quinta-feira, 30 de junho de 2011

O relato de um campeão. (This is poker)


Mágica

Não consigo ficar mais sem compartilhar parte do que passei com vocês.

Eu nunca fui muito de querer incomodar Deus com pedidos, promessas ou coisas do tipo, sempre acreditei fielmente que ele existisse mas também sempre achei que a mesa dele sempre esteve lotada com problemas muito maiores do que os meus, fome na Africa, criminosos, guerras e coisas do tipo e de repente chegar na mesa dele um pedido "Oh Senhor, tem como me dar um bracelete!"seria algo que tenho certeza que ele iria encarar, diríamos, não da melhor forma. Sempre me preocupei ao máximo, todos os dias quando eu deito na cama em agradecer, apenas agradecer, isso muito antes do poker, mesmo quando estava todo ferrado financeiramente minha preocupação sempre foi agradecer, pela minha saúde, minha familia, meus domingos de samba, meu futebol com os amigos, tudo.

Eis que acho que em uns 20 segundos de folga do homem lá de cima, ele deve ter sido incomodado por um senhor de sessenta e poucos anos, recém chegado, que tinha uma lábia avassaladora fazendo um pedido generoso e o Todo Poderoso resolveu atender!

Foram tantos os pensamentos, reflexões nestes últimos 5 anos que não tem como explicar a sensação que estou passando nas últimas 48 horas. Quero compartilhar rapidamente com vocês algumas que dominaram a minha mente somente nestes últimos dias.

Para começar, não passa pela minha cabeça nenhum sentimento de que provei algo para alguém, isso nunca passou! Sei que muitas vezes fui contestado como apenas um grande jogador de poker online mas que no live eu deixava a desejar pela falta de um grande título. Se eu era bom nos dois, fracos nos dois ou bom em um dos dois, isso não muda nada com apenas um torneio. Os maiores nomes do esporte que já tive conhecimento foram todos eles vítimas de críticas, algumas por inveja, outras construtivas mesmo, mas nunca existiu e nunca existirá unanimidade, portanto este ponto não é relevante.

O grande prazer, a grande vitória para mim foi outra!

Sempre costumo medir a minha admiração por alguém pela capacidade que eles tem de fazer pessoas rirem, chorarem de felicidade, pela capacidade que apenas uma pessoa, com o seu empenho e dedicação, consegue mexer na vida de pessoas que nem sequer a conhecem, que nunca a viram pessoalmente. Casos como o meu grande ídolo Ronaldo, que com seu talento, sua habilidade, raça, empenho, chegou no dia da final de uma Copa do Mundo e a hora que chutou aquelas duas bolas para dentro da rede fez simplesmente 190 milhões de pessoas chorarem.

Não existe presente maior para um ser humano do que este, fazer o bem para os outros, mexer com a adrenalina das pessoas, fazer elas se emocionarem, vibrarem, chorarem de alegria, e nada, nenhuma crítica, nenhuma consideração ao esporte poker, nenhuma inveja, NUNCA, vai tirar este presente que recebi nestes dias!

Durante estes 4 últimos dias, eu tive um prazer sentado naquela cadeira que vou levar para o resto da minha vida, e contar a história milhares de vezes para as minhas filhas sobre a sensação de ver aquelas pessoas atrás do meu oponente atingirem um entusiasmo que eu só via em mim mesmo quando assistia as pessoas que eu idolatrava. Receber dezenas de milhares de mensagens por todos os canais dizendo que no Amazonas pessoas choraram, em Porto Alegre pessoas choraram, em SP, no Rio, Bh, e praticamente em todo o Brasil pessoas se emocionaram com o que Deus tinha me proporcionado ali naqueles momentos, este é o meu verdadeiro bracelete.

Na madrugada do dia 3 para o dia 4, quando já estavámos jogando o mano a mano, cheguei no apartamento aqui em Las Vegas sabendo que meu oponente tinha 9.4 milhões de fichas e eu apenas 3.4. Entrei e fui direto me trancar no banheiro, sentei na pia e comecei a rezar, não para ganhar e sim para agradecer, apenas agradecer, e de repente quando eu já estava no chuveiro com a cabeça a mil, pensando em tudo, me deu um sentimento que eu nunca tivera antes, não sei explicar direito, algo indescritível, comecei a gargalhar, rir, rir e rir, não conseguia parar e parecia que eu estava recebendo uma mensagem, nada de paranormal, não vi fantasma, espírito nem nada, mas algo aconteceu, e era uma risada de satisfação e que em um estalo eu fechei o olho e pensei "Caracaaaa, eu ganhei! Não tem como tirar de mim, eu ganhei mesmo!", juro pelas minhas filhas, foi a coisa mais incrível que já me aconteceu. Quando sai do banheiro, com um samba enredo no último volume as 5 da manhã, tenho certeza que a Paula olhou para mim e viu que era meu, que não tinha como ninguém tirar de mim.

Sentando na cadeira da mesa final no dia seguinte, vendo aquela massa ensurdecedora, doida, doente, fanática por adrenalina que é o maior retrato do nosso Brasil, eu estava imaginando como iria ser, o que iria acontecer quando tudo acabasse, quem ia pular primeiro, quem ia gritar mais alto!

Quando recomeçou o jogo, eu sabia que tinha que dar o máximo, esforço total, depois de duas horas de jogo eu tinha dor no cérebro, parada esquisita demais, dor de tanto pensar, eu não queria perder nada, nenhum detalhe dos movimentos dele, tamanho da aposta, que mão pegava para apostar, como separava as fichas, quanto tempo demorava, tudo poderia ser um registro de padrão que eu iria usar contra ele em algum momento e eis que depois de 2 horas de novo aconteceu o que havia acontecido no box do banheiro.

