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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Wing Chun

O estilo Wing Chun, aperfeiçoado por Yim Wing Chun, é um dos mais populares estilos de Kung Fu da China no mundo.

É um estilo que chegou até o grande Mestre Yip Man, um dos seus mais famosos expoentes.

Mesmo tendo Yim Wing Chun aprendido a arte de lutar com NG MUI, ela é reconhecida como sendo a verdadeira fundadora desta escola.

O sistema que aprendeu de NG MUI era muito pesado e de difícil forma para uma mulher; então, Yim Wing Chun começou a trabalhar de maneira a simplificá-lo. Suspendeu mais a posição do cavalo e sistematizou movimentos brandos e rápidos, como diretos de mãos, completamente adaptáveis à fragilidade feminina. Ao invés de se opor à força do oponente, move-se com ela, eliminando-a e quebrando o centro de potência e base do oponente.

Mesmo tendo sido desenvolvido por uma mulher, o estilo Wing Chun é agressivo, compacto, econômico em seus movimentos e deslocamentos, e profundamente defensivo. É possível bloquear qualquer ataque, anulando o espaço de ação e o centro de gravidade de quem ataca, sem ser necessário contra-atacar.

A árvore genealógica do Wing Chun é rica, mas, quem realmente concorreu para a sua popularidade e fama, foi o mestre-patrono do estilo YIP MAN de Hong Kong. (Ao lado Yip Man e seu pupilo mais famoso: Bruce Lee).

Yip Man representou esta escola até o ano de 1972, quando da sua morte aos 80 anos.
Tecnicamente o Wing Chun é bem original. É baseado na economia de movimentos; as posturas são naturais (nem altas, nem baixas) e descontraídas. Os movimentos são curtos, baseados no Box de Hung Liu (Mão curta) e freqüentemente em linha reta.

No Wing Chun as técnicas são dirigidas com as palmas, cotovelos colados ao corpo, propondo um contato estreito com o adversário.
Existem várias características no estilo Wing Chun que fortificam sua prática baseada na economia de movimentos, ou seja:

•Técnica ou teoria de linha central
•Técnica ou teoria da imobilidade dos cotovelos
•Teoria dos quatro cantos
•Chi Sao ou mãos esmagadoras
•Técnicas de imobilização das mãos, punhos, braços do oponente.
•Mãos agarradoras ou Lop Sao

A primeira forma do estilo Wing Chun é conhecida por Sil Lim Tao, que significa ‘Pequena Imaginação’. Esta forma ensina a posição correta do cotovelo, proteção à linha central do corpo e economia dos movimentos de ataque e defesa. Ela é executada numa base estacionária e executa todos os bloqueios e ataques sem dar um só passo. Isto ocorre para o fortalecimento da base (baixando o centro de gravidade do corpo sem baixar o próprio corpo).




Fonte: http://jocerlan.blogspot.com

domingo, 16 de outubro de 2011

Bruce Lee - A lenda


Bruce Lee (São Francisco, 27 de novembro de 1940 — Hong Kong, 20 de julho de 1973. É considerado o artista marcial mais importante do século XX. Foi o responsável pela popularização dos filmes de Hong Kong no mundo.

Desde cedo Bruce Lee treinava Tai Chi com seu pai e também aprendeu Wing Chun dos 13 aos 18 anos com o famoso mestre Yip Man, no qual foi apresentado ao estilo pelo seu amigo William Cheung em 1954. Anos mais tarde, o próprio William Cheung disse que Bruce Lee evoluiu muito rápido no Wing Chun, ultrapassando em pouco tempo a habilidade de muitos alunos mais antigos. Bruce tinha uma facilidade acima do comum para aprender e executar os movimentos ensinados pelo seu mestre. Como em muitas das escolas de artes marciais na época, os alunos eram ensinados por outros alunos mais graduados. Mas Yip Man começou a treinar Lee em particular após alguns alunos se recusarem a treiná-lo, pelo fato de que sua mãe não era totalmente chinesa (o avô materno de Bruce era alemão e sua avó Chinesa) e a maioria dos chineses naquele tempo recusavam-se a ensinar artes marciais aos ocidentais e aos mestiços.


Após a guerra, Hong Kong era um lugar difícil de se crescer. Havia diversas gangues pelas ruas da cidade e Lee foi muitas vezes forçado a lutar contra elas. Mas Bruce gostava de desafios um contra um e por diversas vezes enfrentou membros dessas gangues. Mesmo com o pedido de seus pais para que ele se afastasse desse cotidiano, pouco adiantou. Devido aos desafios que Bruce venceu as confusões vinham naturalmente até ele.
Aos 18 anos de idade, Bruce Lee foi para os Estados Unidos, com 100 dólares no bolso e 2 títulos de campeão de Boxe de 1957 e 1958 de Hong Kong. Depois de viver em São Francisco por vários meses, ele se mudou para Seattle no outono de 1959, para continuar seus estudos e trabalhou para Ruby Chow como garçom e lavador de pratos em seu restaurante.

Ruby era esposa de um amigo de seu pai. Seu irmão mais velho Peter Lee também acolheu Bruce Lee em Seattle para uma pequena estadia. Em dezembro de 1960, Lee concluiu o ensino médio e recebeu seu diploma da Edison Technical School (agora Seattle Central Community College, localizado em Capitol Hill, Seattle).

Em março de 1961, matriculou-se na Universidade de Washington e estudou filosofia. Também estudou teatro e psicologia. Foi na Universidade de Washington que conheceu sua futura esposa, Linda Emery, com quem se casaria em agosto de 1964.

Bruce teve dois filhos com Linda, Brandon Lee e Shannon Lee.


De todas as partes do corpo que Bruce Lee desenvolveu, os seus músculos abdominais eram os mais espetaculares: sólidos como pedra ao toque, profundamente cortados e altamente definidos. Bruce acreditava que os abdominais eram um dos mais importantes grupos musculares para um artista marcial já que virtualmente todo movimento requer algum grau de trabalho abdominal.


Ele sentia que muitos artistas marciais daqueles dias não tinham aptidão física necessária para acompanhá-lo. A esposa de Lee, Linda Emery, afirma que o seu falecido marido "era um fanático por treinos abdominais. Estava sempre a fazer sit-ups, abdominais, movimentos de cadeira romanos, elevações de perna, e V-ups."

