domingo, 4 de setembro de 2011

Session 04/09/11


Totalmente desanimado.. não adianta vc se esforçar pra jogar focado se não vai adiantar nada.. e isso só acontece na pokerstars.. na partypoker sou lucrativo fácil na nl25, mas na ps, na nl10 só  coisa ridícula e olhe q a ps eh cheia de donkeys e na partypoker so tem jogador regular..  seriamente pensando em sair da pokerstars.. nem tenho mais vontade de jogar nesse site.. não adianta vc ir fazer uma coisa da melhor maneira possível, sabendo que não vai adiantar nada.. não vou nem citar as coisas ridículas que acontecem que nem eu mesmo suporto ficar relembrando..

Pagamentos absolute Poker aumentam no Canadá, Europa.

Absolute Poker Payouts
Em uma reviravolta irônica, alguns clientes europeus e canadenses deixado pendurado pelo fechamento abrupto do Full Tilt Poker em 29 de junho pode ser em direção a Absolute Poker
Clientes canadenses e europeus da Absolute Poker e sua irmã UB.com website estão relatando os pagamentos de forma mais frequente de atraso. Esta parece ser baseado na quantidade de acção previstos para o site de poker online.
 
"Cashout $ 500 do meu amigo via INSTADEBIT foi aprovado ontem, estava pendente desde 07 de julho."
 
"Depois de esperar bem mais de dois meses para a minha retirada Visa $ 123 a partir de UB eu perdi a paciência e decidiu cancelá-lo e explodir tudo nos slots. Eu corri até US $ 350 em meia hora com cerca de US $ 10 rodadas em 'Space Invaders' e depois fez outro pedido de retirada por US $ 250 (por meio de cheque neste momento). Agora, cinco dias mais tarde, Acabei de receber um e-mail dizendo que foi submetido. "
 
"Hoje my $ payout visto 1k de AP em 25/05 foi finalmente processado. Meu saque primeira e única vez que BF, non-US conta. "
 
Um representante do cliente para a empresa revelou que a "ação" é um fator na determinação de quem é pago em primeiro lugar.
 
Caro XXXX,
Jogo recente é um fator para determinar o pedidos pendentes são aprovados em primeiro lugar. Tenha uma ótima semana.
Lola
Customer Support Suporte ao Cliente
 
Mas outro cartaz foi rápido em apontar que havia recebido cinco saques já nos últimos três meses sem jogar em todos no site.
Outro cliente AP representante de serviço notou que os pagamentos são com base na ordem de solicitação.
Apesar de suas muitas falhas ea incapacidade de pagar os clientes dos EUA, Absolute Poker é visto por muitos como uma plataforma de software muito mais superior do que a maioria do que está fora do mercado hoje.
Absolute Poker foi uma das três empresas de poker on-line, cujo co-fundadores foram indiciados pela Justiça dos EUA Departamento em 15 de abril, acusado de fraude bancária e lavagem de dinheiro. Absolute Poker ainda tem acesso a algumas contas bancárias offshore e tem sido capaz de pagar não-US clientes, embora com atrasos consideráveis. Clientes dos EUA ainda estão para receber o pagamento como consultor jurídico da empresa continua a negociar um "pagamento arranjo" lidar com o Departamento de Justiça. Há, no entanto, as questões de liquidez que têm muitos clientes americanos na borda perguntando se eles nunca vão receber o pagamento.
 