Em um momento que o dealer foi trocar o baralho e acabou demorando um pouco mais para a próxima mão, me veio um arrepio, um frio na barriga, um gelado nos braços, parecia que tinha passado uma brisa gelada e refrescante no meu corpo e de novo me deu um ataque de riso, não de gargalhada porque consegui me controlar mas não podia parar de sorrir, e nem era uma das horas das piadas das torcidas! Eis que eu olhei para aquela galera enfurecida e comecei novamente a ve-los comemorando, minha esposa chorando, sempre imaginando como daqui a pouco eles estariam, incrível.

Eu olhava para o pai do Igor Federal, um senhor fantástico, pessoa do bem demais, e via nele uma cara aflita e tinha vontade de falar, "relaxa nego, já era, é nosso!" aí eu olhava para a minha esposa e via que ela acreditava mas estava tremendo de medo, dei uma piscada para ela e disse com os lábios "É nosso", ela sorriu e disse, "Eu sei!", e eis que o diretor do torneio anuncia os blinds 125 mil / 250 mil, e eu olhei para meu oponente e por muito pouco não falei, apenas pensei, "Deu amigo, agora acabou!".

Depois deste momento mágico demoramos mais 15 minutos, e enfim a mágica aconteceria, tudo pelo que eu havia me preparado todos estes anos iria se realizar em mãos fabulosas, comemorações emocionantes, gritos e choros que me deixam arrepiados só de escrever aqui. Eu olhava para a cara do Caio Pimenta, o melhor jogador de poker do Brasil, e vi nele uma satisfação, uma alegria, um sentimento dos mais puros que um ser humano pode ter, com lágrimas nos olhos ele conversava comigo sem falar, uma coisa louca, incrível, algo que pensei não existir e parece que quando pisquei o olho eu já estava sendo carregado pela tropa de elite, pelo batalhão mais bravo dentro daquele Amazon Room, pelas pessoas mais apaixonadas pelos seus amigos e pelo seu país naquele local e o meu nervosismo se transformou apenas em choro, eu não conseguia parar de chorar.

Passei muito tempo da minha vida tenhdo vergonha de chorar mas não agora, ali eu estava tão orgulhoso de chorar que eu queria chorar mais, se eu naquele momento pudesse ter esbanjado mais um pedido para Deus seria apenas o de colocar as minhas filhas, mãe, irmão e amigos ali comigo e prorrogar o máximo que ele pudesse aquela sensação, meu pai não precisava vir, ele já estava ali.

Chorando aqui de novo eu só quero agradecer a vocês, li todas as mensagens, todos os twitters, tudo! Só quero agradecer por me deixarem pelo menos naqueles momentos ser um mensageiro de alegria, de levar coisas boas para vocês, de fazer vocês se emocionarem também.

Espero apenas que eu consiga, com estudo, técnica e empenho, um dia, trazer mais momentos destes para aproveitarmos juntos!

Obrigado a todos que estavam no Brasil e a aos 60 guerreiros do Amazon Room, prometo que na próxima mesa final de algum de vocês, que virá com certeza, eu serei o primeiro a pegar lugar e só sairei de lá carregando o nosso soldado!

Um beijo no coração de todos vocês,

André Akkari 

Retirado de: http://aakkari.blog.uol.com.br/ By André Akkari
 

Deus - o que é? E não quem é


D eterminação
E nergia
U niverso
S uperior

Ei-lo descrito e traduzido por essa gramática "racionalista" que define tudo em apenas cinco letras.

Poderia também ser:

D esnecessário
E nigmático
U surpador
S afado

Eis a minha gramática: Quando a razão afirma que Deus é a causa do mundo, só existe um termo concreto, somente um lado de experiência que é o mundo, enquanto o outro Deus é totalmente suposto. Deus seria então uma afirmação inverificável; uma pura hipótese que pretende explicar os fatos, mas que está impossibilitado de explicá-los.

Lembrando as palavras de Laplace: "Deus? Não necessito desta hipótese". Nós temos direito de procurar a causa no mundo, mas não de inventar uma causa do mundo. É tudo muito fácil: "Por que o mundo existe?" Invoca-se Deus, e pronto!!

Brunschvicg, numa crítica semelhante à de Kant, pergunta: "Mas as exigências do princípio de causalidade não nos levarão a reclamar uma causa para Deus? A existência de um criador que não foi criado por nada está caindo em contradição com o princípio em nome do qual dizemos que Deus veio do nada como causa primeira." Ora, se aceitarmos um Deus sem causa, não podemos aceitar também, e mais simplesmente, um mundo sem causa?

O Universo me espanta e não posso imaginar que este relógio exista e não tenha um relojoeiro.

Raul Seixas

Conto de Fadas - Barão Vermelho - Morro da Urca 1983

"Comprar uma fazenda e fazer filhos talvez fosse uma maneira de ficar pra sempre na terra, porque discos.. arranham e quebram."

(Cazuza)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Akkari campeão!!!!


O nosso André Akkari acabou de ser campeão do evento 43 do World Séries of Poker, feito antes realizado apenas por um único brasileiro: Alexandre Gomes.
Sob os gritos da torcida brasileira presente em Las Vegas, "a veia" (apelido carinhoso dado pela torcida brasileira ao Akkari), reverteu uma situação de desvantagem em que chegou a estar com apenas 3,5 kk contra 9 kk em fichas do gringo (lula molusco, apelido dado pela torcida brasileira).
Aos poucos o Akkari foi revertendo a situação, jogando um Poker redondinho sem correr grandes riscos e com uma enorme paciência (ao contrário do gringo, que claramente estava exausto e bastante incomodado com os gritos da torcida brasileira, mesmo sem entender os gritos de "narigudo viadinho".. kkk) acabou virando a situação e levando o Bracelete para o Brasil.
Mais uma vez ficou claro como a habilidade prevalece.. parabens Akkari por fazer história, parabens Brasil por mais esse título!!!

"Respeite essa bandeira."
(André Akkari, 28 de junho de 2011)

Acordei pensando nisso.