De acordo com algumas notas iniciais de Lee, o seu treino diário abdominal incluía:

Torção de Cintura - quatro séries de 90 repetições.
Sentar para cima (sit-ups) com torções - quatro séries de 20 repetições.
Elevações de perna - quatro séries de 20 repetições.
Torções inclinadas - quatro séries de 50 repetições.
Pontapés em posição de rã - quatro séries de 50 repetições.

A convite de Ed Parker, Lee apareceu em 1964 no Long Beach International Karate Championships para apresentações de suas flexões sobre os dedos (usando o polegar e o dedo indicador). No mesmo evento em Long Beach, também apresentou o famoso "soco de uma polegada".


Seu voluntário para a demonstração do soco foi Bob Baker de Stockton, Califórnia. "Eu disse a Bruce que não faria esse tipo de demonstração de novo", lembrou. "Quando ele me deu um soco da última vez, eu tive que ficar em casa sem trabalhar, porque a dor no peito era insuportável."

Foi em 1964 em um campeonato onde Lee conheceu o mestre de taekwondo, Jhoon Rhee. Os dois desenvolveram uma amizade - uma relação em que ambos se beneficiaram como artistas marciais. Jhoon Rhee ensinou seu chute lateral a Lee, e em retribuição Lee o ensinou o seu "soco telegráfico".

Lee também apareceu em 1967, no Long Beach International Karate Championships e realizou diversas apresentações, incluindo o famoso soco "imparável" contra o campeão mundial de karatê, Vic Moore. Lee disse que ia dar um soco em seu rosto, e tudo o que Moore tinha que fazer era tentar bloqueá-lo. Lee deu alguns passos para trás e perguntou se Moore estava pronto, Moore faz sinal positivo com a cabeça, Lee então deu um soco em linha reta diretamente para o rosto de Moore, e parou antes do impacto. Em oito tentativas, Moore não conseguiu bloquear qualquer dos socos.

O pai de Lee, Hoi-Chuen era um famoso astro da ópera cantonesa. Bruce foi introduzido em filmes em uma idade muito jovem e apareceu em vários curtas ainda em preto-e-branco quando era criança. Lee teve seu primeiro papel ainda como um bebê. Na época em que tinha 18 anos, ele já tinha aparecido em vinte filmes.

Nos Estados Unidos entre 1959 e 1964, Lee abandonou os pensamentos de uma carreira no cinema em favor da dedicação total às artes marciais. William Lee Dozier o convidou para uma audição após assistir uma de suas apresentações de artes marciais. Lee impressionou tanto os produtores com sua agilidade que ganhou o papel de Kato ao lado de Van Williams na série de TV O Besouro Verde. O show durou apenas uma temporada, de 1966 a 1967. Além disso apareceu diversas vezes em participações em várias séries televisivas, incluindo Ironside (1967) e Here Come the Brides (1969). Em 1969, Lee fez uma breve aparição em seu primeiro filme estadunidense Marlowe onde interpretava um capanga contratado para intimidar o detetive particular Philip Marlowe (interpretado por James Garner), esmagando o seu escritório com chutes e socos. Em 1971, Lee atuou em quatro episódios da série de televisão Longstreet como o instrutor de artes marciais do personagem principal Mike (interpretado por James Franciscus).

De acordo com declarações feitas por Bruce Lee, e também por Linda Lee após a morte de Bruce, em 1971, Bruce lançou uma série de televisão de sua autoria intitulado "A Warrior", discussões que também foram confirmados pela Warner Bros. Segundo Cadwell, no entanto, a ideia de Lee foi adaptada e rebatizada de Kung Fu, mas a Warner Bros não lhe deu nenhum crédito. Em vez disso o papel do monge Shaolin do Velho Oeste, foi dado ao então não-artista marcial David Carradine pelo medo de um heroi chinês não agradar ao público.

Não estando satisfeito com seus papéis de apoio nos EUA, Lee retornou para Hong Kong. Sem saber que "O Besouro Verde" tinha sido exibido e feito muito sucesso em Hong Kong sendo oficialmente chamado de "O Show do Kato", foi surpreendido ao ser reconhecido na rua como a "estrela" do show. Então lhe foi oferecido um contrato de cinema pelo lendário diretor Raymond Chow para estrelar dois filmes produzidos por sua produtora Golden Harvest. Lee atuou seu primeiro papel principal em O Dragão Chinês (1971) que foi um enorme sucesso de bilheteria em toda a Ásia e o lançou ao estrelato. Logo em seguida atuou em A Fúria do Dragão (1972) que quebrou os recordes de bilheteria anteriormente estabelecidos pelo Dragão Chinês. Tendo terminado o seu primeiro contrato de dois anos, Lee negociou um novo contrato com a Golden Harvest. E depois formou sua própria companhia Concord Productions Inc, com Chow. Para o seu terceiro filme, O Vôo do Dragão (1972), foi dado o controle completo de produção do filme como o escritor, diretor, astro e coreógrafo das cenas de luta. Em 1964, em uma demonstração em Long Beach, Califórnia, Lee tinha encontrado o campeão de Karate Chuck Norris. Em O Vôo do Dragão, Lee e Norris apresentam aos espectadores uma luta final em pleno Coliseu, de Roma que é considerada uma das mais memoráveis da história dos filmes de luta.


No final de 1972, Lee começou a trabalhar em seu quarto filme, O Jogo da Morte. Começou a filmar algumas cenas, incluindo sua sequência de luta com a estrela do basquete estadunidense Kareem Abdul-Jabbar de 2,18m, um ex-aluno.


A produção foi interrompida quando a Warner Brothers ofereceu a oportunidade de Lee estrelar em Operação Dragão, o primeiro filme a ser produzido em conjunto pela Golden Harvest e Warner Bros. Este filme seria o foguete de Lee para a fama na Europa e nos Estados Unidos, no entanto, apenas alguns meses após a conclusão do filme e 6 dias antes do seu lançamento 26 de julho de 1973, Lee morreu misteriosamente.

Posteriormente, Operação Dragão se tornaria uma das maiores bilheterias do ano e Lee uma lenda das artes marciais. Foi feita com o custo de $ 850.000 em 1973 (equivalente a US $ 4 milhões). Até à data, Operação Dragão arrecadou mais de $ 200 milhões no mundo inteiro. O filme provocou uma febre pelas artes marciais, simbolizadas em canções como "Kung Fu Fighting" e programas de TV como o Kung Fu.


