segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pôquer supera preconceito e se firma como esporte

Roberto Saraiva - rsferreira@band.com.br

Na última década, o pôquer passou de prática mal vista para esporte reconhecido mundialmente e televisionado para diversos países, mas ainda mantém para algumas pessoas a velha imagem de porões esfumaçados e ilegalidade.

De ilegal a disputa não tem nada, de acordo com o advogado Luiz Guilherme Moreira Porto, que representa a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold`em), entidade oficial do esporte no país. Para ele, não há dúvidas quanto à legalidade, e a área nebulosa vem do preconceito que a sociedade ainda tem. "Não existe disputa judicial, existiria se houvesse alguma discussão, mas não tem porque o pôquer já é reconhecido pela própria lei", afirma Porto.

A Lei de Contravenções Penais descreve o jogo de azar como tendo ganhos e perdas dependentes exclusivamente ou principalmente da sorte. A tese de que o pôquer não se enquadra nessa definição é amplamente aceita no Brasil e no mundo e inibe ações repressivas da polícia. Entre os argumentos usados para legitimar a prática, está o fato de que conhecer as regras e ter a capacidade de contar as cartas na mesa, e portanto as probabilidades, é fundamental para ter sucesso após algumas rodadas, como assinala um laudo feito pelo escritório do ex-professor da Unicamp, Ricardo Molina.

O matemático também ressalta o aspecto psicológico do jogo, já que ler as intenções dos adversários e esconder as próprias é uma tática vital, segundo a maior pesquisa já feita sobre o assunto, pela empresa americana Cigital. Os estudiosos observaram 103 milhões de mãos (rodadas) e concluíram que 75,7% delas terminaram sem que cartas fossem mostradas e sim com um jogador fazendo com que os outros desistissem antes dessa fase. Das que foram até o fim, metade terminou premiando os participantes com os piores jogos, já que os detentores das melhores combinações não "pagaram para ver" e saíram antes. De acordo com o estudo, isso significa que a distribuição aleatória de cartas, onde o fator sorte está presente, representa muito pouco para o resultado do jogo.

A lei também considera jogo de azar as apostas sobre qualquer competição esportiva, com exceção de corrida de cavalos em hipódromos. Esse é o caso do pôquer, provavelmente o único esporte do mundo em que a aposta é o elemento principal da disputa. Para Porto, o que se quer evitar é outras pessoas apostem no resultado dos atletas. "Quando tem uma terceira pessoa apostando numa disputa entre duas pessoas, a chance de perda da ética é maior", considera ele. "Mas quando é você que está apostando no próprio jogo, esse risco não existe. Você não tem como se vender para a própria aposta que fez."

O pôquer tem diferentes tipos de disputa: jogos em que se aposta dinheiro vivo na mesa (cash games), torneios com inscrições pagas nos quais vence quem terminar com fichas, e até partidas valendo dinheiro pela internet. Em um parecer jurídico sobre o esporte, Miguel Reale Junior, ex-Ministro da Justiça e sócio de Luiz Guilherme Porto, afirma que não há diferença de análise, pois em todas o que prepondera é a habilidade. Isso explicaria a inexistência de campeões de dados, roleta ou bingo.

Veja a notícia completa no site do eBand | Jornalismo | Cidades.

Coach Carter – Treino para a Vida

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“Mens sana in corpore sano” é um conhecido pensamento latino que vem sendo repetido há muitas e muitas gerações mundo afora com a finalidade de consolidar entre os homens a necessidade de cuidar tanto do corpo quanto da mente. Invariavelmente encontra-se essa frase em latim em ginásios e instalações esportivas com o intuito de motivar atletas a conquistar melhores resultados em suas competições esportivas.
O filme “Coach Carter – Treino para a Vida”, estrelado por Samuel L. Jackson e dirigido por Thomas Carter, caminha na direção desse velho provérbio latino não no sentido de torná-lo novamente conhecido entre os homens, mas especificamente na busca de uma reinterpretação de sua mais conhecida tradução.
A terminologia latina não é mencionada no filme, na realidade está nas entrelinhas e pode ser percebida e decodificada com facilidade quando termina a exibição da película. O mais interessante é saber que a nova leitura desse conhecido pensamento, que de tão desgastado já pode até mesmo ser considerado um chavão, baseia-se em fatos reais, seus personagens realmente vivenciaram essa notável experiência e acabam, através da mesma, nos dando mais uma importante e interessante lição de vida.
No entanto, antes de se propor a assistir o filme, acredito que você terá que, como eu, superar a resistência que se impõe a nós, cinéfilos diante de mais um filme que tem como temática a superação de estudantes-atletas, motivados pela presença marcante e carismática de um surpreendente professor/treinador e que, em virtude de uma série de reviravoltas em suas vidas a partir de sua experiência no esporte conseguiram vitórias notáveis...
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Esse roteiro já nos parece batido demais e, em função disso, talvez pensemos duas vezes antes de levar o filme para casa. Eu mesmo me vi agindo dessa forma. Não se enganem com as aparências e descrições simplórias da capa e da sinopse. O filme traz muito mais em seu conteúdo do que uma simples história de vencedores do esporte e é nesse ponto que ele atinge o “Mens Sana” latino.
Não basta apenas o “Corpore Sano” surgido da dedicação integral e plena aos treinamentos; Não é suficiente somente a disciplina que leva ao surgimento de muitos campeões; tão importante quanto tudo isso são as vitórias que derivam do estudo, do esforço com os livros e tarefas, da presença e participação em sala de aula. É nesse ponto que “Coach Carter” se diferencia dos demais filmes que tem o esporte como ponto de partida e se torna uma referência diferenciada e inteligente para todos aqueles que trabalham e vivenciam a educação...
O Filme
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A Richmond High School tem um dos piores times de basquete da liga estudantil estadual. Raramente seu time obtém alguma vitória e, nunca conseguiu chegar as fases finais dos torneios locais. Seus jogadores se contentam em apenas fazer algumas jogadas de efeito e, eventualmente, conquistar alguma vitória e dessa forma justificar a sua vida de esportistas.
Os resultados escolares também são lastimáveis e não se referem exclusivamente ao rendimento dos atletas do time de basquete. Poucos são os estudantes dessa escola que conseguem chegar à universidade, muitos desistem até mesmo de completar o Ensino Médio (High School) e a incidência de jovens da comunidade no mundo do crime é bastante alta.
Quando a escola acerta a contratação de um novo treinador para sua equipe de basquete pensando na próxima temporada não imagina que sua chegada vai mexer muito com os brios do time e também com o próprio conceito de escola que a comunidade tem. A maioria das pessoas acredita que treinadores e professores de educação física devem se preocupar apenas com a parte atlética da formação de seus pupilos, não é?
Ken Carter (Samuel L. Jackson), o novo treinador, não pensa dessa forma. Desde o princípio aplica métodos ortodoxos de trabalho visando dar a seus jovens o máximo de disciplina para conseguir nos jogos os resultados que todos gostariam de atingir. Além disso, diferentemente de outros vitoriosos treinadores, Carter defende a tese de que as vitórias do esporte devem também ser transformadas em vitórias na vida futura.
De que valem os troféus que enfeitam os corredores das escolas se depois de tudo isso esses “vitoriosos” atletas não conseguirem diplomas, formação universitária, trabalho, estabilidade, decência e respeitabilidade? Partindo dessa premissa, Carter desafia a comunidade e, mesmo diante de uma excepcional campanha de sua equipe, tranca o ginásio ao mesmo tempo em que cancela jogos para exigir melhor rendimento acadêmico de seus jogadores.
Afinal de contas, como aprendemos com o velho chavão latino, a completude e a harmonia nos seres humanos se dão a partir do momento em que temos o corpo são e a mente também...
Aos Professores
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1- Sempre acreditei que o esporte complementa a formação humana. É através da prática de esportes que aprendemos a trabalhar melhor em equipe; é nas competições que percebemos nossas forças e limitações; é pelos treinamentos duros e contínuos que concebemos em nós mesmos a disciplina e a responsabilidade. Fui atleta durante muitos anos e acredito que as escolas brasileiras deveriam implementar escolinhas e equipes que participassem de torneios regionais e estaduais para motivar as crianças, adolescentes e jovens. Vejo com grande frustração que nossas universidades pouco ou nada investem no esporte. Dessas iniciativas brotariam não só os grandes campeões do basquete, vôlei, atletismo, natação ou futebol (entre outros fantásticos esportes), mas principalmente alunos e futuros cidadãos mais conscientes, sérios, disciplinados e vitoriosos...
2- Tenho viva em minha memória uma afirmação feita por um colega professor de educação física que me disse estar surpreso com a falta de disposição para os esportes entre as crianças e jovens da atual geração de brasileiros. Dizia esse professor que seus alunos dedicam a maior parte de suas energias a jogos eletrônicos e computadores e que as bolas, raquetes e calçados esportivos foram verdadeiramente relegados a segundo ou terceiro plano... O que podemos fazer em relação a isso? Como superar essa inércia? De que forma estabelecer práticas mais saudáveis de vida para nossos filhos e alunos? Devem ser estabelecidos limites ao uso de computadores, Internet ou televisão? Traga esses dilemas ao debate em sua escola. Conversem com os professores, a direção, a comunidade. Temos que orientar melhor os nossos alunos e filhos...
3- Outro indício forte de que precisamos investir mais em esporte refere-se ao alto índice de obesidade entre as crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Não basta patrocinar dietas e utilizar remédios para tentar resolver esse problema sério de saúde pública. Temos que reeducar nossas crianças quanto a alimentação cotidiana e, necessariamente, fazer com que eles pratiquem atividades físicas de modo regular. Que tal conversar sobre isso na escola para motivar o surgimento de treinamentos e exercícios mais constantes?
Ficha Técnica
Coach Carter – Treino para a Vida
Título Original: Coach Carter
País/Ano de produção: EUA, 2005
Duração/Gênero: 136 min., Drama
Direção de Thomas Carter
Roteiro de Mark Schwahn e John Gatis
Elenco: Samuel L. Jackson, Ryan B. Adams, Ashanti, Adrienne Bailon,
Ray Baker, Texas Battle, Michelle Boehle, Rob Brown