A vida é um constante processo de relacionamento.. tudo repercute na forma como as pessoas irão nos ver.. um simples sorriso com os olhos que você dê mas que não perceba ou um simples silêncio seu diante de alguns comentários maldosos, podem se transformar numa amizade de grande valor ou até num sentimento muito mais forte que uma amizade..
Por isso precisamos além de sermos verdadeiros com nós mesmos, sermos verdadeiros com os outros.. com o próximo.. mais ainda com os próximos que sejam mais próximos.. e isso inclui dizer não.. dizer sim.. cuidar.. aceitar.. às vezes se despedir ou deixar que se aproximem.. porque nem sempre seremos nós os que estaremos na posição de decidir.. de optar pela melhor escolha.. mas em outros momentos seremos nós que estaremos esperando pela decisão.. pela vitória ou pela derrota.. pelo sim ou pelo não.. o círculo ou esfera é uma grande metáfora da vida.. ela está presente em todo lugar.. no formato das nossas células.. dos nossos olhos.. dos astros, planetas.. nenhuma forma pode representar melhor a vida.. e num círculo que possivelmente gire em torno de um eixo.. se cada um de nós formos um ponto neste círculo da vida, nem sempre estaremos por cima... então sejamos todos sinceros.. nada vai acabar agora.. a vida vai continuar, o mundo é esse e isso não é um ensaio.. quem acha que essa vida é só um ensaio pode correr o risco de ficar fora da peça principal por não ter dado o devido valor ao "ensaio".. então sejamos todos sinceros e não deixemos que ninguem sofra pelo nosso egoísmo.
FJ

domingo, 26 de junho de 2011

Justificativas

 Sei que tem algumas pessoas que acompanham este blog, por isso gostaria de me justificar por não estar seguindo meus planos relacionados ao poker ou não estar postando nada relacionado a isso, mas eu percebi que se eu ficasse postando diariamente o resultado das sessões e possíveis mãos, isto poderia influenciar minha forma de jogar, e isso não seria bom, além disso teria que gastar algumas horas nisto, tempo que na verdade não tenho.. e sem contar que como minhas sessões não estão tão boas resolvi tirar uma semana só pra ler alguns artigos e ver alguns vídeos e vou ficar sem jogar por esses dias..
Outro motivo é que preciso colocar os assuntos do mestrado em dia e estes dias quase não pude estudar porque estive doente.. então é muita coisa pra estudar durante pouco tempo e minha leitura é pouca pra entender tudo ja na primeira leitura.. ás vezes passo um dia pra entender uma frase.. kkk.. e olhe lá..
E outro motivo é que um amigo meu ta meio apoquentado com um tcc que ele precisa fazer nos próximos dias ou então ele corre o risco de ser jubilado e vou tentar ajudá-lo.. o chato é que ele escolheu um tema que é do Satanás pra dentro.. tá ruim de dominar tudo.. e eu vou tentar ajudá-lo lendo e  buscando compreender também.. o tema é "Axioma da Escolha", tem a ver com meu último post neste blog e é um axioma angular na matemática..
Outra coisa que estamos planejando é que vamos formar um grupo de estudo de cash e ir jogar poker numa casa lá na Pajuçara,  e depois no final da noite dividiremos os lucros.. ainda estamos formando o nosso grupo.. mas em breve estaremos fazendo algo semelhante ao que se vê no filme 21.. claro que trazendo muito menos dinheiro...
Bom, é isso.. no mais ta tudo bem.. tirando uma coisa ou outra.. em breve voltarei a jogar e tentarei atualizar os resultados semanalmente. Abraço.