Robert Clouse, o diretor de Operação Dragão, e Raymond Chow tentou terminar O Jogo da Morte, filme incompleto que Lee também foi escalado para escrever e dirigir. Lee tinha feito mais de 100 minutos de gravação, incluindo outtakes, para o Jogo da Morte antes da ser filmagem interrompida para lhe permitir trabalhar em Operação Dragão. Além de Abdul-Jabbar, George Lazenby, mestre de Hapkido Ji Han Jae Lee e outro praticante, Dan Inosanto também apareceram no filme.

Em 10 de Maio de 1973, Lee desmaiou no estúdio Golden Harvest, enquanto fazia o trabalho de dublagem para o filme Operação Dragão. Ele sofreu convulsões e dores de cabeça e foi imediatamente levado para um hospital de Hong Kong, onde os médicos diagnosticaram edema cerebral. Eles foram capazes de reduzir o inchaço com a administração de manitol. Esses mesmos sintomas que ocorreram em seu primeiro colapso depois foram repetidos no dia da sua morte.

Em 20 de julho de 1973, Lee foi a Hong Kong, para um jantar com o ex-James Bond George Lazenby, com quem pretendia fazer um filme. Segundo sua esposa, Linda Lee, Lee encontrou o produtor Raymond Chow às 2 da tarde em casa, para discutir a realização do filme Jogo da Morte. Eles trabalharam até as 4 da tarde e depois dirigiram juntos para a casa da colega Lee Betty Ting, uma atriz de Taiwan. Os três passaram o script em casa e, em seguida Chow se retirou.

Mais tarde, Lee se queixou de uma dor de cabeça, e Ting deu-lhe um analgésico, Equagesic, que incluía aspirina e um relaxante muscular. Cerca de 7:30 da noite, foi se deitar para dormir. Quando Lee não apareceu para jantar, Chow chegou ao apartamento, mas não viu Lee acordado. Um médico foi chamado, que passou dez minutos tentando reanimá-lo antes de enviá-lo de ambulância ao hospital. Lee foi dado como morto no momento em que chegou ao hospital.

Não houve lesão externa visível, porém de acordo com relatórios da autópsia, o seu cérebro tinha inchado consideravelmente, passando de 1.400 a 1.575 gramas (um aumento de 13%). Lee tinha 32 anos. A única substância encontrada durante a autópsia foi Equagesic. Em 15 de outubro de 2005, Chow declarou em uma entrevista que Lee morreu de hiperalergia ao relaxante muscular "Equagesic", que ele descreveu como um ingrediente comum em analgésicos. Quando os médicos anunciaram a morte de Lee oficialmente, o país considerou uma enorme "desgraça".

A controvérsia ocorreu quando o Dr. Don Langford, que foi médico pessoal de Lee em Hong Kong e o havia tratado durante seu primeiro colapso acreditava que o "Equagesic não foi único remédio envolvido no primeiro colapso de Bruce."

No entanto o professor RD Teare, um cientista forense da Scotland Yard que supervisionou mais de 1000 autópsias, foi o perito superior designado para o caso Lee. Sua conclusão foi que a morte foi causada por um edema cerebral agudo devido a uma reação aos compostos presentes na prescrição de remédios como o Equagesic.

Sua esposa Linda voltou para sua cidade natal, Seattle, e foi enterrado no lote 276 do Cemitério Lakeview. Seu caixão foi carregado no funeral, em 31 de julho de 1973, por Taky Kimura, Steve McQueen, James Coburn, Chuck Norris, George Lazenby, Dan Inosanto, Peter Chin, e seu irmão Robert Lee.


A morte de Lee ainda é um tema de controvérsia.


Fonte: Pimenta no Olho

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Treinamento de Bruce Lee: Exercícios para Aumentar seu Condicionamento Físico


Bruce Lee desenvolveu muitos tipos de exercícios durante sua carreira mas nem todos foram documentados. Entretanto, ele guardou rascunhos com todas informações sobre seu treinamento, e por isso hoje nós sabemos sobre estes exercícios.
Bruce Lee concentrou seu treinamento em áreas específicas, tal como carregamento de peso, alongamento e exercícios cardiovasculares com o objetivo de aumentar sua habilidade física para a prática de arte marciais. Bruce Lee praticava treinamento diários para melhorar seu corpo e sua habilidade marcial.
Entretanto, Bruce Lee indicava que é importante não treinar em excesso para não sobrecarregar o corpo pois este fica demasiadamente fraco um dia depois de praticar exercício. Na perspectiva marcial, é essencial nunca treinar em excesso, no entanto o treinamento intensivo a longo prazo faz com que o corpo fique forte mais rapidamente, deixar o corpo fraco não é uma prática boa da arte marcial.

Sobretudo, nunca tente enganar a si mesmo quando praticar exercícios; use a quantidade de peso que você pode segurar com tensão própria.” – Bruce Lee

Esta citação ainda é válida para todos os tipos de exercícios que envolvam carregamento de peso hoje em dia. Principalmente se você está levantando pesos, ou praticando alongamento, ou especialmente se está praticando artes marciais.
As práticas de Bruce Lee eram muito boas para o desenvolvimento de artes marciais, a sua idéia de não adquirir um estilo especifico, mas sim fazer uso de técnicas variadas tiveram um impacto positivo para o desenvolvimento das artes marciais como kung-fu, e também no desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas de combate.
Uma boa técnica é essencial em artes marciais, porque pode ajudar a determinar as áreas mais fortes e mais fracas de um estudante, também ajuda a condicionar o corpo à reagir e se mover na maneira correta, ajudando também a condicionar os músculos, os ligamentos e as juntas do corpo. Por outro lado um estilo mal executado pode conduzir à aplicação marcial mal executada, que pode ser fatal.
A forma em que o carregamento de peso e grupos de exercícios são praticados são bastante importante para a prática de fortalecimento de um corpo saudável. Uma prática imperfeita reduz não somente a eficácia dos exercícios, mas pode também causar danos ao corpo, pois coloca-se demasiada pressão nas áreas erradas do corpo. Também, a prática inadequada de exercícios faz com que o corpo não obtenha todos os benefícios dos exercícios praticados em cada sessão.
A rotina de treinamento em carregamento de peso de Bruce Lee evoluiu durante sua carreira. No começo de sua carreira, ele enfatizava a construção dos músculos do corpo, em especial o fortalecimento do anti-braço, por isso suplementou sua dieta com bebidas preparadas com proteína.
Mais tarde ele começou a simplificar seu treinamento, praticando mais os exercícios de peso composto para todo o corpo com a intenção de aumentar sua força e o seu condicionamento corporal. O peso de Bruce Lee reduziu bastante depois que mudou sua prática de treinamento de carregamento isolado de peso, que são favorecidos por bodybuilder para os exercícios de peso composto para composição corporal e treinamento cardiovascular.