Depois de mais este anúncio
 
Quando os clientes dos EUA começam a receber os pagamentos é sempre uma incógnita.
 Um cartaz sobre o fórum TwoPlusTwo.com emailed Absolute Poker e recebeu esta resposta mais lacónico:
 
Caro XXXX,
Assim que começar a pagar aos jogadores dos EUA, você será notificado. Lola Lola
Customer Support, AbsolutePoker.eu Apoio ao Cliente, AbsolutePoker.eu
 
Um membro do fórum TwoPlusTwo.com postagem revelou que ele / ela tinha estado em contacto com uma mulher da Procuradoria dos EUA no Distrito Sul de Nova York, que supervisionou a investigação sobre Absolute Poker. O porta-voz da Procuradoria dos EUA Instituto informou que acreditavam Absolute Poker tinha contas bancárias no exterior, com "verbas significativas neles", de acordo com este cartaz.
A lenta Absolute Poker - e não - o dilema de pagamento tem sido ofuscada pela incapacidade do Tilt Poker Full muito maior (ou falta de vontade) para pagar todos os clientes desde a sua licença foi arrancado em 29 de junho.
 
- Chris Costigan, Gambling911.com Publisher. Fonte
Será que vou receber meus 200 dólares de volta? tomara..

Gráfico do Mês de Agosto


O gráfico do mês de agosto.. essa descida foi 70% de bads e coolers e 30% de tilt na NL25 da Pokerstars.. mas acabei me recuperando nas últimas sessões na Partypoker..

sábado, 3 de setembro de 2011

Session 03/09/2011



Sessão de NL10 jogada na PS, levei diversas bads..  a parte de inclinação negativa foi a tarde e a parte do gráfico que me recuperei foi jogada agora a noite.. nunca recebi tantos pares de ases numa mesma sessão como agora a noite.. a PS tentou compensar as injustiças que tem cometido comigo.. rsrss.

Porquê os melhores jogadores do mundo são muito agressivos?

Resolvi escrever este post para desmistificar algumas lendas e analisar melhor sobre o que escutamos a muito tempo sobre a agressividade de um jogador. Escutamos muitas frases de pessoas que não sabem os fundamentos do que estão dizendo e esse tema é mais um de tantos outros que são bombardeados por falácias sem fim.

Os melhores jogadores do mundo tem em comum o fator agressividade e todos os anos os mesmos jogadores ganham milhares se não milhões de dólares. A lógica de tudo isso é que no geral você precisa de uma mão melhor para pagar uma aposta do que para apostar. Quando você é um jogador muito passivo e costuma dar muitos calls e ser pouco agressivo você vai ser encurralado de todas as maneiras por um jogador agressivo e só terá as vezes que pagar o valor da sua mão. Já pros jogadores agressivos, quando eles apostam, eles contam não somente com o valor de suas mãos mas também com a possibilidade de um fold que muitas vezes o seu oponente vai dar. Um jogador agressivo também costuma mostrar muito menos suas cartas (chegar ao showdown) do que jogadores passivos, então poderá ser um jogador muito mais duro de se jogar e poderá balancear melhor seus movimentos.

Até ai tudo bem, vocês já devem ter escutado muito sobre isso bla bla bla... Vocês deveriam nesse momento estar pensando em como ser um jogador agressivo. E não apenas sê-lo.

A questão é que, escutar que tem que ser mais agressivo e tentar ser agressivos na hora do jogo não vai adiantar nada. Temos que estudar mais o jogo para aprimorarmos a nossa agressividade até um nível em que você vai parar e pensar que tem que melhorar muito mais para ter uma agressividade mais inteligente.

Não tem mistério, temos que estudar e treinar muito para aprimorarmos a nossa agressividade antes de entrar numa mesa online e vomitar tudo com sua agressividade sem preparo. A primeira coisa que temos que fazer é colocar o nosso oponente em um range do começo ao fim da mão, para isso é necessário observarmos as tendências do oponente e para isso você precisa de um número razoável de mãos para cada tendência que quer explorar. Vou falar nesse post para jogadores online até por que quem joga ao vivo não terá muitos problemas contra os adversários, então usaremos o holdem manager como um norte para nossas analises.