sábado, 25 de junho de 2011

Mateus 14:14-21 e o Paradoxo de Banach-Tarski

Volker Runde, publicado em Pi in the Sky, n.2
Ou O que a Matemática e os Milagres têm em Comum
E ele, ao desembarcar, viu uma grande multidão; e, compadecendo-se dela, curou os seus enfermos. Chegada a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer. Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: trazei-mos aqui. Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos cheios. Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças. – Mateus 14:14-21
splash49 ciencia
Por que um artigo que deveria ser sobre matemática começa  com a alimentação dos cinco mil?
Nos anos vinte dois matemáticos poloneses – Stephan  Banach e Alfred Tarski – provaram um teorema matemático  que soa muito como a alimentação de cinco mil. Em sua  honra, ele é chamado paradoxo de Banach-Tarski*. As  conseqüências do paradoxo de Banach-Tarski são, por  exemplo:
Uma laranja pode ser cortada em um número finito de  pedaços, e esses pedaços podem então ser juntados  novamente para formar duas laranjas, cada uma tendo o  mesmo tamanho da que foi cortada em pedaços.
Outra conseqüência, ainda mais bizarra, é:
Uma ervilha pode ser cortada em um número finito de  pedaços, e esses pedaços podem então ser reagrupados para formar uma bola sólida com um diâmetro maior do que a distância da Terra ao Sol.
Mais geralmente, sempre que você tiver um corpo tridimensional (com algumas restrições), você pode obter qualquer outro corpo ao quebrar o primeiro em pedaços e reagrupar as partes. Transformar cinco pães e dois peixes em comida suficiente para alimentar uma multidão de mais de cinco mil pessoas parece então um exercício simples.
Se você leu até aqui, sua atitude presumivelmente é uma das duas:
  • Sua crença na verdade absoluta dos teoremas matemáticos é tão forte que faz com que engula o paradoxo de Banach-Tarski.
  • Você é um cético tão vigoroso, e assim nem toma a alimentação dos cinco mil nem o paradoxo de Banach-Tarski de forma literal.
Se você cai na primeira categoria, provavelmente há pouco incentivo para que continue lendo este artigo. Do contrário, acho que sua atitude é melhor descrita da seguinte forma: Você pode acreditar na estória da alimentação dos cinco mil mas não tomá-la literalmente, e se você ouve falar de um teorema matemático cujas conseqüências são obviamente absurdas, você tende a achar que o teorema está errado.
Pegue uma laranja e uma faca afiada. Corte a laranja em pedaços e tente formar com os pedaços dois globos com aproximadamente o mesmo tamanho. Se os pedaços forem suficientemente pequenos, cada um desses globos será razoavelmente parecido com uma bola, mas é claro, cada uma com um volume que é mais ou menos a metade da laranja original. Talvez você não tenha cortado a laranja do jeito certo. Você pode tentar sua sorte com centenas de laranjas: acabará produzindo toneladas de bagaço, mas nenhuma corroboração do paradoxo de Banach-Tarski. Isso não parece mostrar que o paradoxo Banach-Tarski está errado?
O paradoxo de Banach-Tarski é um teorema que chamamos de teorema de existência: há uma forma de dividir uma ervilha de forma que os pedaços possam ser reagrupados em, digamos, uma estátua em tamanho natural de Stefan Banach. O fato de você não conseguir encontrar tal forma não significa que ela não existe – você pode simplesmente não tê-la encontrado ainda. Deixe-me clarificar com um exemplo de aritmética elementar. Um inteiro positivo p é chamado primo se 1 e p são seus únicos divisores; por exemplo, 2, 3 e 23 são primos, enquanto 4 = 2.2 e 243 = 3.81 não são. Os gregos antigos sabiam que todos inteiros positivos têm uma fatorização em primos: se n é um inteiro positivo, então há números primos p1,…..,pk de forma que n = p1….pk. Para um n pequeno, tal fatorização em primos é fácil de encontrar: 6 = 2.3, 243 = 2.3.3.3.3 e 6785 = 5.23.59, por exemplo. Há essencialmente apenas um jeito de encontrar uma fatorização em primos – tentando. Achar a fatorização de 6785 – armado apenas com lápis e papel – deve ter tomado certo tempo. Agora pense em um número grande, digo, realmente grande:
7380563434803675764348389657688547618099805.
Esse é um número positivo sem nenhum problema, e o teorema diz a você que ele tem uma fatorização em primos, mas – por favor! – não gaste horas, dias ou mesmo anos de sua vida tentando achá-la. Você deve pensar: para que os computadores foram inventados? É fácil escrever um pequeno programa que produz a fatorização em primos de um inteiro positivo arbitrário (e ele pode mesmo produzir uma de 7380563434803675764348389657688547618099805 em um período de tempo razoável). Contudo, o tempo médio que tal programa levaria para achar a fatorização de um inteiro n aumenta dramaticamente à medida que n fica maior: para um n suficientemente grande, o tempo que até o mais rápido supercomputador disponível hoje levaria – em média – para achar a fatorização em primos de n seria maior que a idade do universo.
Assim, embora a fatorização em primos de um inteiro positivo sempre exista, ela pode ser impossivelmente difícil de encontrar. De fato, isto é algo bom – é o coração dos códigos de chaves públicas que tornam as transações de cartão de crédito na internet seguras, por exemplo. Agora, pense de novo no paradoxo de Banach-Tarski. Apenas porque você não pôde fazê-lo funcionar na sua cozinha (assim como você não pôde encontrar a fatorização de um certo inteiro muito grande) isso não significa que o teorema é falso (ou que esse inteiro particular não tenha uma fatorização em primos).
Vamos tentar refutar o paradoxo de Banach-Tarski com a única ferramenta que funciona em matemática: pensamento puro. O que faz o paradoxo de Banach-Tarski desafiar o senso comum é que, aparentemente, o volume de algo aumenta do nada. Você certamente conhece um certo número de fórmulas para calcular os volumes de certos corpos tridimensionais. Por exemplo, se C é um cubo cujas arestas têm o comprimento l, então o volume V (C) é l3; se B é uma bola com raio r, então seu volume V (B) é 4/3¶r3.
Mas qual é o volume de um corpo tridimensional arbitrário? Não importa como o volume de um corpo concreto é calculado, o seguinte é certamente verdade sobre o volume de corpos tridimensionais arbitrários:
- Se o corpo ~B é obtido do corpo B simplesmente movendo o corpo B no espaço tridimensional, então V (~B) = V (B);
- Se B1, . . . ,Bn são corpos no espaço tridimensional, então o volume de sua união é menor ou igual à soma de seus volumes, i.e.,
eq1 ciencia
- Se B1, … , Bn são corpos no espaço tridimensional de forma que nenhum deles possui um ponto em comum, então o volume de sua união é igual à soma de seus volumes, i.e.;
eq2 ciencia
Assim, digamos que B sej
a um corpo tridimensional arbitrário, e digamos que B1, … , Bn sejam subconjuntos de B de forma que nenhum deles tenha qualquer ponto em comum e B = B1 U … U Bn.
Agora, mova cada Bj no espaço tridimensional, e obtenha ~B1, … , ~Bn. Finalmente, reúna ~Bj novamente e obtenha outro corpo ~B = ~B1 U … U ~Bn. Agora nós temos para os volumes de B e ~B:
eq3 ciencia
eq4 ciencia
Isto significa que o volume de ~B deve ser menor ou igual ao volume de B – não pode ser maior. Banach e Tarski estavam errados! Será mesmo?
Nossa refutação de Banach-Tarski parece perfeita. Tudo de que precisamos foram três propriedades básicas do volume de corpos tridimensionais. Mas isso era tudo? Por trás de nosso argumento, havia uma suposição oculta – todo corpo tridimensional tem um volume. Se nós deixarmos esta suposição, nosso argumento subitamente colapsa. Se apenas um dos corpos Bj não tem volume, toda nossa cadeia de (in)equações não faz mais sentido. Mas por que um corpo tridimensional não deveria ter volume? Isso não é óbvio? O que é de fato verdade é que todo pedaço de laranja que você pode possivelmente produzir com uma faca tem um volume. Por esta razão, você nunca será capaz de usar o paradoxo de Banach-Tarski para reduzir seus gastos com alimentação. Uma conseqüência do paradoxo de Banach-Tarski é portanto que há um jeito de cortar uma laranja para que você possa formar, digamos, uma abóbora gigante com os pedaços – mas você nunca será capaz de fazer isso por si mesmo usando uma faca. Que tipo de lógica bizarra pode fazer alguém aceitar isso?
Talvez você esteja querendo ficar a par do axioma de escolha:
Se você tem uma família de conjuntos não-vazios S, então há uma forma de escolher um elemento x de cada conjunto S nessa família.
Isso soa plausível, não? Apenas pense em um número finito de conjuntos não-vazios S1,…Sn: Pegue x1 de S1, e então prossiga para S2, e finalmente pegue xn de Sn. O que o axioma da escolha tem a ver com o paradoxo de Banach-Tarski? Como se revela, muita coisa: Se o axioma da escolha é verdadeiro, então o paradoxo de Banach-Tarski pode ser derivado dele e, em particular, deve haver corpos tridimensionais sem volume. Assim, a resposta à questão de se o paradoxo de Banach-Tarski é verdadeiro depende se o axioma da escolha é verdadeiro.
Certamente, o axioma da escolha funciona para um número finito de conjuntos não-vazios S1,…,Sn. Agora pense em uma seqüência infinita S1, S2,… de conjuntos não-vazios. Novamente, pegue x1 de S1, então x2 de S2, e apenas continue. Você nunca chegará a um fim, mas eventualmente produzirá um elemento xn de cada Sn. Assim, o axioma da escolha é verdade neste caso também. Mas e se tivermos uma família verdadeiramente arbitrária de conjuntos? E se tivéssemos de lidar com a família de todos subconjuntos não-vazios da linha real? Pode ser mostrado que esta família de conjuntos não pode ser escrita como uma seqüência de conjuntos. Como escolhemos um número real de cada conjunto? Não há um algoritmo que nos permita pegar um elemento de um conjunto, um segundo elemento de outro conjunto e, eventualmente, de pegar um elemento de cada conjunto na família. Mesmo assim, o axioma da escolha ainda parece plausível – cada conjunto S em nossa família é não-vazio e portanto contém algum elemento x – por que não deveria existir um jeito de escolher um elemento particular de cada tal conjunto?
Por outro lado, aceitar o axioma da escolha implica em fenômenos estranhos como o paradoxo de Banach-Tarski. Se o axioma da escolha é verdade, então devemos aceitar a misteriosa duplicação de laranjas. Se é falso, então por quê? Por favor, não tente provar ou refutar o axioma da escolha – você não conseguirá fazer qualquer uma das coisas. O axioma da escolha está além de prova ou refutação. Nós podemos supor que é verdadeiro, ou podemos supor que é falso. Em outras palavras, nós precisamos acreditar nele ou deixá-lo de lado. A maioria dos matemáticos hoje em dia acreditam no axioma da escolha por uma simples razão – com o axioma de escolha, eles podem provar teoremas úteis, a maioria dos quais é muito menos surpreendente que o paradoxo de Banach-Tarski.
Você está desapontado? Ao invés de elevar a alimentação dos cinco mil de um assunto de fé a uma conseqüência de um irrefutável teorema matemático, o paradoxo de Banach-Tarski exige que você aceite outro assunto de fé – o axioma da escolha – antes que possa aceitar o teorema. No final das contas, o paradoxo de Banach-Tarski não está assim tão distante da alimentação dos cinco mil…
- – -
* O teorema é provado no artigo: S. Banach and A. Tarski, Sur la décomposition des ensembles de points en parts respectivement congruents. Fund. Math. 6 (1924), 244-277.