http://www.planetaeducacao.com.br

domingo, 28 de novembro de 2010

Gestão de Banca para Jogadores de Cash em NL Holdem


                
                É bastante comum ouvirmos histórias de jogadores de poker que foram à falência várias vezes durante suas carreiras, até que um dia se estabilizaram e conseguiram dar passos rumo à profissionalização. Essas falências geralmente ocorrem porque esses jogadores não souberam respeitar uma boa gestão de banca, que é fundamental para todo jogador de poker se tornar um jogador lucrativo e bem-sucedido.
                Todos sabem da semelhança que o poker tem com a bolsa de valores, e como a relação entre risco e recompensa está presente em ambas as profissões. Por exemplo, você pode investir em ações de empresas que apresentem praticamente risco zero de falência e pode também investir em ações de empresas que não apresentam bons resultados nos últimos tempos, cujos riscos são altíssimos. Mas geralmente o investimento nestas últimas pode trazer um lucro significativo quando estas empresas mostram uma grande recuperação, enquanto que os investimentos naquelas outras empresas costumam não trazer lucros tão altos.
                No poker não é diferente. No entanto jogar em limites mais altos pode trazer conseqüências ainda mais sérias, como por exemplo perder todo o seu bankroll que você levou meses para conseguir em apenas uma mão mal jogada ou em uma bad beat.
                Uma boa gestão de banca para os jogadores de small stakes seria jogar limites dos quais você possua pelo menos 25 buy ins. Por exemplo, jogar NL2 (0,01/0,02) quando você tiver um bankroll de no mínimo $50,00. E outra coisa importante é saber descer de limite quando suas perdas estiverem sendo constantes. Aconselha-se descer de limite quando seu bankroll descer para o valor de 25 buy ins do limite inferior ao que você está jogando. Por exemplo, suponhamos que você está jogando NL4 (0,02/0,04) e seu bankrrol desce para $50,00, então você deve descer para NL2.
                Quanto a gestão de banca na NL50 (0,025/0,50) ou maior, aconselha-se que você tenha um bankroll entre 40 e 50 buy ins daquele limite, algo em torno de $2000,00 para a NL50. Isto porque as perdas serão obviamente maiores até o momento que você se adaptar àquele novo limite e seus ganhos começarem a ser constantes.
                Por isso é fundamental termos isso em mente: Fazer uma boa gestão de banca é tão importante quanto jogar bem. Ou você se preocupa com esse aspecto de sua carreira se quiser levar o poker à sério, ou então é melhor voltar a jogar com dinheiro fictício.

(Francisco Junior)

sábado, 27 de novembro de 2010

Apostas Pós-flop

Nas apostas pós-flop, a chave principal do sucesso é controlar o tempo, se manter na posição de controle, isto é, tomar suas decisões depois de seus oponentes. Através de suas apostas você pode fazer muitas coisas:

Você pode usar apostas e raises para ganhar informações sobre seus oponentes. Um dos maiores erros que uma pessoa pode cometer no poker é dar check/call. Eu vejo muitos jogadores fazendo isso e é um erro fundamental. Porque é errado? Bem, por que é sua aposta ou raise que define a mão de seu oponente. Se você der check e call, você não terá a menor idéia do que o seu oponente tem. Ele pode estar em um draw. Pode ter um par médio. Pode estar nuts. Pode estar aplicando um grande blefe. A menos que você aposte, você não saberá. Apostando ou aumentando você também receberá o benefício extra de levar o pote quando seu oponente der fold.

Quando você dá check e call, você não apenas elimina isso, mas também aumenta o tamanho do pote para tornar correta uma aposta baseada no pote por seu oponente, para aplicar pressão em você na próxima rodada. Há mais um benefício em apostar/aumentar (especialmente quando você tem posição) – se você for pago, você geralmente receberá check na rodada seguinte e se você estiver em um draw, você poderá ver uma carta grátis (ou se você tiver uma mão forte, mas não nuts, você poderá dar check e pagar uma aposta no river, enquanto não poderia pagar um check/raise no turn).

Tente isso algumas vezes. Digamos que você tenha acertado o par do meio no flop no Big Blind contra um jogador que entrou de limp na mão. Saia apostando. Se você der check, você sabe que ele irá apostar. O que você fará então? Fold, call ou raise? Se você sair apostando, ou ele irá dar fold por ter errado o flop (na maioria das vezes), ou ele dará call por estar em um draw (ou até com duas cartas mais altas do que as do flop) ou ele irá dar raise porque ele acredita ter a melhor mão. Se você der check e call, você não saberá se ele tem ou não uma mão melhor que a sua. Ele poderia ter apenas um par de 2’s, mas porque você está dando check/call, você irá dar fold eventualmente por causa da incerteza que você mesmo criou (e geralmente seria correto para seu adversário continuar apostando, a menos que ele o tenha classificado como um calling station).

Você pode colocar seu oponente em um range de mãos baseado na reação dele à suas apostas e raises. Você já se perguntou como os profissionais colocam alguém em uma determinada mão? Certamente não é porque são videntes. É porque eles viram algo na maneira como o oponente está jogando e/ou apostando ou viram uma situação que já se repetiu centenas de vezes antes dessa. É por isso que sua experiência nos sites como o Full Tilt Poker e PokerStars nestes torneios de buy-in baixo é muito valiosa. As centenas de mãos que você está jogando estão te dando informações valiosas sobre os tipos de mãos que um oponente pode estar jogando.