Vou dar um exemplo de mão onde você poderá usar a agressividade sabendo a maior parte do leque de mãos de seu oponente:

Leitura: jogador que faz o feijão com arroz jogando 17/16 (normalmente jogadores onde o vpip é muito próximo do pfr tem o open call pequeno e torna-se previsível quanto a forma de como eles jogam algumas mãos), no exemplo desse oponente abrimos do MP e ele no BTN da call, sabemos que existe uma tendência a esse tipo de oponente não optar por dar call com mãos como A9, AT, AJ, KJ, KQ ou mãos conectadas como 78, 89, 9T, com essas mãos eles se sentem mais confortáveis em dar fold ou 3-bet, logo o range do nosso oponente é em sua maioria pockets pairs de 22-TT/JJ, e em alguns boards como podemos ver abaixo, é interessante usarmos muita agressividade atirando em todas as streets ainda mais se jogarmos em um board com mais draws, pois nosso oponente tentará resolver as coisas dando um raise e indo all in com seus sets que é o caso dos draws do exemplo abaixo. Como ele deu apenas call, sabemos que ele dificilmente terá set.
 
No flop abre o board: você faz uma aposta padrão e o oponente dá call

No turn: você aposta forte o turn e ele apenas call


No river: você faz uma aposta forte e ele dá um fold instantâneo

Se sabemos que o nosso oponente segura em grande maioria small e midle pair, e que em um board dando para gente draws de todos os tipos como QT, 8T , 78, flush draw e combos draws ele provavelmente daria raise , então quando recebemos um call no turn chegamos a conclusão de que provavelmente ele segura algo como TT e que não aguentará a pressão no river ainda mais sendo um A.
Para observarmos como o range de call do nosso oponente é estreito e ele pode ser expulso em outras streets, então eu simulei um range standard para essa situação: JJ-22,AQs-AJs,AQo (6.0%).

Em um board como: J 2 3 consideramos que ele dê call com aproximadamente 4% do range,considerando que quase nunca ele da floats com AQ dependendo de algumas outras variáveis como a % de call no flop do oponente.No turn considerando que existem MUITAS cartas que funcionam como scared cards contra ele, uma second barrel vai espantar normalmente mais que metade dos 4% que ele da call no flop sem contar que quando você aposta no turn você aposta menos que o pot então por relação de pot odds é muito compensador.

Esse é o tipo de leitura que devemos praticar para aprimorarmos nosso jogo e sermos agressivos. A conclusão que a gente chega é que jogadores agressivos vencedores SABEM ser agressivos! Eles sabem por os oponentes num range com maior precisão e manipulam isso a seu favor !

Agora chega de dar exemplos e vamos voltar ao nosso assunto sobre o que vira e mexe escutamos sobre a agressividade. Existe um argumento que até jogadores conhecidos dizem que no jogo do futuro com a agressividade cada vez mais acentuada a melhor estratégia será adotar um estilo mais passivo. Acho que lendo o que eu escrevi nesse post/artigo dá pra pouparmos palavras, pois é uma coisa óbvia que quanto mais os jogadores atingirem um nível melhor mais eles usarão da ‘’agressividade inteligente’’ e farão com que jogadores passivos nos quais esses jogadores citam comerem o pão que o diabo amassou e cuspirem suas ‘’bad beats ‘’ e ‘’coolers’’ todos os dias.
 
André Dex

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Novidades

Só estou passando pra contar as novidades.. fui jogar novamente na Pajuçara.. sei que disse não voltaria lá enquanto não estivesse na NL100, mas não fui jogar cash.. fui jogar um torneio.. e contando o valor da inscrição, re-buy e add on, gastei R$ 70,00.. acabei em sexto, a duas posições da premiação.. mas o que mais contou foi a experiência.. o vencedor do torneio (que começou com 15 jogadores) foi um colega que foi comigo até o lugar do torneio e foi também o que ficou meio embriagado da última vez que fomos lá jogar.. a maior utilidade foi ter me deparado com vários estilos de jogo, o que serviu para repensar mais ainda o meu jogo.. pude ver jogadores que jogaram bem e foram premiados jogando mãos de maneiras totalmente diferente das formas como eu as jogaria.. o que me fez rever alguns conceitos.. me levando a concluir que talvez eu esteja jogando certo, mas não jogando de forma realmente lucrativa..
Outra novidade é que não passei na primeira fase da prova do IFAL, fui eliminado na prova subjetiva, o que foi uma surpresa pra mim, pois eu estava certo que tinha feito cerca de 75% da mesma e o resultado deu que eu fiz menos que 50%.. não entendi, mas tudo bem.. fica a experiência e muita coisa ainda vai acontecer.. abraço e teh a próxima..

