após algumas rodadas, como assinala um laudo feito pelo escritório do ex-professor da Unicamp, Ricardo Molina.

O matemático também ressalta o aspecto psicológico do jogo, já que ler as intenções dos adversários e esconder as próprias é uma tática vital, segundo a maior pesquisa já feita sobre o assunto, pela empresa americana Cigital. Os estudiosos observaram 103 milhões de mãos (rodadas) e concluíram que 75,7% delas terminaram sem que cartas fossem mostradas e sim com um jogador fazendo com que os outros desistissem antes dessa fase. Das que foram até o fim, metade terminou premiando os participantes com os piores jogos, já que os detentores das melhores combinações não "pagaram para ver" e saíram antes. De acordo com o estudo, isso significa que a distribuição aleatória de cartas, onde o fator sorte está presente, representa muito pouco para o resultado do jogo.

A lei também considera jogo de azar as apostas sobre qualquer competição esportiva, com exceção de corrida de cavalos em hipódromos. Esse é o caso do pôquer, provavelmente o único esporte do mundo em que a aposta é o elemento principal da disputa. Para Porto, o que se quer evitar é outras pessoas apostem no resultado dos atletas. "Quando tem uma terceira pessoa apostando numa disputa entre duas pessoas, a chance de perda da ética é maior", considera ele. "Mas quando é você que está apostando no próprio jogo, esse risco não existe. Você não tem como se vender para a própria aposta que fez."

O pôquer tem diferentes tipos de disputa: jogos em que se aposta dinheiro vivo na mesa (cash games), torneios com inscrições pagas nos quais vence quem terminar com fichas, e até partidas valendo dinheiro pela internet. Em um parecer jurídico sobre o esporte, Miguel Reale Junior, ex-Ministro da Justiça e sócio de Luiz Guilherme Porto, afirma que não há diferença de análise, pois em todas o que prepondera é a habilidade. Isso explicaria a inexistência de campeões de dados, roleta ou bingo.

Veja a notícia completa no site do eBand | Jornalismo | Cidades.