Para saber isso, você deve prestar muita atenção à maneira os jogadores na sua mesa jogam. Eles apostam forte com mãos fortes, ou eles mixam o jogo? Eles apostam pouco quando têm uma mão forte e apostam forte quando têm uma mão fraca? Com que mãos eles apenas dão call? Com que mãos eles dão raise?

Preste atenção, e com o tempo você descobrirá o que eles estão fazendo. Eles estão dando check e call quando há duas cartas do mesmo naipe no flop? Provavelmente um flush draw – faça-os pagar por isso.

Eles estão dando check e call quando há duas cartas conectadas no flop? Provavelmente um straight draw – faça-os pagar por isso.

Ele apostou pouco ou deu call no seu raise em um bordo com alguns draws? Provavelmente um par alto com kicker baixo – faça-os pagar por isso.

Eles deram call no seu raise pré-flop e deram check no flop após você dar check e depois aplicaram um raise no turn? Provavelmente dando slowplay em uma mão muito forte, esperando que você coloque todo o seu dinheiro no pote.

Eles apostaram alto em relação pote? Provavelmente uma mão que não quer ser paga e está tentando comprar o pote.

E aqueles raises pequenos quando você aumenta pré-flop? Provavelmente é uma grande mão querendo call.

E aqueles grandes re-raises quando você aumenta pré-flop? Dependendo do jogador, pode ser uma mão como JJ/AK que sente que tem a melhor mão no momento, mas que prefere não ver o flop.

Contribuído por: Aaron Hendrix
Site:PokerWorks

Evangelho brutal!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais sobre a decisão do CONAR..

Em Setembro, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) suspendeu um comercial do Full Tilt Poker veiculado no Discovery Channel, sob a alegação que, por se tratar de um jogo de azar, seria uma contravenção penal exibi-lo. Prontamente, a Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), junto à sala de poker online e o canal de TV a cabo, recorreu da decisão. Os pareceres do jurista Miguel Reale Jr. e do Tribunal de Justiça de São Paulo (cedidos pela CBTH), a liminar concedida em Santa Catarina para a realização do LAPT Florianópolis e a inclusão do poker na International Mind Sports Association (IMSA - entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional) foram as armas da defesa para reverter a decisão do CONAR. Cerca de dois meses depois, a entidade mudou o seu entendimento sobre o jogo e liberou o filme publicitário.
Após avaliar todo o material que lhe foi enviado, o Conselho de Ética do CONAR foi unânime em admitir que o poker não pode ser considerado um jogo de azar, e sim de estratégia e habilidade. Desta forma, não se enquadra no Art. 50 do Decreto-lei 3688/41 e não pode ser considerado um jogo proibido no Brasil.
A decisão foi muito comemorada por toda a comunidade do poker nacional e as palavras do Presidente da CBTH Igor Federal refletem essa grande vitória: "Esta decisão do Conselho de Ética do CONAR é a maior vitória do poker nacional em 2010, juntamente com a inclusão do poker na IMSA, a entrada do BSOP na televisão, a volta do LAPT para o País e o parecer do Miguel Reale Jr. que inclusive ajudou o CONAR a entender o poker como um jogo de habilidade. As informações e laudos jurídicos fornecidos pela Confederação para a defesa do Full Tilt foram argumentos fundamentais para que o Conselho de Ética do Conar concluísse que o poker não é jogo de azar e, portanto, não é ilegal."
Ainda assim, o CONAR julgou necessária uma alteração na propaganda, distinguindo de forma mais clara o FullTiltPoker.net (totalmente gratuito) do FullTiltPoker.com (que permite apostas em dinheiro).
Parabéns CBTH, Full Tilt Poker e Discovery Channel!

Site pokernews.com, 26 de novembro de 2010.

CONAR diz que poker não é proibido no Brasil


Pouco mais de dois meses após o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) proibir a veiculação de uma propaganda do Full Tilt Poker na TV a cabo alegando que o poker seria um jogo de azar e, portanto, proibido no Brasil, o órgão regulador voltou atrás e emitiu decisão de seu Conselho de Ética alterando a deliberação anterior.

Em setembro de 2010, o Conar havia decidido pela suspensão de um específico filme publicitário do Full Tilt, veiculado no Discvery Channel em dezembro de 2009. Apesar da decisão atingir somente aquela peça cinematográfica, ela era baseada no fato de o poker ser considerado um jogo de azar e, portanto, caracterizado como uma contravenção penal no Brasil.

Agora, o Conselho de Ética do órgão regulador foi unânime na visão de que o poker não pode ser considerado um jogo de azar e que se trata de um jogo onde estratégia e a habilidade dos jogadores são mais importantes que o fator sorte. Portanto, a atividade não se encaixa no Art. 50 do Decreto-lei 3688/41. Ou seja, após a nova análise, o Conar concluiu definitivamente que o poker não é um jogo proibido no Brasil.

Para CBTH, decisão do Conar sobre propaganda do Full Tilt é uma “vitória do poker nacional”

A mudança de posição do Conar teve influência direta da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Holdem), que auxiliou a defesa do Full Tilt e do Discovery Channel com informações e documentos que comprovam que o poker não é jogo de azar, como havia sido definido pelo Conar no primeiro momento.

Os pareceres do jurista Miguel Reale Jr. e do Tribunal de Justiça de São Paulo (cedidos pela CBTH), a liminar concedida em Santa Catarina para a realização do LAPT Florianópolis e a inclusão do poker na IMSA (entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional) foram os principais argumentos para que o Conar chegasse à conclusão de que o poker não pode ser incluído na lei de contravenções penais.

A nova decisão permite a veiculação da referida propaganda, mas exige que ela seja alterada para que fique mais clara a diferença entre o fulltiltpoker.com (que permite as apostas em dinheiro) e o fulltiltpoker.net (gratuito), com o intuito de minimizar a possibilidade de o telespectador confundir o site de apostas e o de play money.

A nova e definitiva decisão do Conar não é uma boa notícia só para o Full Tilt e o Discovery Channel: ela abre possibilidade para que todos os canais brasileiros – a cabo e abertos – permitam veiculação de propaganda e conteúdo programático relacionados ao poker. Dada a importância do fato, o SuperPoker entende que a nova decisão tem valor incalculável para o crescimento do poker no Brasil. 

Site SuperPoker 25 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quem Foi Stu Ungar? - O Pelé do pôquer


O maior jogador de pôquer da história só perdeu para a cocaína e para as corridas de cachorros
Álvaro Oppermann

Ninguém ganhou mais torneios em Las Vegas ou jogou tão bem nas mesas de pôquer quanto Stu Ungar. Seu raciocínio e elaboração de estratégias eram fora do comum. Suas partidas eram espetáculos. Alguém falou em Pelé? Melhor pensar numa síntese de Pelé e Garrincha.
Stu nasceu em 1953 em Nova York. O pai, um imigrante judeu, ganhava a vida como bookmaker em corridas de cavalos. A mãe era fanática por pôquer. Com 7 anos, Ungar aprendeu as manhas do jogo. Com 10, já era craque e aos 15 caiu nas graças da família Genovese, da máfia, ganhando acesso aos clubes ilegais de carteado. Em 1978, não tendo mais de quem ganhar na sua região, foi para Las Vegas. Na sua primeira partida de pôquer nos cassinos locais, perdeu 20 mil dólares em 15 minutos, mas depois de 36 horas na mesa recuperou a quantia e ainda amealhou outros 27 mil dólares. Em 1980, com 26 anos, foi campeão mundial. Levou 365 mil dólares para casa. No ano seguinte, foi bicampeão.
Até Stu aparecer em Vegas, o pôquer era dominado por caubóis. Carismático, logo virou pop star na cidade. Era galanteador com as mulheres e implacável com os adversários. Tinha memória fotográfica absoluta: se visse rapidamente as cartas sendo embaralhadas, saberia depois qual a combinação de cada pessoa na mesa. Somado à sua agressividade, à frieza para blefar com milhares de dólares e a capacidade de perceber na cara de seus adversários o que estavam planejando, ele amedrontava quem jogasse com ele. "Seu cérebro funcionava 99% mais rápido do que o de qualquer outra pessoa na mesa", dizia o jogador Mike Sexon.
Sua saúde, no entanto, tinha dois adversários: as noitadas com mulheres e a cocaína. O seu bolso tinha um ainda pior: ele não passava um dia sem apostar, principalmente em corridas de cachorros (jogo que adorava, mas do qual não entendia nada). Ficou pobre. Em 1997, com dinheiro emprestado, conseguiu ainda entrar – e vencer – pela última vez o campeonato mundial. Gastou em 4 meses o prêmio de 1 milhão de dólares e, em 1998, numa espelunca em Las Vegas, o destino lhe deu a cartada final. Foi encontrado morto por ataque cardíaco, sujo como um mendigo. Dos 30 milhões de dólares que ganhou em sua carreira, restavam-lhe 800. Bem, no jogo da vida, a casa sempre ganha. Até de Stu Ungar.