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vai Que Bate... Feeling e níveis de pensamento


Na infinita jornada de aprendizado no poker, o ideal é que você encare o jogo como algo complexo e raciocine sobre o processo de aprendizagem que está prestes a invadir – assim você fica preparado para não pisar em falso. Nesta coluna, vamos conversar um pouco sobre minhas reflexões acerca do “feeling”.

De antemão, aviso que não sou for­mado em psicologia, e que toda e qual­quer observação feita aqui não tem a pre­tensão de ser uma verdade incontestável, mas sim uma percepção pessoal.
Quem nunca bateu um papo sobre poker com alguém, discutindo deter­minada mão, e o sujeito acabou a conversa citando o tal do “feeling” como argumento final? Vocês já repararam que os melhores jogadores pouco falam nesse assunto? Acho que tenho uma explicação para isso. Vamos tentar enxergar os argu­mentos sob a perspectiva de dois joga­dores de poker com visões e níveis teó­ricos diferentes. Nessa mão hipotética, acontecem movimentos até a chegada de um river que deixa a ação mais intensa, quando podemos então dis­tinguir os pensamentos do jogador avançado e do casual. O bordo imagi­nário tem T♠ 6♦ 8♥, e ambos recebem Q♣ K♥. Agora vamos obser­var o pensamento de cada um em separado.


  Jogador Casual 

   Dá check no river com o discurso de que sentiu que o adversário tinha J-9, e que, portanto, não valeria a pena arriscar uma aposta. 

 Jogador Avançado 

   Lembra-se dos padrões de apostas em cada street e do histórico, além de ter anotações sobre o oponente. Ele leva em consideração a frequência de deter­minados movimentos de seu adversá­rio e dos seus próprios movimentos, para entender como ele provavelmente vai pensar, ficando um passo à frente. Também busca suporte na matemática para saber a probabilidade de o opo­nente estar com uma mão pior e para avaliar qual das três ações (bet, check ou fold) é o melhor caminho – em caso de aposta, analisa qual o bet size (tamanho da aposta) mais apropriado. Ele conta as combinações de mãos com que estaria ganhando e vê para quais prováveis combinações estaria perden­do. Na situação em questão ele estima, por exemplo, que seu oponente tem dezesseis combinações de J-9, nove de T-8, seis de T-Q (considerando que ele já tem uma dama na mão, o que dimi­nui as combinações do seu oponente), seis de K-T e quatro de K-Q, totalizando 16 combinações para as quais ele perde, 21 de que ele ganha e 4 em eles empa­tam. Depois dessa análise, ele decide o que fazer, sempre com o objetivo de maximizar os ganhos e minimizar as perdas. Ufa! 

   Na verdade, o processo intuitivo – ou “feeling” – é mais uma teoria enten­dida de forma inconsciente, uma adap­tação daquilo que o sujeito não sabe explicar verbalmente. Essa definição às vezes é confundida, reverberando em situações como “adivinhar a carta que vem no topo do baralho”, por exemplo. Se você é daqueles que acreditam pia­mente nisso, melhor fechar esta revista e ir ler “O Segredo”. 