Especial Eizou Hakusho II - Yusuke Volume - Part 04 - ALL RIGHT

Especial: Eizou Hakusho II - Yusuke Volume - Part 03 - TOUGH

Especial Eizou Hakusho II - Yusuke Volume - Part 02 - Tsuka no ma no SUNSET

Especial Eizou Hakusho II - Yusuke Volume - Part 01 - Dead or Alive

Hiro Takashi - A Carta (Yu Yu Hakusho)



Poxa.. tou anestesiado.. parece que tô vivendo naquela época das minhas fitas k7s..

Dando um passo adiante..


Minha mãe.. a qual amo mas também critico às vezes, apesar de todos os seus erros e acertos (não muito diferente do seu filho), me ensinou algo de extremo valor: "Ju, não vá à festas de aniversário de rico." kkk...
Acho que foi por isso que até hoje fui a pouquíssimas festas de aniversário ou talvez eu que não seja muito popular, mas daí recai em outro motivo pelo qual não ir..
Enfim, eu creio que existe um sentido imensamente profundo neste conselho, mesmo que quando criança eu não o tenha percebido.. creio que tem muita ligação com valores como honestidade, cumplicidade, humildade, saber a hora de entrar e sair...
E é preciso saber a hora de entrar e sair... e também de ficar.. como diz uma música do Pe. Fábio de Melo "Quem não tem pra onde ir, descobre a graça de saber ficar."'.. é preciso saber onde é o nosso lugar.. quem são verdadeiramente os nossos cúmplices nesta vida e também saber identificar os que não tem nada de diferente a nos acrescentar..
A pior coisa numa festa são os penetras.. pior ainda ser convidado pra uma festa e ser tratado como um penetra.. mesmo por quem você considerava importante.. mas que depois de estar envolvida na festa e no cingir das taças esqueceu do seu pobre amigo.. é assim uma forma de conhecer as pessoas.. mas é também esse um excelente momento de exercitar a humildade, se retirar com grandeza, limpar  o pó das sandalhas e deixar a pequenez para traz..
Isso também tem haver com uma frase que certa vez ousei dizer e depois de alguns dias me arrependi de ter dito, mas que hoje creio que foi a melhor coisa que eu ja disse em toda a minha vida: "Prefiro ir pra o inferno com todos os meus amigos do que ir pra o céu sozinho."
Enfim, não vão à festas de aniversários de rico.. kkkk

terça-feira, 21 de junho de 2011

Session 20/06/2011

Hoje joguei mais uma vez e senti que estou aos poucos voltando ao meu A-game. Joguei cerca de 500 mãos e tive um prejuízo de U$$ 7,12, mas gostei da forma como joguei.. tive alguns coolers também e calls ruins no turn e river.. daqueles calls que você sabe pela experiência que não deve dar.. mas que por você estar fora de forma a desconfiança é mais forte e no final seu feeling é que estava certo.. mas tudo bem.. tb fiz c/raises em flops convenientes mas que não passaram.. tudo bem.. that's poker.
Quanto aos gráficos postarei sempre o gráfico do mês corrente e vou atualizando.. esse é o gráfic do mês de junho por enquanto..