• Foi quem mais faturou no pôquer. Ganhou 3 vezes cada um dos dois torneios mais importantes, além de 10 outros campeonatos de apostas altas. Os craques que mais se aproximaram disso ganharam só a metade.
• Era desorganizado. Nunca abriu uma conta bancária. Ficou milionário e perdeu tudo pelo menos 4 vezes na vida. Uma vez, com 3 milhões de dólares no bolso, teve a luz cortada por falta de pagamento.
• Aparentava ser mais jovem do que era. Aos 35, precisou tirar do bolso um maço de 10 mil dólares e mostrar a um garçom, como prova de que era maior de idade.

Artigo traduzido: Não leia essa dica, por Phil Ivey


No que diz respeito a conselhos sobre poker, minha atitude é bem simples: procure por eles, os absorva, mas quando estiver na mesa, esqueça-os.
Eu acredito piamente que devemos aprender o jogo jogando-o. Não estou dizendo que não existem vários bons materiais por aí para ajudar os jogadores melhorarem seus jogos ou que livros sobre poker e tutoriais não têm o seu lugar. Eles têm. Entretanto, o problema que eu vejo com as pessoas que se utilizam desse tipo de ajuda é que eles acabam por jogar como se fossem outra pessoa ou – ainda pior – a jogar como todo mundo joga.
Uma das coisas que tornam o poker um bom jogo é que não existe jeito certo ou errado de jogá-lo. Cada jogador tem sua própria abordagem e a chave, na minha opinião, é pegar as coisas que você aprende com os outros jogadores e incorporá-las no estilo de jogo que funciona pra você.
Existem alguns jogadores que têm uma abordagem bastante matemática no poker e, para eles, isso funciona. Eles estudam as probabilidades e tomam decisões baseadas no fato de estarem ou não obtendo o preço correto para colocar as fichas no pot. Esse é um jeito sólido de se jogar, mas o fato é que essa não é a abordagem correta para todo mundo.
Calcular as probabilidades pode certamente ajudar você a decidir se está fazendo uma jogada inteligente, mas não leva em consideração contra quem você está jogando. Muitas vezes você irá calcular tudo corretamente, mas a decisão final ainda dependerá do feeling que você está tendo do seu oponente ou da situação em si. Será que esse cara tem uma boa mão? Será que eu consigo tirá-lo do pot? Estou entrando em problemas aqui? Mesmo se a estatística disser que você tem que jogar, seu instinto pode estar te dizendo algo diferente, e isso é algo que você só consegue desenvolver jogando.
Depender muito dos conselhos dos outros pode dificultar o aprendizado desse tipo de habilidade, porque sua mente começa a ficar confusa. Você fica tão focado em probabilidades, estatísticas e estratégias que acaba esquecendo que está jogando contra outra pessoa e que você deve tentar descobrir o que ela está tentando fazer. Seu oponente está assustado? Ele é um maníaco? Vai foldar se você apostar alto? Na minha opinião, essas são as coisas importantes e que devem ser mantidas na sua mente durante uma mão.
Isso já foi dito antes, mas não custa repetir: poker não é sobre as cartas, é sobre os jogadores e as situações. Jogadores vencedores entendem que às vezes você tem que arriscar. Às vezes suas jogadas vão funcionar, outras vezes não. Não importa se você ganha a mão ou não, você tem que fazer a jogada que considera a melhor.
Ao final de uma mão ou sessão, volte e estude as situações em que você acertou e seja honesto com você sobre as situações onde você cometeu erros. Entretanto, não super analise uma situação, imaginando o que você poderia ter feito diferente, porque isso pode atrapalhar sua mente na próxima vez que for jogar. Identifique seus erros, aprenda com eles, e siga em frente. Só porque alguma jogada não funcionou do jeito que você queria, não significa que você não deveria ter tentado. Como eu disse antes, algumas coisas você tem que aprender jogando.
Então este é meu conselho: leia esse artigo, leia outros artigos e livros sobre poker e absorva bastante conhecimento. Porém, no fim do dia, quando for para a mesa de poker, você tem que confiar nos seus instintos e jogar o seu próprio jogo, não o de outra pessoa.

Artigo escrito por Phil Ivey para o site do Full Tilt Poker.