Certa vez, uma professora de física me disse que sempre que você atravessa uma rua, faz automaticamente o cálculo de “ΔS/ΔT” para saber a velocidade que tem que atravessar sem correr perigo de ser atropelado. Agora imagine quantos cálculos sua mente faz para você chutar uma bola de futebol ou quando está jogando poker. 

Nosso inconsciente é capaz de pen­sar e calcular uma infinidade de coisas ao mesmo tempo. Então, em uma par­tida de poker, na qual em uma amos­tra considerável de situações (como o número de mãos de determinado jogador, padrão de apostas, tempo de ação, histórico, tells), a mente calcula e trabalha com tantos dados que poucos jogadores vão saber racionalizar tanta coisa. Portanto, devido à natural inca­pacidade de acompanhar seus subcons­cientes, as pessoas argumentam a favor do feeling, que não é nada mais do que a sensibilidade necessária para “entrar na frequência” do outro jogador. 

Essa “frequência” pode ser entendi­da como a lógica com que os jogadores vão fazer as jogadas futuras levando em conta o histórico das passadas. E quan­to maior for o numero de associações, maior será a chance do acerto da previ­são do que o jogador vai fazer naquele momento. 

Considerando o histórico e o nível de jogo do adversário, determine seu “thinking level”, que é o nível de racio­cínio que ele vai utilizar contra você. A partir disso, você terá que utilizar um nível superior para enfrentá-lo, pois ele pensa que você está em um nível inferior ao dele. Trocando em miúdos: o oponente acha que você segura uma trinca ou melhor quando você aposta X. Ele pressupõe isso porque, todas as vezes que você segurava uma trinca ou maior, apostou X. Sabendo disso, você, sem mão alguma, aposta X, e o oponen­te dá fold confiando na própria leitura. Ou seja, você estava se adaptando ao “thinking level” dele, pensando um nível acima. 

Como podemos notar, é muito importante a percepção de todos os elementos do jogo. Dominar os níveis de pensamento adequando-os aos opo­nentes equivale a entrar na mesma frequência deles. Isso é imprescindível para qualquer jogo de alto nível. 

Adequar e rotular um jogador com um determinado “nível de pensamento” em uma jogada é um trabalho árduo que não se domina do dia para a noite. Mas, nesta edição, vou tentar dissecar e exemplificar esses níveis, dos básicos até os mais complexos.



Nível 0:  Qual é a minha mão? Nesse nível mais básico, que todos dominam, os jogadores olham suas cartas e analisam apenas quais são as mãos que eles derrotam e aquelas para as quais eles perdem.
Exemplo: Segurando 9♥ J♦, o bordo vem J♠ 9♦ 7♣. Você sabe que está segurando dois pares, então sabe que ganha de um par e de dois pares menores, mas que perde para uma trinca ou um straight.


Nível 1: Que mão tem o meu adversário? Aqui, o jogador olha para a sua mão e calcula a probabilidade de estarganhando do oponente, considerando a maneira como este jogou. Ele o coloca em um range, sabendo se sua mão é boa o suficiente. Exemplo: Você recebe par de noves e já tem leitura suficiente para saber que o jogador sentado à sua esquerda não gosta de jogar potes grandes sem uma mão realmente boa. Você constatouisso através de uma amostragem significativa obtida com o Hold’em Manager (software de estatística usado pelos profissionais online). O programa está dizendo que ele só da 3-bet 2,6% das vezes, o que corresponde a um range muito pequeno de mãos, mais ou menos QQ+ e AK. Então, quando o adversário tribeta, você rapidamente dá fold com seu par de noves.