Nada agradável...
Também tive algumas mãos interessantes..

$0.05/$0.10  No Limit Holdem • 9 Players • iPoker

Generated by weaktight.com.

UTG$4
UTG+1$5.22
MP1$9.48
MP2$10.90
MP3$5.76
CO$10.94
Yusukeofpoker (BTN)$11.05
SB$15.82
BB$6.58
  • Pre-Flop ($0.15, 9 players)Hero is BTN
  • cT cQ
5 folds, CO raises to $0.30, Yusukeofpoker calls $0.30, 1 fold, BB calls $0.20
  • Flop ($0.95, 3 players)
  • hQ cJ h2
BB checks, CO bets $0.70, Yusukeofpoker calls $0.70, BB calls $0.70
  • Turn ($3.05, 3 players)
  • s8
BB checks, CO checks, Yusukeofpoker bets $1.52, BB folds, CO calls $1.52
  • River ($6.09, 2 players)
  • h9
CO checks, Yusukeofpoker bets $3.04, CO calls $3.04
  • Final Pot: $12.17
  • CO shows
  • h7h8
  • Yusukeofpoker shows
  • cTcQ
  • CO wins $11.36 (net +$5.80)
  • Yusukeofpoker lost $5.56
  • BB lost $1.10


Comentário: Bom.. o call no pré-flop foi bem questionável, mas acreditei que ele poderia ter dado raise do CO com um range bem largo.. flop e turn padrão.. no river.. depois da 3ª carta de copas não acreditei que ele pudesse ter o flush ali.. betei por valor (na hora) e interessante que ele só pagou... aff.. muito ruim.. mas o vilão era regular.. e teria sido melhor ir d cb nesse river mesmo.. não tinha valor betar nesse river.. acho que nem contra sets extrairia valor e de todo o resto eu estaria atrás.

outra mão:

$0.05/$0.10  No Limit Holdem • 9 Players • iPoker

Generated by weaktight.com.

UTG$9.15
UTG+1$4.30
MP1$9.30
MP2$5.40
MP3$17.23
CO$4
Yusukeofpoker (BTN)$10
SB$11.60
BB$11.27
  • Pre-Flop ($0.15, 9 players)Hero is BTN
  • sQ sK
4 folds, MP3 raises to $0.30, 1 fold, Yusukeofpoker calls $0.30, 2 folds
  • Flop ($0.75, 2 players)
  • h9 sT s2
MP3 bets $0.82, Yusukeofpoker calls $0.82
  • Turn ($2.39, 2 players)
  • d9
MP3 checks, Yusukeofpoker bets $1.60, MP3 raises to $4.56, Yusukeofpoker calls $2.96
  • River ($11.51, 2 players)
  • dQ
MP3 checks, Yusukeofpoker checks
  • Final Pot: $11.51
  • MP3 shows
  • c9cT
  • Yusukeofpoker shows
  • sQsK
  • MP3 wins $10.75 (net +$5.07)
  • Yusukeofpoker lost $5.68


Comentários: Call questionável também no pré-flop, principalmente por o vilão ser regular, mas o motivo do call foi o mesmo da mão anterior.. Agora no turn deveria ter dado o fold, visto que ele não iria de c/r com nada inferior a OP.. e nomalmente com FH e 9X... tu tinha pot odds de aproximadamente 35% e odds de mais ou menos 26% para fazer str8 ou flush, sendo que eu ja poderia estar drawing dead. Fold com certeza.. o call foi por estar fora de forma mesmo..

Outra:

$0.05/$0.10  No Limit Holdem • 9 Players • iPoker

Generated by weaktight.com.

UTG$10.04
UTG+1$16.82
MP1$4.69
MP2$5.18
MP3$5.10
Yusukeofpoker (CO)$10.76
BTN$4
SB$9.80
BB$4.92
  • Pre-Flop ($0.15, 9 players)Hero is CO
  • s4 sA
UTG raises to $0.35, 4 folds, Yusukeofpoker calls $0.35, 3 folds
  • Flop ($0.85, 2 players)
  • c5 dT cA
UTG checks, Yusukeofpoker checks
  • Turn ($0.85, 2 players)
  • h8
UTG checks, Yusukeofpoker bets $0.63, UTG calls $0.63
  • River ($2.11, 2 players)
  • dA
UTG bets $9.06, Yusukeofpoker calls $9.06
  • Final Pot: $20.23
  • Yusukeofpoker shows
  • s4sA
  • UTG shows
  • c2d5
  • Yusukeofpoker wins $18.89 (net +$8.85)
  • UTG lost $10.04


Comentários: O call pré-flop foi por o vilão ser donkey.. já estava bisoiando ele.. ele estava fazendo muitas jogadas esquisitas.. shovando de maneira desnecessária e já tinha identificado ele como donkey.. qualquer TP contra esses caras é nuts.. por isso meu call..

domingo, 19 de junho de 2011

Session 19/06/11

Joguei hoje à noite e mais uma vez não joguei bem.. alguns coolers e OP vs OP maiores, mas vários calls ruins e uma má seleção de mãos.. resultado: prejuizo de U$$ 32,99 em 679 mãos.. pra acabar de completar ta ruim de jogar no meu PC porque ele ta travando muito e tambem não tou descobrindo como se posta o gráfico por sessão.. quando eu cosenguir reedito o post.. alem disso tambem tô meio de cabeça quente.. e ainda por cima meu dinheiro na Absolute Poker ainda não foi liberado.. fiz o saque dos meus 200 há mais ou menos 2 semanas depois que eu soube que a sala estava prestes a falir, mas até o dia de hoje meu saque não foi aprovado.. quando entro em contato me pedem pra ter paciência... dá vontade de responder o email dizendo "paciência de c* é rol*", mas vou esperar mais um pouco.... vamos ver se nos próximos dias a coisa melhora..