Coach Carter – Treino para a Vida

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“Mens sana in corpore sano” é um conhecido pensamento latino que vem sendo repetido há muitas e muitas gerações mundo afora com a finalidade de consolidar entre os homens a necessidade de cuidar tanto do corpo quanto da mente. Invariavelmente encontra-se essa frase em latim em ginásios e instalações esportivas com o intuito de motivar atletas a conquistar melhores resultados em suas competições esportivas.
O filme “Coach Carter – Treino para a Vida”, estrelado por Samuel L. Jackson e dirigido por Thomas Carter, caminha na direção desse velho provérbio latino não no sentido de torná-lo novamente conhecido entre os homens, mas especificamente na busca de uma reinterpretação de sua mais conhecida tradução.
A terminologia latina não é mencionada no filme, na realidade está nas entrelinhas e pode ser percebida e decodificada com facilidade quando termina a exibição da película. O mais interessante é saber que a nova leitura desse conhecido pensamento, que de tão desgastado já pode até mesmo ser considerado um chavão, baseia-se em fatos reais, seus personagens realmente vivenciaram essa notável experiência e acabam, através da mesma, nos dando mais uma importante e interessante lição de vida.
No entanto, antes de se propor a assistir o filme, acredito que você terá que, como eu, superar a resistência que se impõe a nós, cinéfilos diante de mais um filme que tem como temática a superação de estudantes-atletas, motivados pela presença marcante e carismática de um surpreendente professor/treinador e que, em virtude de uma série de reviravoltas em suas vidas a partir de sua experiência no esporte conseguiram vitórias notáveis...
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Esse roteiro já nos parece batido demais e, em função disso, talvez pensemos duas vezes antes de levar o filme para casa. Eu mesmo me vi agindo dessa forma. Não se enganem com as aparências e descrições simplórias da capa e da sinopse. O filme traz muito mais em seu conteúdo do que uma simples história de vencedores do esporte e é nesse ponto que ele atinge o “Mens Sana” latino.
Não basta apenas o “Corpore Sano” surgido da dedicação integral e plena aos treinamentos; Não é suficiente somente a disciplina que leva ao surgimento de muitos campeões; tão importante quanto tudo isso são as vitórias que derivam do estudo, do esforço com os livros e tarefas, da presença e participação em sala de aula. É nesse ponto que “Coach Carter” se diferencia dos demais filmes que tem o esporte como ponto de partida e se torna uma referência diferenciada e inteligente para todos aqueles que trabalham e vivenciam a educação...
O Filme
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A Richmond High School tem um dos piores times de basquete da liga estudantil estadual. Raramente seu time obtém alguma vitória e, nunca conseguiu chegar as fases finais dos torneios locais. Seus jogadores se contentam em apenas fazer algumas jogadas de efeito e, eventualmente, conquistar alguma vitória e dessa forma justificar a sua vida de esportistas.
Os resultados escolares também são lastimáveis e não se referem exclusivamente ao rendimento dos atletas do time de basquete. Poucos são os estudantes dessa escola que conseguem chegar à universidade, muitos desistem até mesmo de completar o Ensino Médio (High School) e a incidência de jovens da comunidade no mundo do crime é bastante alta.
Quando a escola acerta a contratação de um novo treinador para sua equipe de basquete pensando na próxima temporada não imagina que sua chegada vai mexer muito com os brios do time e também com o próprio conceito de escola que a comunidade tem. A maioria das pessoas acredita que treinadores e professores de educação física devem se preocupar apenas com a parte atlética da formação de seus pupilos, não é?
Ken Carter (Samuel L. Jackson), o novo treinador, não pensa dessa forma. Desde o princípio aplica métodos ortodoxos de trabalho visando dar a seus jovens o máximo de disciplina para conseguir nos jogos os resultados que todos gostariam de atingir. Além disso, diferentemente de outros vitoriosos treinadores, Carter defende a tese de que as vitórias do esporte devem também ser transformadas em vitórias na vida futura.
De que valem os troféus que enfeitam os corredores das escolas se depois de tudo isso esses “vitoriosos” atletas não conseguirem diplomas, formação universitária, trabalho, estabilidade, decência e respeitabilidade? Partindo dessa premissa, Carter desafia a comunidade e, mesmo diante de uma excepcional campanha de sua equipe, tranca o ginásio ao mesmo tempo em que cancela jogos para exigir melhor rendimento acadêmico de seus jogadores.
Afinal de contas, como aprendemos com o velho chavão latino, a completude e a harmonia nos seres humanos se dão a partir do momento em que temos o corpo são e a mente também...
Aos Professores
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1- Sempre acreditei que o esporte complementa a formação humana. É através da prática de esportes que aprendemos a trabalhar melhor em equipe; é nas competições que percebemos nossas forças e limitações; é pelos treinamentos duros e contínuos que concebemos em nós mesmos a disciplina e a responsabilidade. Fui atleta durante muitos anos e acredito que as escolas brasileiras deveriam implementar escolinhas e equipes que participassem de torneios regionais e estaduais para motivar as crianças, adolescentes e jovens. Vejo com grande frustração que nossas universidades pouco ou nada investem no esporte. Dessas iniciativas brotariam não só os grandes campeões do basquete, vôlei, atletismo, natação ou futebol (entre outros fantásticos esportes), mas principalmente alunos e futuros cidadãos mais conscientes, sérios, disciplinados e vitoriosos...
2- Tenho viva em minha memória uma afirmação feita por um colega professor de educação física que me disse estar surpreso com a falta de disposição para os esportes entre as crianças e jovens da atual geração de brasileiros. Dizia esse professor que seus alunos dedicam a maior parte de suas energias a jogos eletrônicos e computadores e que as bolas, raquetes e calçados esportivos foram verdadeiramente relegados a segundo ou terceiro plano... O que podemos fazer em relação a isso? Como superar essa inércia? De que forma estabelecer práticas mais saudáveis de vida para nossos filhos e alunos? Devem ser estabelecidos limites ao uso de computadores, Internet ou televisão? Traga esses dilemas ao debate em sua escola. Conversem com os professores, a direção, a comunidade. Temos que orientar melhor os nossos alunos e filhos...
3- Outro indício forte de que precisamos investir mais em esporte refere-se ao alto índice de obesidade entre as crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Não basta patrocinar dietas e utilizar remédios para tentar resolver esse problema sério de saúde pública. Temos que reeducar nossas crianças quanto a alimentação cotidiana e, necessariamente, fazer com que eles pratiquem atividades físicas de modo regular. Que tal conversar sobre isso na escola para motivar o surgimento de treinamentos e exercícios mais constantes?
Ficha Técnica
Coach Carter – Treino para a Vida
Título Original: Coach Carter
País/Ano de produção: EUA, 2005
Duração/Gênero: 136 min., Drama
Direção de Thomas Carter
Roteiro de Mark Schwahn e John Gatis
Elenco: Samuel L. Jackson, Ryan B. Adams, Ashanti, Adrienne Bailon,
Ray Baker, Texas Battle, Michelle Boehle, Rob Brown


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