Desde que carregamento de peso é um exercício repetitivo, o mesmo requere o uso de muita energia, portanto deve ser praticado somente a cada outro dia e não todo dia..” – Bruce Lee

Esta citação é interessante, porque tente a se afastar do seu estilo tradicional de não trabalhar muito o corpo para não enfraquece-lo. Então embora tenha se afastado das rotinas de bodybuilding, Bruce também se afastou da prática de artes marciais puramente. Suas sessões de carregamento de peso eram bastante intensivas, requerendo um dia inteiro dedicado a recuperação do corpo, portanto ele sugeria o treinamento em dias alternados, ou três dias por a semana com um dia extra de descanso no final de semana.
Para Bruce Lee, o aspecto mais importante de sua nova rotina de carregamento de peso era que ele ainda podia praticar artes marciais e exercícios cardiovasculares nos outros dias. Bruce Lee adotou uma metodologia transversal de treinamento, ele acreditava que os exercícios para adquirir uma boa forma devem ser condicionados em três elementos principais: alongamento para aumentar sua flexibilidade; carregamento de peso para aumentar sua força muscular, e exercícios cardiovascular para aumentar sua resistência física.

20 minutos de exercícios de Bruce Lee para tonalidade muscular e condicionamento físico – Levantamento de peso

 

 

Arremesso – 2 sessões com 8 repetições

 

O levantamento de peso é um exercício clássico. Ao contrário dos exercícios de bodybuilding que trabalham cada músculo isoladamente, levantamento de peso trabalha vários músculos juntos, em movimentos compostos.
Bruce Lee executava seus exercícios de forma bastante intensa, isto é, sem descanso entre sequências. Fazendo com que este exercício seja cardiovascular, promovendo resistência física e contorno muscular. Levante uma barra do chão, e em um movimento rápido o peso é levantado e colocado na parte dianteira dos ombros – depois o peso é levantado acima da cabeça.
Depois o peso é abaixado até o chão em um só movimento, e repetido. A forma é essencial neste exercício, é também importante não tentar levantar peso em excesso, porque é comum machucar a parte baixa das costas se o exercício não for praticado corretamente.

Agachamento com barra – 2 sessões com 12 repetições

 

Agachamento é um dos exercícios compostos mais importantes, especialmente para artes marciais. Agachamento com peso deve ser executado em um aparelho de ginástica para garantir segurança, uma barra é colocada através dos ombros, e um agachamento é executado. Não deve haver nenhuma pausa na posição mais baixa, portanto assim que as coxas alcançarem uma posição horizontal, você deve levantar-se outra vez a uma posição vertical. O agachamento trabalha os quadris, tendões e a batata da perna.

Expansão do tórax – 2 sessões com 8 repetições

 

A expansão do tórax é um exercício de levantamento de peso menos comum hoje em dia. Para praticá-lo você deve deitar no banco com os braços estirados acima da cabeça segurando a barra com as mão afastadas com a mesma largura dos ombros, então abaixe a barra atrás da cabeça, mantendo os cotovelos um pouco dobrados.
A barra deve ser segurada o mais baixo possível, com tanto que não seja desconfortável. Algumas pessoas conseguem tocar o chão com a barra, mas isso não é recomendado sem treinamento adequado. Use um peso leve para começar, pois exercício é muito difícil.

Supino – 2 sessões com 6 repetições

 

Nenhuma sessão de levantamento de peso estaria completa sem o levantamento de peso em banco. Muitos artistas marciais são contra ao levantamento de peso em banco, porque expande o tórax, que é um ponto de fraqueza em luta. Um lutador deve desenvolver uma caixa torácica forte, que aguenta levar pancadas. Ao Executar muitos levantamento de peso em banco, a caixa torácica se abre muito, assim se você planejar lutar em competições, não coloque ênfase estes exercícios.

Bom dia/exercício matinal – 2 sessões com 8 repetições

 

Bruce Lee gostava de praticar exercícios de manhã. Fique de pé e segure uma barra através dos ombros, e então dobre-se para a frente até que o tórax fique paralelo ao chão, mantendo as pernas e as costas retas. Este exercício pode ser perigoso se você não se aquecer primeiro e tentar usar peso em excesso. Este exercício matinal pode obter bons resultados com apenas uma barra pura sem peso. Bruce Lee danificou suas costas ao praticar este tipo de exercício.

Rosca direta – 2 sessões com 8 repetições

 

Todo mundo quer ter um bíceps grande. Para os estilos das artes marciais que envolvem lutar, agarrar, puxar e jogar, é importante ter os bíceps desenvolvidos. Pratique assim o exercício de rosca direta com alteres em cada sessão de treinamento para desenvolver os bíceps.

Mude a rotina de acordo com suas necessidades

 

Com toda a rotina de levantamento de peso, é importante não começar em uma rotina rígida. Depois de estar treinando por um tempo não vai conseguir os mesmos resultados do começo, quando você era mais fraco.
Por esta razão, às vezes é preciso adicionar exercícios novos, por exemplo, treine com alteres de uma mão em vez de treinar com alteres maiores, ou mude o peso e o número das repetições etc. para dar ao corpo um desafio novo e ajudar a crescer os músculos de novo.
Esta não era de nenhuma maneira a única rotina de levantamento de peso de Bruce Lee, mas era a base de seu treinamento para aumentar sua força física, mais tarde em sua carreira.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bruce Lee - A entrevista "Perdida" (1971)

Este é o Show de Pierre Berton: Bruce Lee – O super-astro mandarim. Produção de 1892, gravado em 9 de dezembro de 1971. Em Hong Kong.

 


(Não legendado)




Pierre Berton: Bruce Lee enfrenta um real dilema. Ele está a beira do estrelato nos Estados Unidos, com os seriados projetados no horizonte, mas ele tem alcançado há pouco um super estrelato como um ator de filmes aqui em Hong Kong. Assim como a bruxa, ele escolhe: O Leste ou o Oeste? É o tipo de problema que a maioria dos atores de filmes dariam boas-vindas.
Este é o Show de Pierre Berton. O programa que vem pra você das principais capitais do mundo. Essa edição vem a você de Hong Kong. E o convidado de Pierre é o homem que ensinou karatê, judô e boxe chinês para James Garner, Steve McQueen, Lee Marvin e James Coburn. O super-astro mandarim mais novo. Conhecido no oeste por suas aparições em Batman, O Besouro Verde, Ironside e Longstreet. Seu nome é Bruce Lee, e ele nem mesmo fala mandarim. Mas aqui é o Pierre.
Pierre Berton: Bem como você pode atuar em filmes mandarins se você nem mesmo
fala mandarim?