72 Dicas Bem Simples de Poker


1-Leia tudo o que você encontrar sobre poker.
2-Tente conversar com qualquer pessoa sobre poker.
3-Salve todas as mãos que você teve dificuldade em jogar.
4-Discuta suas mãos em fóruns e qualquer lugar que você possa.
5-Pague um coach de Poker ou se registre numa escola online.
6-Sempre reveja sua session e aprenda a melhorar pelo seu próprio esforço.
7-Calcule e veja qual a sua equidade.
8-Aprenda a aplicar Gama de Mãos.
9-Tenha a mente aberta e teste tudo.
10-Entenda os conceitos do Poker e tente adequá-los de acordo com o seu estilo.
11-Seja generoso – Ajude os outros com o que você sabe.
12-Seja como um camaleão – Veja como os jogadores vencedores jogam, pense em como jogam e então os copie.
13-Se você pensa que o Poker vai te fazer rico rápido, você está enganado.
14-Longos períodos de “má sorte” acontecerão. Jogue tight nesses períodos, faça mais intervalos e discuta mais mãos para ter certeza de que você está jogando seu melhor.
15-Ame seus erros. – Afinal, como você saberia o que melhorar?
16-Seja autocrítico, mas não se crucifique. Todo erro é um investimento se você aprende a partir dele.
17-Aprenda como identificar/explorar os padrões dos jogadores e como tirar vantagem deles.
18-Foque no seu jogo e invista em cursos online – Seja Sit & Go’s, Torneios ou Cash Games. Escolha um como seu foco principal. Dicas Essenciais para Iniciantes 
19-Sempre jogue Tigh!
20-Tente diferentes modalidades de Poker. – Apesar do Texas Hold’em ser o mais popular, não significa que esse será o seu jogo.
21-Estude o jogo o máximo que você puder.
22-Tenha paciência. – Foi muito frustrante pra mim no começo, mas torne essa frustração em determinação e você estará bem pra seguir em frente.
23-Mantenha-se calmo. – Isso é muito importante durante toda sua carreira de jogador de Poker, mas especialmente agora no começo.
24-Torne-se um mestre em game selection.
25-Seja simples.
26-Veja as 8 primeiras dicas nessa lista e faça delas seus 8 mandamentos. Dicas para fazer Postar nos Fóruns
27-Poste coisas significativas.
28-Poste coisas engraçadas.
29-Não poste só mãos padrões nos fóruns. – Procure nos arquivos do fórum primeiro e aprenda.
30-Discuta mais outras mãos, pelo menos mais do que postar as suas.
31-Não tenha medo de chamarem sua atenção. É assim que você aprende.
32-Participe! Quanto mais mãos você analisar e pensar sobre o processo, melhor você se tornará. Dicas de Poker Coach
33-Encontre um coach com experiência e um bom arquivo de mãos.
34-Procure saber o que os outros pensam sobre tal coach.
35-Não contrate um coach High-stakes quando você só precisa de um Low-stakes.
36-Contrate um coach quando você está “running bad”.
37-Não importa quão bom um coach deve ser, ele pode não ser o certo pra você. Tente vários coachespara ter várias perspectivas. Ás vezes você precisa ouvir a mesma informação de diferentes ângulos para entender por completo.
38-Assine um site como Cardrunners ,Stoxpoker, TV Poker Pro,etc.
Dicas de Estratégias de Poker
39-Foque nos fundamentos. – Poker sólido ganha dinheiro.
40-Não caia na armadilha de que Poker é sobre grandes moves.
41-Se você não sabe as situações certas para blefar,não blefe.
42-Aprenda a se ajustar aos diferentes tipos de jogadores.
43-Joque Tight fora de posição.
44-Não caia numa guerra de egos. Administração da Bankroll 
45-Tenha uma específica regra de administração da sua Bankroll.
46-Tenha pelo menos 20 buy-ins para o limite que você está jogando e desça um limite se você cair para menos que isso.
47-Tenha suas regras bem específicas que você não possa quebrá-las sem saber que está quebrando. É fácil você se enganar.
48-Se esforce para não quebrar. Se você quebrar você não poderá mais jogar (chocante né?). Disciplina
54-Aprenda como você entra em Tilt.
55-Pare de jogar se você perdeu um grande pote ou faça uma pausa.
56-Se você sentir qualquer tipo de mudança emocional no seu corpo depois de sofrer uma bad beat ou várias, ou só não está recebendo nenhuma carta – levante-se ou simplesmente saia do jogo.
57-Disciplina é um dos pilares chave da frágil casa de cartas. – Se você não usar, a casa cai.
58-A maioria das downswings ou períodos longos de má sorte são devidos pela má disciplina.
59-Não tenha medo/vergonha para descer de limite se você está com problemas. Faça Notes 
60-Como ele joga mãos fortes?
61-Como ele joga mãos de força média?
62-Como ele joga mãos fracas?
63-Como ele joga draws? Percepção 
64-Qual sua imagem na mesa?
65-Aprenda a manipular sua imagem na mesa.
66-Aprenda como usar o que os outros sabem contra eles mesmos.
67-Aprenda a sair do jogo quando não está bom ou quando sua imagem na mesa não é notada.
Felicidade
68-Não desperdice sua energia se lamentando do quanto você é azarado.
69-Faça pausas.
70-Seja específico sobre o que você quer. (escreva seus objetivos).
71-Use seus lucros para tirar férias ou pagar um jantar pro seus amigos e família!
72-Se divirta jogando.

Artigo originalmente publicado no site ThePokerHowTo, traduzido por "GBllack" no Fórum MaisEV

Pôquer, o vilão do ano?

"Eu pago a aposta e aumento... a sua Alma!"

Nesta segunda-feira, li um artigo que me deixou muito surpreso. Quando procurei por “pôquer” no Google News, o terceiro resultado tinha uma chamada assustadora – “Pôquer online: o mal do ano”. Estava no site do jornal DCI. Pelo tom do título, eu já sabia o que me esperava quando cliquei no link.
Da primeira à última vírgula, discordei de tudo o que o autor escreveu. Achei de um conservadorismo tremendo. Nos últimos anos, o pôquer quebrou muitas barreiras no Brasil. O preconceito quase sumiu. Gosto de dizer, na minha coluna da CardPlayer Brasil, que até algum tempo atrás, o jogador de pôquer tinha síndrome de vira-lata (para citar a genial expressão do Nelson Rodrigues). Bastava a carrocinha virar a esquina e nós tremíamos, com medo de sermos laçados e transformados em sabão. Hoje, não mais. O pôquer ficou glamoroso, tão pop quanto a sopa Campbell’s do Andy Warhol.
O pôquer cresceu tanto que, atualmente, é quatro vezes maior do que o tênis no país. Enquanto o tênis distribui R$ 2,5 milhões em premiação ao longo do ano, o pôquer já passou a cifra dos R$ 10 milhões.
Decidi entrar em contato com o autor do citado artigo, Wenderson Wanzeller, um consultor financeiro. Wenderson gentilmente respondeu a todas as minhas perguntas. Devo notar que, apesar de discordar intensamente dele, respeito a sua opinião. Nada é unânime nesse mundo, e não tenho a pretensão de que o pôquer um dia seja.
Abaixo, transcrevo alguns dos pontos mais polêmicos do texto, as minhas reflexões, as de Wenderson e, eventualmente, algumas notas.
“O pôquer não é e nunca será uma profissão. (…) Não existe curso técnico, faculdade nem diploma de jogador.”

Eu digo: Segundo o dicionário, profissão significa “trabalho para a obtenção dos meios de subsistência”. Quem vive do pôquer, portanto, é um profissional das cartas. Além disso, o pôquer é comparado ao judô no artigo. Também não existe curso técnico, faculdade nem diploma para judocas.

Wenderson responde: Em relação à profissão, não faço essa afirmação sobre o judô. Refiro-me ao judoca como um esportista. Contudo, o atleta de judô é sim um profissional. Quem diz isso é a Classificação Brasileira de Ocupação (CBO – 3771-20).

Nota – A CBO também não classifica a categoria de enxadrista. O que foram, então, Kasparov e Bobby Fischer, na opinião da entidade?

“Nem de longe o pôquer é um esporte. (…) Tênis é um esporte. Jogue tênis com o Guga e depois diga quantos saques você devolveu.”

Eu digo: As chances de um amador vencer um grande campeão, como o Alexandre Gomes, numa partida de mano a mano, é quase nula, também.

Wenderson responde: Não sou contra a tentativa de se reconhecer o pôquer como esporte. Depois das várias manifestações que recebi, percebo que tem gente esclarecida trabalhando por isso.

“No Brasil, jogar pôquer apostando dinheiro é contravenção. Do jogo no boteco à casa de luxo. Se for no Brasil, e estiver valendo, é ilegal.”

Eu digo: Em lugar nenhuma da legislação brasileira está dito isso.

Wenderson responde: Essa colocação é interessante. Mas, mesmo reconhecendo minha afirmação, acho que não devemos entrar no mérito jurídico. O que conheço de Lei é o que a própria Lei exige, ou seja, o necessário para saber que não devo apelar para o desconhecimento de sua existência para me livrar da prática de um crime ou, dependendo do caso, de uma contravenção.

Nota – O Decreto Lei nº 3.688 proíbe a exploração dos jogos de azar (em que “o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte”). Mas não diz se o pôquer se enquadra ou não na categoria.

“O pôquer não está sendo tradado como jogo de salão. Torneios que cobram a inscrição, menos mal. Se o valor for simbólico, não há o que se falar. Passou disso, em solo nacional, é contravenção.”

Eu digo: A inscrição para a São Silvestre custa R$ 500 no bloco principal. O prêmio do campeão é de R$ 28.000. Em que essa disputa difere de um torneio de pôquer?

Wenderson responde: Neste ponto me referi aos torneios de salão. Tudo bem se a associação dos jogadores de buraco organizar eventos cobrando pela participação. Acho que o mesmo se aplica ao pôquer. O que não pode haver e uma manipulação para transformar esta prática em aposta disfarçada. No caso da São Silvestre citado por você, estou de acordo, lembro apenas que o evento ocorre apenas uma vez por ano.
“O pôquer não passa de um jogo de azar.”

Eu digo: Como explicar, então, um jogador ser oito vezes campeão mundial na WSOP, caso do Phil Ivey?