Me reconheci numa mulher..

É interessante como as aparências podem influenciar às pessoas.. como é importante saber "ler as entrelinhas".. como temos sempre que ir além da primeira impressão.. às vezes até da segunda..
Tenho uma colega de trabalho que logo que a conheci tive uma boa impressão.. não apenas por causa da sua bela aparência.. kkk... mas pela simplicidade e pela pessoa que aparentava ser.. no entanto depois de algumas semanas tudo mudou.. aquela garota humilde e sorridente mostrou-se alguem carrancuda quando séria e irônica quando demonstrava humor.. e eu pensei.. "bom.. me enganei, normal..." mas conversando com pessoas próximas a ela descobri que tudo o que elas falavam contrastava com a minha opnião e com as aparências.. daí comecei a analisar.. fazer experiências.. kkk... e descobri um grande segredo... quase um tesouro.. como a timidez pode nos influenciar.. como muitas vezes preferimos parecer pessoas chatas e displicentes a demonstrar nossa bondade e carinho por alguém e acabamos afogados com os nossos planos, nossos jogos idiotas e nossa arrogância de quem não quer parecer vulnerável ou infantil... mas daí lembramos o que um dia um certo Homem disse "Não entrará no reino dos céus quem não voltar a ser criança." E isso implica chorar quando se sente dor, rir quando se tem vontade, cuidar quando se tem carinho.. pra mim eis a verdadeira humildade... ninguem mais humilde do que Deus que ama porque é amor e é justo porque é justiça.. que se fez homem quando se fez necessário.. não pensou: "O que pensarão de mim, um Deus que se faz homem e morre numa cruz?" - e por mais que isso possa ser absurdo aconteceu, porque Ele é!! - enfim me vi naquela amiga de trabalho quando eu tinha meus 14 ou 15 anos.. andava de preto, falava com pouquíssimas pessoas, passava às vezes uma péssima impressão mas já tinha o coração ingênuo que tenho hoje e tinha pouquíssimos amigos.. mas tão verdadeiros que não perderam contato comigo até hoje..
Me perdoem a teologia Pranchiana.. mas não é teologia, é só o que eu penso..
A vida é assim.. vivendo, aprendendo e descobrindo..

FJ

Session 1 - 18/06/11

Hoje resolvi levar minhas sessões mais a sério, principalmente depois do pau que levei ontem na Party Poker. Ontem quando cheguei da capital para passar o final de semana com minha família me deparei com uma carta da Party Poker me informando de dois bônus que estariam à minha disposição caso eu resolvesse voltar a jogar na sala.. então loguei, aceitei os bônus e resolvi jogar..
Não sei se foi porque joguei no Notebook sem o mouse, o que é bastante cansativo, mas joguei muito mal.. levei alguns coolers também.. alguns quase que por "vingança do baralho" por eu ter saido do meu jogo usual.. exemplo de uma mão: Tenho ATs no CO, um UTG dá raise e como eu estava jogando sem estatísticas normalmente daria o fold, mas resolvi pagar. Flop: T7K, o raiser da cbet eu call. Turn: T e eu penso "traz o c* pra pic* mané", aí o cara da check eu beto e ele raise, eu penso em só pagar (o que eu faria normalmente), mas atolo e ele mostra 77.. GG.. that's poker.
Mas no resto joguei muito mal. Daí resolvi postar a partir de agora os gráficos das sessões e alguma mão que eu achar mais interessante (ainda preciso ver em qual formato postarei, como ficará melhor..).
Vou tentar postar as sessões durante os treinos de cash da Pokerstrategy que estou voltando a assistir e sempre que postar uma mão no fórum da Pokerstartegy vou postar também aqui no meu blog, fiquem à vontade pra comentar.. discordâncias são bem-vindas.. segue abaixo o gráfico da sessão do dia 18 de junho de 2011.

Pedagogia da Travessia


Rubem Alves

A MENINA QUE me conduzia pela Escola da Ponte na minha primeira visita me disse que na sua escola não havia professores dando aulas. Espantei-me. Nunca me havia passado pela cabeça que houvesse escolas em que professores não davam aulas. Pois as aulas não são o centro mesmo da atividade escolar? As aulas não são o método que as escolas usam para transmitir saberes? E os professores não são os portadores desses saberes? Todo mundo sabe que a missão de um professor é "dar a matéria"... As escolas existem para que as aulas aconteçam... E agora essa menininha me diz que, na sua escola, não havia professores dando aulas e ensinando saberes...

E mais: naquela escola, as crianças não ficavam separadas em espaços diferenciados, de acordo com seu adiantamento: os miúdos ficavam misturados aos graúdos... Mas a separação dos alunos segundo os seus saberes não seria uma exigência da ordem e da eficácia?

Disse ainda que não havia nem provas nem notas. Mas a avaliação... Como se pode avaliar o que foi aprendido se não há provas? Provas são instrumentos de avaliação!

E também não havia as divisões no tempo do pensamento. Nas escolas normais, o pensamento é como na televisão: a intervalos regulares, muda-se o programa. Uma campainha toca: 45 minutos, todos pensam matemática. Transcorridos 45 minutos a campainha toca de novo, os pensamentos da matemática são guardados e, no seu lugar, são colocados os pensamentos de história, até que a campainha toque de novo e os pensamentos de história sejam substituídos pelos pensamentos da biologia. Tudo em ordem perfeita, como soldados em parada, todos caminham juntos aprendendo as mesmas coisas no mesmo tempo, numa imitação das linhas de montagem. Que extraordinárias "máquinas de pensar" são os alunos, que mudam os pensamentos automaticamente ao comando de uma campainha!