Bruce Lee: Bem em primeiro lugar, eu só falo cantonês.

Pierre: Sim.

Bruce Lee: Por isso, quero dizer, que existe uma grande diferença no que diz respeito à pronúncia e coisas do caso.

Pierre: Então alguma outra voz é usada, certo?

Bruce Lee: Definitivamente, definitivamente!

Pierre: Assim que você acaba de dizer as palavras… não há aquele som estranho quando você vai ao cinema, especialmente em Hong Kong, sua cidade natal, e você te vê com a voz de alguém?

Bruce Lee: Bem, realmente não, entende, porque a maioria dos filmes mandarins feitos aqui, são dublados de qualquer maneira.

Pierre: Eles são dublados de qualquer maneira?

Bruce Lee: De qualquer maneira. Quero dizer neste aspecto, eles filmam sem som. Assim não faz diferença alguma.

Pierre: Seus lábios nunca fazem as palavras certas totalmente, fazem?

Bruce Lee: Sim, bem isso é onde a dificuldade mente,  entende. Quero dizer em relação ao… cantonês tem um modo diferente de dizer coisas… quero dizer diferente do mandarim. Assim eu tenho que achar, como, algo semelhante a isso e manter uma boa sensação de partida através disso.  (Em meus filmes). Algo, sabe, adaptando a forma do mandarim. Soa complicado?

Pierre: Como nos velhos dias silenciosos. Mas eu junto isso nos filmes feitos aqui
o diálogo é bem formal de qualquer maneira.

Bruce Lee: Sim, concordo contigo. Quero dizer, me entenda, um filme é movimento. Quero dizer, você tem que manter o diálogo no mínimo.

Pierre: Assistiu muitos filmes mandarins antes de começar atuar em seu primeiro?

Bruce Lee: Sim.

Pierre: O que acha deles, quando você os assiste?

Bruce Lee: Quanto à qualidade, devo admitir que não está totalmente no mais alto nível. Porém, estão crescendo e subindo mais e mais… e atingirão esse nível de qualidade.

Pierre: Dizem que o segredo de seu sucesso naquele filme, “O Dragão Chinês” e o levou ao estrelato na Ásia,  foi você quem fez as cenas de luta.

Bruce Lee: Uh-huh.

Pierre: Como perito em diversas artes marciais na China, o que você achou das lutas que viu nos filmes que você estudou antes de se tornar um astro?

Bruce Lee: Bem, quero dizer, definitivamente no princípio, eu não tive intenção alguma que tudo, que eu estava praticando, e o que eu ainda estou praticando agora conduziria a isso. Mas arte marcial tem mesmo um, significado muito profundo em minha vida, porque, como ator, como um artista marcial, como um ser humano, tudo isso eu tenho aprendido da arte marcial.

Pierre: Talvez para nosso público que não conhece o que significa, você poderia explicar exatamente sobre o que quer dizer arte marcial?

Bruce Lee: Certo. Arte marcial inclui todas  as artes de combate, como Karatê…
Pierre: Judô.

Bruce Lee: … ou Karate, Judô, Kung-fu chinês,  ou Boxe chinês, seja lá como chamá-lo. Tudo isso, entende, como, Aikidô,  Karatê coreano, e por aí vai. Mas é uma forma combativa de luta. Quero dizer, algumas se tornaram esportes, mas outras ainda não. Usam, por exemplo, chutes na virilha, golpes com os dedos nos olhos, coisas desse tipo.

Pierre: Nenhuma maravilha você tem êxito nisso! Os filmes chineses estão de qualquer maneira cheios desse tipo de ação… eles precisaram de um sujeito como você! (Os dois ríem).

Bruce Lee: Violência, cara!
Pierre: Assim você não teve que usar um dublê quando você mudou prum papel num filme aqui.

Bruce Lee: Não.
Pierre: Você fez tudo?

Bruce Lee: Certo.
Pierre: Você pode quebrar cinco ou seis pedaços de madeira com sua mão ou pé?

Bruce Lee: Provavelmente eu quebraria minha mão e pé! (Os dois ríem).
Pierre: Conte-me um pouco… você montou uma escola em Hollywood não foi?

Bruce Lee: Sim.
Pierre: Para pessoas como James Garner, Steve McQueen e os outros.

Bruce Lee: Sim.
Pierre: Por que eles queriam aprender arte marcial chinesa? Por causa de um papel num filme?

Bruce Lee: Realmente não. A maioria deles, entende, para mim, pelo menos do modo que eu ensino, todo tipo de conhecimento significa, no final, autoconhecimento. Assim, quando uma pessoa me procura pedindo pra ensiná-la, não como se defender, ou como acabar com alguém, pelo contrário, ela quer aprender a se expressar por meio de movimento, seja raiva, seja determinação ou outra coisa qualquer. Em outras palavras, o que eu estou dizendo é que, ele está me pagando para lhe mostrar, em forma combativa, a arte de expressar o corpo humano.

Pierre: De certo modo, o qual está atuando não é?

Bruce Lee: Bem…
Pierre: ou seria uma ferramenta útil para um ator ter entretanto…

Bruce Lee: Poderia soar muito filosófico, mas é não atuar atuando ou atuando sem atuar… se você…

Pierre: Você me perdeu!

Bruce Lee: Eu tenho huh? Assim o que eu estou dizendo, de fato, entende, é uma combinação de ambos. Quero dizer aqui há o instinto natural e aqui há controle. Você tem que combinar os dois em harmonia. Não… Se você exceder um extremo, será extremamente não científico. Se você tender para o outro extremo, você se torna, de repente, um homem mecânico… deixa de ser um ser humano. Assim é uma combinação próspera de ambos, assim, não se trata de ser puramente natural ou inatural. O ideal é a naturalidade não natural, ou a inaturalidade natural.

Pierre: Yin e Yang é?

Bruce Lee: Você está certo cara, é isso mesmo.

Pierre: Um de seus alunos, James Coburn, atuou em um filme chamado “Our Man Flint”, no qual ele usou Karatê. Foi o que ele aprendeu com você?

Bruce Lee: Ele aprendeu depois do filme. Não…
Pierre: Assim ele aprendeu depois que ele atuou em “Our Man Flint.”