Wenderson responde: Apesar de não conhecê-lo, não acredito que o Phil Ivey seja campeão somente pelo fator sorte. Reconheço que existem habilidades no jogo. Exemplo: blefar, mentir, insinuar, persuadir, etc. Decorar as probabilidades de vencer com combinações de cartas também é uma dessas habilidades. Mas, falando em probabilidades, qual seria a chance dele vencer um novato que tivesse uma mão de dois ases? Acho que somente habilidade não faria diferença.
Nota: Nenhum jogador é obrigado a entrar numa mão. Se o amador apostar com os dois ases, o Ivey pode simplesmente sair da jogada e ir para a próxima.

“O pôquer não passa de um jogo de azar.” (Parte II)

Eu digo: Há estudos e laudos técnicos que comprovam que o pôquer é um jogo de habilidade. Você poderia citar uma fonte segura que diz o contrário?

Wenderson responde: Infelizmente não posso responder esta pergunta da forma como você a coloca. O que posso afirmar é que tive uma infância num bairro muito violento. Muitos de meus colegas se perderam no vício das drogas, álcool e dos jogos. Quando digo que é jogo de azar, é porque muitos dos jovens que eu conhecia foram detidos pela polícia por jogar baralho valendo dinheiro, e o jogo de pôquer era um deles. Ressalto também que, neste momento, meu clamor é para voltarmos os olhos para os sites online de pôquer. O próprio título do artigo diz “Pôquer online: o mal do ano”. Nesses últimos dias tenho recebido críticas e elogios de todas as formas. Em relação às críticas, mais de 80% são de jovens que jogam pôquer online valendo dinheiro. Sinceramente, não imaginei que os apelos comerciais já tivessem influenciado tanto a nossa juventude – vide artigo. Sou um religioso não radical. Da mesma forma que você respeita a minha opinião, respeito a sua e a de todos os praticantes do jogo. Concordar é algo diferente. Ressalto que já solicitei ao nosso departamento de jornalismo a elaboração de uma matéria sobre o tema. Se aprovada, tentaremos ouvir o Secretário de Segurança Pública de SP. Além de perguntarmos sobre o suposto laudo técnico emitido por eles em relação ao jogo, também faremos o seguinte questionamento: duas ou mais pessoas jogando pôquer apostado no Brasil, é ou não contravenção? Se a matéria for ao ar com o Secretário de Segurança Pública afirmando que não, obrigatoriamente, terei que rever minha opinião.

Thiago Pessoa (Estudante de Direito - Blog Quero ser Shark)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Para todos os que duvidam da idoneidade das salas de poker.

A matemática foi inventada ou descoberta?



Na sua última obra, publicada no início deste ano sob o título Is God a Mathematician? (Deus é um matemático?), Livio trata de dar resposta à questão: as matemáticas preexistiam na Natureza, independentemente do cérebro humano ou, pelo contrário, são uma construção deste?

Da antiguidade até hoje, cientistas e filósofos deslumbraram-se: como é possível uma disciplina aparentemente tão abstracta ser capaz de explicar de forma tão perfeita o mundo natural?

Por exemplo, a miúdo, os matemáticos fizeram prognósticos sobre partículas subatómicas ou fenómenos cósmicos desconhecidos nesse momento, que posteriormente ficaram demonstrados.

A questão é esta: as matemáticas inventam-se ou descobrem-se? Se, como Einstein insistiu, as matemáticas são um produto do pensamento humano, independente da experiência, como podem descrever e até predizer o mundo que nos rodeia?

Revisão histórica

As matemáticas são realidades da natureza, independentes do mundo material, que os homens descobrem progressivamente? Ou são, pelo contrário, a tradução realizada pelo espírito humano (ou pelo nosso cérebro) de estruturas ou leis preexistentes no mundo material antes dos matemáticos as observarem?

Livio analisa na sua obra as diversas respostas dadas a estas perguntas ao longo da história. Em primeiro lugar, a tradição platónica assinalava que estas leis existiriam além do mundo material, no mundo das ideias.

O homem, pelas suas limitações, não poderia ter acesso a esse mundo das ideias, mas aproximar-se-ia dele através da racionalidade. Assim, segundo o platonismo, o ser humano não inventaria as matemáticas, mas iria descobri-las infinitamente, já que ninguém pode fixar o limite do mundo das ideias.

As hipóteses construtivistas, por seu lado, assinalam que existem leis de causalidade no universo a todos os níveis: no cosmos, na física microscópica, em biologia, etc.

Outras interpretações

Os humanos observam os fenómenos seguindo estas causalidades e esforçam-se por fazer aparecer, a partir delas, regularidades, utilizando para este trabalho ferramentas com que a evolução foi dotando o cérebro.

Assim, a pouco e pouco, a evolução do homo sapiens permitiu refinar os recursos matemáticos do ser humano para estabelecer cada vez mais regularidades, mas isso não significa que os objectos matemáticos se encontrem na Natureza.

Estes são, simplesmente, uma categoria particular com que o cérebro representa o mundo a partir das observações dos nossos sentidos.

Outras interpretações mais actuais das matemáticas assinalam, por exemplo, que o universo não é que seja compatível com as matemáticas, mas é matemático em si mesmo (Max Tegmark) ou que o cosmos é como um computador quântico cuja evolução poderia programar-se utilizando a potência de algoritmos de informática quântica (Seth Lloyd).

Dois papéis das matemáticas

Para Livio, as matemáticas desempenham um duplo papel: activo e passivo. O primeiro, consiste no uso contínuo de ferramentas matemáticas nas ciências.

O papel passivo, por sua vez, seria o daqueles postulados, conceitos e equações desenvolvidos pelos matemáticos durante séculos, sem referência alguma à experiência e que subitamente podem revelar-se como muito precisos e úteis para representar matematicamente objectivos de observação recentes.

Por exemplo, a descoberta da elipse pelo matemático grego Menaechmus (350 a.C.) permitiu a Kepler e a Newton representar com suficiente precisão as trajectórias dos planetas.

Além disso, Livio propõe distinguir entre descoberta e invenção. Por um lado, há conceitos matemáticos que foram inventados mas, por outro, as matemáticas reflectiriam uma parte das propriedades da Natureza.

Deus e o infinito

Para Lívio estas questões têm uma enorme importância, tanta que o autor as equipara a questões relacionadas com Deus.

Assim, escreve: “se se pensa que compreender se as matemáticas foram inventadas ou descobertas não é assim tão importante, é preciso considerar a grande diferença entre “inventado” ou “descoberto” na seguinte pergunta: Deus foi descoberto ou inventado? Ou esta outra pergunta: os homens criaram Deus à sua imagem e semelhança ou foi Deus que os criou à sua própria imagem e semelhança?”

Sobre as hipóteses da existência de Deus e do infinito, Livio esclarece a diferença entre ambos os conceitos para as matemáticas.

Esta radicaria no facto de os cientistas não se cansarem de concretizar o conceito de infinito, ultimamente na cosmologia dos múltiplos universos. Mas, pelo contrário, renunciaram há muito proporcionar provas científicas da existência de Deus.

Yaiza Martínez

As Virtudes de Jogar Short Stack


É muito comum ouvir pessoas falando sobre big stacks intimidando small stacks, geralmente jogando muito loose antes do flop e dando vários raises. Infelizmente, em um cash game, essa tática geralmente não oferece qualquer vantagem à pilha grande, uma vez que as fichas extras não entram no jogo. Isso é, se você tem $100 e eu tenho $1.000, estaremos em all-in depois dos primeiros $100, e meus $900 restantes não desempenham papel nenhum no restante da mão. Eu poderia colocar aqueles $900 extras em meu bolso que isso não o ajudaria (nem machucaria) de forma nenhuma.
Mas se você está com $100 e todos os outros na mesa têm $1.000, você realmente tem uma vantagem sobre eles. Na verdade, duas grandes vantagens.