Nível 2: O que o meu adversário acha que eu tenho? Nesse nível de pensamento, podemos começar a separar os garotos dos recém-nascidos. Agora, finalmente estamos enfrentando um nível de pensamento mais complexo, com nosso adversário pensando sobre o que nós podemos estar segurando – é hora de termos consciência de nossas jogadas de modo a interpretar o que o adversário está pensando sobre nós. Exemplo: Temos top pair e um bom kicker. Em um flop com dois naipes, recebemos uma donk-bet (aposta no flop contra o oponente que deu o raise pré- -flop) e damos apenas call, controlando o pote. No turn, aparece a terceira carta do naipe, podendo ter completado um possível flush, e o oponente torna a apostar forte. Damos call novamente por achar que, boa parte das vezes, essa aposta ainda pode ser um blefe, já que o oponente pode perfeitamente representar um flush. No river, acontece uma terceira aposta do adversário de quase o valor do pote, e nós concluímos que esse adversário poderia blefar até o turn representando o flush, mas uma terceira aposta forte no river significa, na maioria das vezes, um flush de verdade, dois pares ou maior, com que o oponente acha ser capaz de extrair fichas de top pairs. Com isso, damos fold.



Nível 3: O que o meu adversário pensa que eu penso que ele tem? É hora de separarmos os homens dos garotos. Nessa situação, nosso adversário irá elaborar um raciocínio mais complexo do jogo, nos desafiando a travar uma guerra psicológica. Ele analisará a forma como você provavelmente está olhando para os movimentos dele: desse modo ele estará examinando o que você vai fazer para contra-atacar, encarando a sua jogada como reação à interpretação dos movimentos dele. Exemplo: Citando o mesmo exemplo do Nível 2, o oponente tem uma leitura de que, se eu tivesse o flush, teria dado raise no flop, considerando o bordo em questão. Ele então, não tendo absolutamente nada em mãos, pensa que eu vou achar que ele tem uma mão como um flush, dois pares ou mais caso ele aposte no flop, turn e river. O oponente segue a ação descrita e mostra seu blefe após o meu fold no river. Níveis Seguintes Os níveis de pensamento não têm limite. Poderíamos escrever um livro só sobre esse assunto, ilustrando-o com exemplos, citando os Níveis 4 (em que meu adversário pensa sobre o que eu penso que ele pensa que eu tenho), 5, e assim por diante. O importante é estar sempre pensando um nível acima do adversário. É dessa maneira que os melhores do mundo se destacam do resto – eles sabem encaixar essa técnica com precisão cirúrgica.


É preciso deixar bem claro que os Níveis de Pensamento não são Tipos de Adversário, mas sim linhas de raciocínio que eles vão adotar em determinadasituação. Existe a tendência de a complexidade do nível de pensamento aumentar de acordo com o tamanho do pote: quanto maior for o pote, mais complexo será o nível. A aplicação do Nível Zero é muito comum em torneios onde se está short stacked e se recebe pocket pairs ou mãos como AK ou AQ, pois você só precisa desse nível para ir all-in. O Nível 1 abarca o maior número de situações, quando os jogadores geralmente pensam em potes pequenos e em roubo de blinds. O Nível 2 é bastante usado para, por exemplo, dar um segundo tiro, expulsando o adversário ao mostrar a força da mão, blefando de maneira muito eficaz, simulando uma mão forte. Já o 3 se dá em potes com 4-bet, blind war (guerra de blinds) e em potes maiores. A partir deste nível, é mais comum termos situações estando deep-stacked, em rivers e com um histórico bem formado dos oponentes.


Também é imprescindível que você pense apenas um nível acima, para nãocorrer o risco de fazer uma jogada de EV negativo. Por exemplo: o oponente está pensando no Nível 1 (cogitando que mão você tem) e você, no Nível 3 (ele pensando no que você pensa que ele tem). Nessa situação, você estará pensando no que ele pensa que você pensa que ele tem, quando, na verdade, ele só está pensando em que mão você pode ter, objetivamente falando. Depois do que conversamos nessas últimas colunas, sobre mente inconsciente, frequência de movimentos e, finalmente, níveis de pensamento, eu pergunto a vocês: qual é a chance de Phil Ivey pronunciar a palavra feeling para explicar suas jogadas?


André Dexx