Bruce Lee: Certo. Certo. De fato, entende eu não ensino, você sabe, Karatê, porque eu não acredito mais em estilos. Quero dizer que eu não acredito que haja algo como, o modo chinês de lutar ou o modo japonês de lutar… ou algum modo de lutar, porque a menos que o ser humano tenha três braços e quatro pernas,
aí teríamos uma forma diferente de lutar. Mas, basicamente, nós só temos duas mãos e dois pés. E os estilos tendem a separar os homens, porque eles têm suas próprias doutrinas e a doutrina se tornou a verdade evangélica que você não pode mudar. Mas, se você não tiver estilos, se apenas disser, “Aqui estou eu, um ser humano, como eu posso me expressar, total e completamente?”… desse jeito, você não criará um estilo porque estilo é uma cristalização. Aquele jeito é um processo de crescimento contínuo.

Pierre: Você fala sobre boxe chinês… como é o procedimento, diga, nosso tipo de boxear? (Ocidental).

Bruce Lee: Bem, primeiro nós usamos os pés.

Pierre: Uh-huh isso é um começo.

Bruce Lee: E então nós usamos o cotovelo.

Pierre: Você usa o dedo polegar também?

Bruce Lee: Você fala assim cara, nós usamos isso!

Pierre: Você usa tudo?

Bruce Lee: Você tem, entende, porque isso é a expressão do corpo humano. Quero dizer, de tudo, e não só a mão! Quando você está falando sobre combate, bem, se isso fosse um esporte… Então estaríamos falando sobre qualquer outra coisa, com regulamentos, e regras… mas se você está falando sobre luta, como é o caso…

Pierre: Não há regras…

Bruce Lee: … sem regras, bem, então, é melhor você treinar toda parte do seu corpo! E quando você soca… Vou me inclinar um pouco para frente espero não estar atrapalhando os ângulos da câmera. Eu quero dizer que você tem que pôr o quadril inteiro nisto, e soltar o golpe! (Lee soca duas vezes, muito rápido) E adquire toda sua energia de lá e faz disso uma arma.

Pierre: Não quero me cruzar contigo em qualquer noite escura, já lhe falo isso agora mesmo! Você veio a mim com uma bela rapidez ali! Qual é a diferença entre boxe chinês e isso que nós vemos esses caras jovens fazendo às oito em ponto todas as manhãs nos jardins e parques chamado “shadowboxing”. O que eles estão sempre fazendo?

Bruce Lee: Bem, de fato, entende, isso faz parte do boxe chinês. Há muitas escolas, escolas diferentes…
Pierre: Todo o mundo aqui parece ir assim (se movimenta com um movimiento de tai-chi) todo o tempo.

Bruce Lee: Bem, isso é bom. Quero dizer, eu estou muito contente, eu estou muito contente em ver que pelo menos alguém cuida de seu próprio corpo, certo?
Pierre: Sim.

Bruce Lee: Quero dizer que isso é um bom sinal. Bem, isso é uma lenta forma de exercício que é chamada Tai-Chi-Chuan… Estou falando mandarim agora mesmo… em cantonês, “Kai-di-kune”, e é mais que um exercício pros mais velhos, não tanto para o jovem.

Pierre: Me dê uma demonstração; me mostre, você pode fazer um pouco disso?

Bruce Lee: (Sentado faz uma demonstração do Tai-chi por meio de uns movimentos de mão…). Quero dizer, mão-sábia, isso é muito lento e você empurra isso pra fora, mas o tempo todo você está mantendo a continuidade; dobrando, estirando, tudo isso. Você apenas mantém isso movendo.

Pierre: Se parece um dançarino de balé aí…

Bruce Lee: É. Quero dizer que pra eles a idéia é “água corrente nunca perde frescor.” Assim você simplesmente tem que “continuar fluindo”.

Pierre: De todos seus alunos, famosos, James Garner, Steve McQueen, Lee Marvin, James Coburn, Roman Polanski, Quem era o melhor? Que se adaptou melhor a esta forma oriental de exercício e defesa?

Bruce Lee: Bem, dependendo… como um lutador, Steve… Steve McQueen… agora, ele é bom nesse departamento porque, aquele filho da mãe adquiriu a dureza nele…

Pierre: Eu vejo isso na tela…

Bruce Lee: Quero dizer, ele diria, “certo baby, aqui estou eu, cara”, você sabe, e ele faria isso! Agora James Coburn é um homem amante da paz…

Pierre: Eu o conheci.

Bruce Lee: Certo? Quero dizer, você o conheceu…

Pierre: Sim.

Bruce Lee: Quero dizer que ele é, realmente agradável, super jovial, e tudo isso…

Pierre: Sim, ele é!

Bruce Lee: Agora, ele aprecia a parte filosófica disso. Então, sua compreensão sobre isso é mais
profunda que a do Steve. Assim é realmente difícil dizer, entende o que estou dizendo agora?

Pierre: Entendo…

Bruce Lee: Quero dizer que é diferente, dependendo do que entende disso…

Pierre: É interessante, nós não fazemos em nosso mundo, e não tem desde a época que os gregos fizeram, filosofia e arte combinada com esporte. Mas é muito claro que a atitude oriental é isso, as três são facetas da mesma coisa.

Bruce Lee: Cara, escute. Entende, realmente… Para mim, no fim das contas, arte marcial significa expressar-se honestamente. Agora, isso é muito difícil de fazer. Quero dizer que pra mim, é fácil fazer um show, ser convencido me encher de arrogância, me achar o máximo, e tudo isso. Ou fazer todo tipo de coisas falsas, você entende o que eu quero dizer? Enganar. Ou eu posso te mostrar
alguns movimentos realmente elegantes, mas, se expressar honestamente, sem mentir a si mesmo… me expressar com sinceridade, isso, meu amigo, é muito difícil de fazer. E você tem que treinar. Você tem que manter seus reflexos pra quando você precisar… eles estarem lá! Quando quiser se mover, você se move e
quando se mover, estar determinado a se mover. Levando uma polegada, nada mais que isso! Se eu quiser socar, eu vou socar cara,  e eu vou mesmo! Então, é este o tipo de coisa que você
precisa colocar em prática. Se tornar uno com… Você pensa… (estala seus dedos) …. é isso.