Evitar jogar contra stacks mistos
Jogar contra stacks mistos é um dos aspectos mais complexos do no-limit hold'em. A estratégia pode mudar drasticamente devido aos diferentes tamanhos das pilhas. Se você está jogando $1-$2, com determinada mão deve ir de all-in contra um stack de $20, apenas pagar contra um de $200 e talvez aumentar (mas não ir de all-in) contra um de $1.000. Quando seus oponentes têm pilhas de tamanhos bem diferentes (ou seja, você esta jogando contra stacks mistos), o movimento ideal pode ser específico para cada um deles, devido aos diferentes tamanhos dos montantes.
Por exemplo, digamos que você tem $500 em uma mesa de $1-$2. Um jogador tight no UTG vai de all-in com $20. Um jogador fraco com $400 paga em seguida. Você está no button com 2 2. O que se deve fazer? Eu pagaria, uma vez que posso flopar uma trinca e levar um bom pote do jogador fraco. Mas, se ele tivesse desistido, eu faria a mesma coisa, já que eu ficaria praticamente no zero a zero (contra overcards) ou muito por baixo (contra um par maior), e provavelmente teria uma eqüidade negativa ao ficar sozinho contra o jogador em all-in.
Infelizmente, mesmo com o jogador fraco no pote, eu ainda teria -EV contra o jogador em all-in. O call do oponente fraco não muda o fato de que eu tenho que derrotar o adversário tight para levar o pote principal de $63. Eu paguei, mesmo com o jogador em all-in, porque acredito que a chance de levar um grande pote do oponente fraco valha a pena. Por causa dos stacks mistos, não havia uma jogada perfeita. Se eu quiser ganhar dinheiro de quem tem muitas fichas, tenho que ceder eqüidade para quem está com poucas.
Agora, coloque-se no lugar do jogador tight em all-in. Digamos que você tem Q Q e foi pago não por um, mas por dois jogadores, sendo o grande favorito. Existe uma grande chance de você triplicar. Além disso, o call do segundo jogador só aconteceu porque o stack dele era muito maior do que o seu. Se tivesse somente $20 também, teria desistido. O call só foi feito porque tanto ele quanto o jogador fraco estavam muito mais fortes do que você.
Contra stacks mistos sua tomada de decisão fica complicada, e você é forçado a assumir compromissos. Jogar com poucas fichas permite que você encare um tamanho padrão de stack (o seu), e se beneficie quando seus adversários enfrentarem staacks mistos.

Fold Equity sem risco
Fold Equity é o valor que você consegue quando seus oponentes desistem. A forma mais típica de gerar eqüidade de fold é apostando ou aumentando. Algumas vezes os outros jogadores fugirão e suas chances de levar o pote vão melhorar. Entretanto, essa eqüidade de fold tem um risco, uma vez que você pode perder qualquer quantidade que apostar. Mas, quando se tem poucas fichas, algumas vezes é possível conseguir isso sem ter que arriscar nada.
Digamos que você está numa mesa $1-$2, tem um stack de $20 e recebe J J. Dois jogadores entram de limp, cada um com $500, e você empurra all-in. Ambos pagam. O flop vem A 9 6 (não parece que sempre vem um ás?). Os dois oponentes dão check. O turn é o 10. Um jogador aposta $20 e o outro cai fora. O river é o K. Seu adversário mostra Q 10 e seus valetes vencem.
Então o outro jogador começa a reclamar, "Por que você tinha que apostar? Eu tinha um rei! Deveria ter levado essa". Porque seu oponente apostou no turn por você e o outro desistiu, você ganhou um pote que, de outra forma, teria perdido. Essa aposta teve fold equity não apenas para o apostador, mas também para você. Perceba que, ao contrário de quem apostou, você não precisou arriscar nada para conseguir isso. Veio automaticamente.
Se todos tivessem começado a mão com $20, você teria perdido o pote. No entanto, devido ao fato de que seus oponentes tinha dinheiro extra, você transformou uma derrota em uma vitória. Essa é a segunda vantagem de ser o short stack da mesa: conseguir fold equity sem risco.
Você pode dizer: "Mas ter uma pilha pequena de fichas significa que eu não posso tirar ninguém da mesa. Talvez eu tenha eqüidade de fold de graça algumas vezes, mas também não posso gerá-la sempre que quiser, pois não tenho o suficiente para apostar." Isso é verdade. Mas não anula nenhuma vantagem de ser o short stack da mesa. É apenas um resultado do que eu falei no começo, que diferentes tamanhos de stacks precisam de estratégias variadas. Em uma mesa de $1-$2, você tem uma gama de opções mais diversificadas à sua disposição com $20 do que com $200. Tudo que estou dizendo é que, se você tiver $20, geralmente será melhor se todos os seus oponentes tiverem $200, em vez de $20 também. Da mesma forma, se você tiver $200, será mais interessante que eles tenha $2.000, e não $200.
Os contadores de histórias dirão a você que ter um stack menor que o de todo mundo o colocará em desvantagem. Eles não apenas estão errados, como a verdade é o oposto disso. Não importa com quantas fichas jogue, você aproveitará as vantagens de quando as pilhas de fichas dos adversários forem muito maiores.

Artigo de Ed Miller, publicado na Revista Card Player Brasil de Dezembro/2007. Assine a Card Player Brasil e ganhe 20% de desconto.

Enxadristas e o Poker


Já faz alguns anos que jogadores de xadrez vêm migrando para o poker. Grandes Mestres, Mestres e amadores têm trocado o jogo dos "reis" pelos reis, ases e damas das cartas. Com o boom do poker, as transmissões pela TV dos principais eventos de poker e o avanço do poker online, vemos essa migração ocorrer em progressão geométrica.
Aqui no Brasil, esse fenômeno está ocorrendo de maneira rápida, e alguns dos principais profissionais de xadrez do País já dedicam a maior parte do seu tempo às mesas de poker reais e virtuais. Muitos têm sido atraídos pelos grandes prêmios, que são muito maiores do que no xadrez, mas a maioria encontra no poker uma arena fértil para explorar sua competitividade e seus dons naturais de estratégia e psicologia.
Em uma comparação mais específica do jogo de xadrez e do jogo de poker, vemos algumas diferenças interessantes:
O xadrez está muito estudado, desde o século XVI – o que determina que, para que o jogador realmente evolua, ele tem que estudar muito as três fases do jogo (Abertura, Meio jogo e Final). Para estar competitivo, ele deve ter um conhecimento enciclopédico de diversas variantes e conhecimentos às vezes demasiadamente específicos e difíceis. Isso tira um pouco da emoção do jogo e nivela talentosos jogadores com jogadores menos habilidosos. Isso leva, também, a empates às vezes totalmente insossos. Para se ter uma idéia, em alguns eventos com a elite do xadrez, os organizadores estão obrigando os jogadores a assinar um pré-contrato que evita empates sem interesse. No poker, o nivelamento através do estudo exaustivo não ocorre e, sempre que as "mãos" forem relativamente equilibradas, o melhor terá vantagem sobre o menos habilidoso.
Outro fator importante é a previsibilidade do xadrez versus a imprevisibilidade do poker. No xadrez, a posição das peças é conhecida pelos dois jogadores. Teoricamente, você pode analisar todas as possíveis jogadas e encontrar a melhor (o que é matematicamente impossível, devido ao gigantesco número de combinações factíveis). No poker, porém, você não tem todas as variáveis à sua disposição e desconhece as cartas dos seus oponentes. O que virá do deck de cartas também. Isso dificulta a análise e traz mais emoção e interesse à medida que traz o imprevisível. O jogador de poker deve então analisar esses fatores imprevisíveis na hora de realizar sua jogada.
Além desses fatores, temos algo adicional, que é a aposta, no jogo de poker. Quando o xadrez estava nos primórdios e era jogado nos países árabes, podia-se apostar em cada lance ou em toda a partida. Quando o xadrez instalou-se na Europa, através das invasões árabes na Península Ibérica, a moral cristã vigente na época fez algumas modificações no movimento das peças e retirou o fator de aposta do jogo. No poker, o fator aposta é um ingrediente importante e faz parte das inúmeras possibilidades de desequilibrar uma partida e torná-la mais interessante.
Algo que tanto o jogador de xadrez quanto o jogador de poker utilizam é a psicologia. O jogador de xadrez freqüentemente procura “saber” como o adversário pensa, para utilizar estratégias mais incômodas para o seu oponente. Assim, ele pode escolher uma jogada não tão boa, segundo uma abordagem concreta da posição, mas que levará seu oponente a ser pressionado a entrar em um tipo de jogo que ele não deseja, assim podendo forçar o adversário a adotar uma postura defensiva quando este preferia atacar, por exemplo.
O jogador de poker tem desafio semelhante, mas usa sua habilidade de percepção não só para descobrir a estratégia de seu oponente, mas também para "adivinha"” as cartas de seu adversário. Muitos jogadores de poker usam óculos escuros para tentar não revelar algo através dos olhos para seu oponente. Essa prática tem um caso famoso no xadrez, quando o desafiante do campeão do mundo, o ex-soviético Vicktor Korchnoi, usou óculos escuros espelhados para enfrentar o então campeão do mundo na época, Anatoly Karpov.
Certamente que o xadrez não acabará, e sua capacidade estética, sua história e suas partidas continuarão a atrair novos jogadores. Mas fica clara a razão da "migração" dos enxadristas entre os jogos: poker e xadrez têm relações em várias áreas da pesquisa humana, tais como Inteligência Artificial e arte da negociação. Além disso, muitas habilidades praticadas em um jogo podem ser usadas no outro, trazendo maior experiência ao jogador,como um todo. Pratique poker e xadrez!

Artigo de GM Darcy Lima, publicado na Revista Flop de Abril de 2008.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Desafio de Cash na BR Poker Club by Poker Vip


Estarei jogando cash game na BR Poker Club com 45 usds oferecidos pelo Bruno. Todos os lucros serão divididos entre nós. Todos os detalhes do desafio estão no site da Poker Vip. Acompanhem!!! É só clicar no título deste post.

Artigo: Call em 3bet por set value

Escrevi lá no Maisev pq tem bastante gte na sessão de Micro Stakes dando esse call e normalmente ele é -Ev. Vamos ver a matemática da coisa:


Odds para um set:
Então manolos, acertaremos nosso set 1 a cada 8 vezes, alguns dizem 7,5. Na dúvida, faremos a conta:

Se temos um 7s7d na mão, o 7h e o 7c estarão no baralho. Vamos lembrar do ensino médio. O baralho tem 52 cartas, 2 na nossa mão, sobram 50. Vamos fazer a conta de não acertar um set para não precisar mexer com permutação, dessas 50, duas serão um 7, então sobram 48 de 50, abrimos a primeira carta do flop, temos 47 de 49, e depois teremos 46 de 48. É simples, mas tenho mta dificuldade de explicar digitando, se alguém não entender é só perguntar q tento elaborar melhor ou outro user mesmo com mais facilidade elabora.
A conta será:
48/50 * 47/49 * 46/48 = Porcentagem de vezes que não floparemos um set
0,96 * 0,9591836734693878 * 0,9583333333 = 0,8824489795918368

Subtraindo de 1, que corresponde a 100%, temos que a chance de flopar um set é de 11.75%.
100/11.75 = 8.5%
O que resulta numa ratio de 1-7.5%


Então Daniel, temos uma ratio de 1-7.5, mas uso a regra de 1-8, essa folga é suficiente?
A resposta é não. Uma folga ok é 1-15.
Dei uma pesquisada aqui, pedi pro maneh editar, e o harrington fala em 1-25, e em alguns fóruns é recomendado 1-15+ dependendo mto dos reads se o vilão atola facilmente, se é mto aggro, e etc. 1-13 com reads é aceitável. Fiquem sempre atentos a isso para fazer as jogadas o +Ev possível.


Supondo stacks efetivos de 100bbs, e que fazemos um raise de 4bbs com 77 no UTG, o vilão do BU nos tribeta para 12bbs. Teremos que pagar mais 8bbs para ver o flop. Vamos calcular cada caso.
Stack do vilão = 100-12-> 88bbs
Vamos pagar 8 vezes e erraremos o flop em 7 e acertaremos o set na oitava como exemplo.

8bbs que temos que pagar * 7 vezes que erraremos o flop = 56bbs
Vamos supor que o vilão Cbeta e nós foldamos, serão -56bbs

Agora pagamos 8bbs e acertamos nosso set BUM! PROFIT! NOT!
Vamos calcular o pote: 12bbs + 12bbs + 1.5bbs =~25bbs

Demos ck, o vilão cbeta 17bbs, aqui é a hora da decisão, raise ou call pra tentar extrair? O ck/r em 3beted pot mostra mta força, não queremos dar free card para o vilão, porém ele foldará para nossos ck/r na maioria das vezes. Levamos então 25 + 17 = 42bbs
Porém, desses 42bbs, 12 eram nossos. O lucro mesmo são 30bbs.
Ou seja, nessa caso o EV = -26bbs

Supondo o call no ck/r e fold pra lead turn ou ck bhd turn e ck bhd ou fold river o lucro será de: 47bbs, a jogada ainda é -Ev.

Para a jogada ser +EV, o vilão precisar atolar os 100bbs dele todas as vezes e não podemos tomar um set x set, um flush ou str8 contra um AQs+.


Dependendo da textura do flop o call pode ser a melhor opção, pois teremos um pote com cerca de 60bbs, e no caso do vilão disparar um 2nd barrel há mais chances dele atolar o restante do stack. No entanto nem sempre isso irá acontecer, vilão poderá dar ck turn e fold river, ou até mesmo b/f turn. Além das vezes que terá um FD com AKs ou AQs, ou até mesmo um str8 draw e sets maiores em bordos A7X ou K7X. No entanto isso é raro de acontecer mas vale a pena ser mencionado aqui.
E usualmente não atolarão de AQ, AK quando não bater no flop ou JJ, QQ em bordos A e K high.


Outro vilão dessa história, é o RAKE.
Pelo menos no PP, qdo ganho um pote de 200bbs (100 meus, e 100 do vilão), 10bbs eu pago de rake, ou seja, do meu lucro, 10% vão embora. E 10bbs pra uma jogada que busca um lucro de 44bbs (100 do stack - as 56bbs das 7 vezes que pagamos e não acertamos o set), limita nosso lucro a 34bbs.
Além das vezes em que o vilão não atolará os 100bbs.

A folga da ratio 1-11+
A ratio de 1-7.5 é muito close pq os stacks efetivos são apenas 100bbs, e depois da 3bet o vilão vai ter apenas 88bbs no stack. Usando essa regrinha de odds, temos uma folga pros casos em que o vilão não irá atolar os 88bbs restantes e pras vezes que iremos perder, além claro, do rake gigante em microstakes.
Eu particularmente recomendo 12 a 15 pra set mining pra diminuir a variância e trabalhar com um jogo mais sólido, mas varia de cada um.


Depois dessa análise toda, eu considero o call em 3bet por setmining uma jogada -EV. Mas creio que cabe a cada um fazer sua análise e obviamente está aberto a comentários e correções dos jogadores mais experientes, mesmo pq não tenho pretensão de ensinar nada, e muito menos queria escrever asneira aqui. Ainda mais que nem preparei nada, me deu vtde e saí escrevendo o que eu penso sobre o assunto haha


Edit: Mesmo estando IP, continua sendo -Ev, pois se o vilão pode dar cbet e foldar pra raise, ou dar ck/f flop com AK, AQ quando não bater.

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