Pierre: Isso é muito anti-ocidental, essa atitude. Eu quero lhe perguntar por seu filme e carreira de TV, mas primeiro nós faremos um intervalo e então estaremos de volta com Bruce Lee. Eu tenho falado com Bruce Lee, principalmente sobre as artes marciais chinesas, que incluem coisas como boxe chinês, Karatê e Judô que foi o que ele ensinou quando estava em Hollywood depois que ele deixou a Universidade de Washington, onde ele estudou, de todas as coisas, filosofia, se pode acreditar nisso. Mas ele fez mas isso, talvez você entenda por que os dois vão juntos do começo a metade deste programa e talvez você pode entender como ele tem entrado em filmes, ele conheceu muitos atores, mas me falaram que você arrumou emprego em “O Besouro Verde”, onde você atuou como Kato, o chofer, principalmente porque você era o único sujeito chinês que pôde pronunciar o nome do protagonista, “Britt Reid”!

Bruce Lee: Eu quis dizer isso como uma piada, claro! E é um grande nome, cara! Quero dizer toda vez que eu dizia isso naquele momento, estava super-consciente! Realmente quero dizer, agora, isso é outra
coisa interessante, huh? Digamos que você aprende a falar chinês…

Pierre: Sim?

Bruce Lee: Não é difícil de aprender e falar as palavras. A coisa complicada, a coisa difícil, está atrás do que é o sentido no qual tráz a expressão e os sentimentos através dessas palavras. Como, quando cheguei a primeira vez nos Estados Unidos e olhei para um caucasiano, e eu realmente não sabia se ele estava posto
sobre mim ou se ele estava realmente bravo? Porque nós temos modos diferentes de reagir a isso… essas são as coisas difíceis, entende?

Pierre: É quase como se você descobrisse uma raça estranha onde um sorriso não significasse o que significa pra nós. Na realidade, um sorriso nem sempre significa o mesmo, né?

Bruce Lee: Claro que não.

Pierre: Me fale sobre a grande fratura quando você atuou em Longstreet…

Bruce Lee: Ahh, isso é tudo.

Pierre: Eu tenho que falar pro nosso público que Bruce Lee teve uma pequena parte, ou um papel de apoio nas séries de Longstreet e isso teve um enorme efeito na audiência. O que foi isso?

Bruce Lee: Bem, entenda, o título desse episódio particularmente em Longstreet se chama “O Caminho do Punho Interceptando.” Agora creio que o ingrediente próspero nisso foi que eu estava sendo Bruce Lee.

Pierre: Você mesmo.

Bruce Lee: Eu mesmo, certo. E fiz aquela parte, justamente me expressando, como eu disse,
“me expressando honestamente”, naquele momento. E eu, por causa disso, trouxe, sabe, mencionando favoravelmente em, como, a New York Times que diz, como, “O cara chinês que, incidentemente, saiu bastante convincente e ganhou uns seriados” e assim por diante.

Pierre: Você pode se lembrar das linhas chave por Stirling Silliphant? As linhas principais?

Bruce Lee: Ele é um de meus alunos, você sabia disso?

Pierre: Ele também foi?

Bruce Lee: Sim…

Pierre: Todo mundo seu aluno! Mas você leu, havia algumas das linhas principais que expressavam sua filosofia. Eu não sei se você lembra…

Bruce Lee: Oh eu me lembro, eu disse…

Pierre: Como é? Ouçamos…

Bruce Lee: É isso mesmo, ok?

Pierre: Você está falando com Longstreet interpretado por James Franciscus…

Bruce Lee: Eu disse, “Esvazie sua mente, seja amorfo, sem forma, como a água. Agora você coloca a água num copo, ela se torna o copo. Você coloca a água numa garrafa, ela se torna uma garrafa. Você coloca numa chaleira, ela se torna uma chaleira. Agora a água pode fluir, ou pode destruir… Seja água, meu amigo”… Assim, entende?

Pierre: Sim, entendo, eu adquiro a idéia. Adquiro o poder através disso…

Bruce Lee: Aham….

Pierre: Assim, agora, duas coisas aconteceram: Primeiro há uma chance satisfatória de você ganhar
um seriado nos EUA chamado “O Guerreiro”, não é? Onde você usa, as artes marciais em uma
produção ocidental?

Bruce Lee: Bem isso era a idéia original. Agora Paramount, você sabe que eu fiz Longstreet pra Paramount, e a Paramount quer que eu esteja em um seriado. Por outro lado, a Warner Brothers
quer que eu esteja em outro. Mas ambos, eu acho, que querem que eu esteja em um tipo modernizado de algo e pensam que a idéia ocidental está fora! Considero que eu quero…

Pierre: Você quer fazer a ocidental!

Bruce Lee: Eu quero porque, entende, quero dizer, como outro pode justificar tudo isso socando e chutando e violência, exceto no período do oeste? Quero dizer, hoje em dia, quero dizer que
você não passa na rua, chutando pessoas e socando pessoas… (finge alcançar uma arma em sua jaqueta), porque se você faz isso… (saca sua pistola imaginária e aperta o gatilho) Pow! Isso é tudo. Quero dizer, que não me importa o quanto “bom” você é.

Pierre: Sim, uma pistóla, mas isso também é a verdade dos dramas chineses, que são principalmente dramas de fantasia. Eles são todos cheios de sangue derramado mais que aqui!

Bruce Lee: Oh você quer dizer aqui?

Pierre: Sim.

Bruce Lee: Bem, infelizmente, entende, eu espero que o filme que eu faço, explique o porquê da violência cometida… seja certa ou errada, o que for mas, infelizmente, a maioria dos filmes aqui, são feitos principalmente pela violência. Sabe o que quero dizer? Sabe, caras lutando durante 30 minutos, sendo esfaqueado 50 vezes! (atua como se fosse esfaqueado e golpeado, seu micrófone cái fora de sua jaqueta).

Pierre: Fico encantado, aqui, deixe-me lhe devolver seu microfone… Fico encantado que volte…

Bruce Lee: Eu sou um artista marcial…

Pierre: Você voltou para Hong Kong à beira  do sucesso em Hollywood… e cheio disso… e de repente, em virtude de um filme, você se torna um super-astro. Todo mundo te conhece, você teve de mudar seu número de telefone. Você é tumultuado nas ruas. Agora o que você vai fazer? Você vai poder morar em ambos os mundos? Você vai ser um super-astro aqui ou um nos EUA… ou ambos?

Bruce Lee: Bem, deixe-me dizer isso. Em primeiro lugar, eu não gosto da palavra “super-astro”… e lhe direi por quê… porque a palavra “astro”, cara, é uma ilusão. Como ator, você precisa olhar pra dentro de si mesmo, cara. Eu ficaria muito contente se alguém me dissesse: (bate seu punho na outra mão) “Aí cara, você é um super-ator!” Isso é bem melhor do que “super-astro. Então, eu…

Pierre: Sim, mas você tem que admitir que você é um super-astro. Você não vai… você não vai… se você vai me dar a verdade!

Bruce Lee: Eu sou agora… eu estou dizendo isso honestamente, ok? Sim, eu tenho tido muito sucesso, ok?

Pierre: Sim…

Bruce Lee: Mas creio que a palavra “astro” é… Quero dizer que não olho pra mim como um astro. Realmente não. Quero dizer acredite, cara, quando digo isso. Quero dizer não estou dizendo isso porque…
Pierre: O que você vai fazer? Voltemos à pergunta.

Bruce Lee: (risos) Ok.

Pierre: Você vai ficar em Hong Kong e ser famoso, ou você vai para os Estados Unidos e ser famoso, ou você vai tentar comer seu bolo e ter isso também?

Bruce Lee: Eu vou fazer ambos porque, entende, eu já decidi que, nos Estados Unidos, creio que algo sobre o oriental, quero dizer o verdadeiro oriental, deveria ser mostrado.

Pierre: Hollywood não tem mostrado.

Bruce Lee: É verdade, cara. É sempre o rabo-de-porco, saltando ao redor, “chop-chop”, você sabe? Com os olhos puxados e tudo aquilo. E eu acho que é isso mesmo, muito defasado.

Pierre: É isso retifica que o primeiro trabalho que você teria, estava sendo emitido como o “Filho Número 
Um de Charlie Chan”?

Bruce Lee: Sim, “Filho Número Um”. (Os dois ríem).

Pierre: Eles nunca fizeram o filme?

Bruce Lee: Não, eles iam fazer como um novo James Bond chinês ou coisa do tipo. Agora que, sabe, “o velho homem Chan está morto, Charlie está morto, e o filho dele está continuando”.

Pierre: Oh entendo. Mas eles não fizeram isso.

Bruce Lee: Não, veio o Batman entende. E então tudo começou a entrar naquele tipo de coisa.

Pierre: Como em “O Besouro Verde”?

Bruce Lee: Sim.

Pierre: No qual você estava…

Bruce Lee: A propósito, eu fiz um trabalho realmente terrível nisso, eu tenho que dizer.

Pierre: Verdade? Não gostou de você nisso?

Bruce Lee: Oh, não.

Pierre: Eu não o vi. Porém, deixe-me lhe perguntar, sobre os problemas que você enfrenta como um herói chinês num seriado americano. As pessoas já te disseram: “bem nós não sabemos como o público vai aceitar um não-americano?”

Bruce Lee: Bem, essa questão foi levantada. Sim, há essa discussão. E é provavelmente o
motivo que “O Guerreiro” não saia.

Pierre: Entendo.

Bruce Lee: Entende? Porque, infelizmente, essas coisas existem neste mundo, entende. Como, sei lá, em certas partes do país, certo? Eles acham que, comercialmente, é um risco. E eu não os culpo… eu não os culpo. Quero dizer, da mesma maneira, como em Hong Kong, se um estrangeiro viesse e se tornasse um astro, se eu fosse o homem do dinheiro, eu provavelmente teria minha própria preocupação se ele seria ou não aceito. Mas tudo bem, porque, se você se expressa honestamente, não importa, entende? Porque você vai fazer isso!

Pierre: Como sobre o outro lado da moeda? É possível que você, quero dizer que você é razoavelmente anca, e razoavelmente americanizado, você é muito ocidental pro nosso público oriental, você não acha?

Bruce Lee: Eu… oh cara! De forma alguma… Eu fui criticado por isso!

Pierre: Você tem, né?

Bruce Lee: Oh, definitivamente. Bem, deixe-me dizer isso: Quando faço filme chinês eu dou o meu
melhor para não ser tão… americano como, sabe, quanto tive de ser nos últimos 12 anos nos EUA. Mas, quando volto aos EUA, parece ser ao contrário, sabe o que quero dizer?

Pierre: Você é muito exótico, né?

Bruce Lee: Sim, cara. Quero dizer que eles estão tentando conseguir que eu faça muitas coisas que são realmente por eu ser exótico. Entende o que estou tentando dizer?
Pierre: Oh seguramente.

Bruce Lee: Assim, isso é realmente, quero dizer…
Pierre: Quando você mora em ambos os mundos, traz seus problemas como também suas vantagens, e você tem ambos. Tempo para ir ao comercial. Estaremos de volta em instantes, com Bruce Lee. Me deixe lhe perguntar se a mudança da atitude por parte da administração Nixon pra China ajudou suas chances de estrelar em um seriado americano?

Bruce Lee: (risos) Bem, em primeiro lugar, isso aconteceu antes disso. Mas creio que coisas de chinês serão bastante interessantes durante os próximos anos… Não quero dizer que estou politicamente inclinado pra qualquer coisa, sabe, mas…
Pierre: Entendo, mas só estou querendo saber…

Bruce Lee: Mas quero dizer, que uma vez a abertura da China, sabe, quero dizer, que, trará mais compreensão! Mas são coisas que, ei, como diferente, sabe? E talvez no contraste de comparação alguma coisa nova poderia crescer. Então, assim quero dizer que é um período muito rico estando dentro. Quero dizer como, se eu nasci, digamos 40 anos atrás e se eu pensei em minha mente e disse, “menino, eu vou estrelar em um filme, ou estrelar em um seriado na América”, bem… isso poderia ser um sonho vago.
Mas penso, agora mesmo, pode ser, cara.

Pierre: Você ainda pensa em você como um chinês ou sempre pensa em você como um norte-americano?

Bruce Lee: Sabe o que quero pensar de mim mesmo? Como um ser humano. Porque, quero dizer, não quero soar como pergunta a Confúcio, digo… (brincando), mas sob o céu, sob o firmamento,
cara, há apenas uma família. E é exatamente assim, acontece que as pessoas são diferentes.

Pierre: Ok, temos que ir, obrigado Bruce Lee por ter vindo aqui, e obrigado por assistir…

Bruce Lee: Obrigado, Pierre, obrigado.
Você tem visto Bruce Lee, no Show de Pierre Berton. Um programa de meia hora de conversação, opinião e debate.

Entrevista traduzida e editada por:
Vinícius S.A.