Perguntei, então, à menina: "E como é que vocês aprendem?". Ela não titubeou: "Formamos grupos de seis alunos em torno de um tema de interesse comum..."
Percebi que, naquela escola, não havia nada que se assemelhasse às "grades curriculares". Grades... Somente um carcereiro desempregado poderia ter ideia tal. Grades. Não há opções, não há escolhas: um desconhecido colocou os saberes obrigatórios dentro de uma grade; conhecimentos "engradados"...

Mas a menina me havia dito que tudo se iniciava com o desejo de aprender algo, curiosidade, que nem precisava estar em qualquer grade obrigatória. Esse desejo era a alma da aprendizagem, a provocação da inteligência. Continuou:
"Convidamos um professor para ser nosso orientador..."

Pode até acontecer que o professor nada saiba sobre esse "tema de interesse comum". Não importa. Os professores não sabem tudo. Não sabendo, pesquisam. E os alunos, ao ver o professor explorando os caminhos que o levam àquilo que ele não sabe, perceberão que o aprender não está nem na partida nem na chegada, mas na travessia, como disse o educador Riobaldo. E fiquei a pensar em como seria essa coisa a que se poderia dar o nome de "pedagogia da travessia"...

Fonte: Folha de São Paulo

domingo, 12 de junho de 2011

“Número de Deus” é 20, dizem matemáticos


Da Folha de S. Paulo – 11/08/2010
DA NEW SCIENTIST

Após anos de tentativas, pesquisadores conseguiram mostrar que é possível resolver em até 20 movimentos o “Cubo de Rubik” – um quebra-cabeça 3D criado em 1974 pelo húngaro Ernõ Rubik – a partir de qualquer arranjo inicial.
O feito foi realizado pela combinação do poder dos computadores usados pelo Google com alguns insights matemáticos, o que permitiu checar todas as 43 quintilhões de possíveis posições que o cubo pode assumir.
“O grande avanço foi descobrir um meio de resolver tantas posições, todas de uma vez, a uma grande velocidade”, afirmou Tomas Rokicki, programador de Palo Alto, Califórnia, que passou os últimos 15 anos procurando pelo número mínimo de movimentos necessários para resolver qualquer configuração do Cubo de Rubik.
Esse número mínimo de movimentos é chamado de “Número de Deus”, pois nem o Todo Poderoso conseguiria resolver mais rapidamente o quebra-cabeças.

EXPLORANDO A SIMETRIA

Para simplificar o problema, Rokicki e colaboradores usaram técnicas de um ramo da matemática chamado teoria de grupos.
Primeiro eles dividiram todas as possíveis configurações iniciais em 2,2 bilhões de conjuntos, cada um contendo 19,5 bilhões de configurações (2,2 bilhões x 19,5 bilhões = 42,9 quintilhões). O critério da divisão foi a maneira como essas configurações respondiam a um grupo de 10 movimentos possíveis.
Esse agrupamento permitiu que a equipe reduzisse o número de conjuntos para 56 milhões ao explorar as simetrias do cubo. Por exemplo, virar o cubo de cima para baixo não torna o problema mais difícil, então essas posições equivalentes podem ser ignoradas.
Isso ainda deixa um vasto número de configurações iniciais para ser checadas. A equipe então desenvolveu um algoritmo para acelerar esse processo.

BECOS SEM SAÍDA

Métodos anteriores resolviam cerca de 4.000 cubos por segundo, tentando um conjunto de posições iniciais e determinando se a posição resultante o aproximava da solução. Se não o fizesse, o algoritmo se desfazia desses movimentos e começava de novo.
O insight de Rokicki foi notar que esses becos sem saída são, na realidade, soluções para um cubo com uma posição inicial diferente. Isso o levou a um algoritmo que conseguia tentar um bilhão de cubos por segundo.
Uma maneira de entender seu algoritmo (conjunto de regras para solução de um problema) é a seguinte: suponha que a tarefa seja visitar um amigo em uma cidade desconhecida e que você tenha recebido instruções para virar à esquerda ou à direita, mas que as instruções não tenham incluído a posição inicial. Se você seguir as instruções a partir de uma posição inicial qualquer, é improvável que chegue a seu destino. Mas pareando os movimentos direita-esquerda à posição inicial correta o levará ao destino.
Da mesma forma, o algoritmo da equipe rapidamente pareia movimentos com a posição inicial correta, permitindo a resolução de cada conjunto de 19,5 bilhões de configurações em 20 segundos.

IMPÉRIO DA COMPUTAÇÃO

Mesmo a essa velocidade, levaria 35 anos para completar toda a tarefa em um computador pessoal. A solução da equipe foi pedir ajuda ao Google.
O engenheiro da empresa John Dethridge, em Mountain View, Califórnia, conseguiu acesso aos supercomputadores da empresa para resolver o problema em semanas.
Sabia-se que algumas configurações iniciais requerem apenas 20 movimentos para serem resolvidas, e alguns matemáticos suspeitavam que nenhuma configuração exigiria mais do que isso. A busca exaustiva da equipe de Rokicki mostra que a suspeita estava correta.
“Pesquisa desse tipo mostra como matemática pura pode ser usada para transformar problemas computacionais difíceis em problemas mais tratáveis”, diz Mark Kambites, um matemático na Universidade de Manchester que não participou do trabalho. “O Cubo de Rubik é um caso interessante para os métodos de teoria de grupos computacional.”
O trabalho ainda precisa passar pelo crivo da revisão por pares, mas Rokicki ressalta que a pesquisa é uma extensão de um trabalho anterior publicado no periódico “The Mathematical Intelligencer”. Naquele trabalho, o “Número de Deus” havia sido reduzido para 22.

Mais curiosidades sobre o Cubo Mágico
  • O cubo de Rubik possui 43.000.000.000.000.000.000 (43 quintiliões ou quintilhões (Escala curta)/43 triliões  ou trilhões (Escala longa) de combinações possíveis diferentes.
  • Se alguém pudesse realizar todas as combinações possíveis a uma velocidade de 10 por segundo, demoraria 136.000 anos, supondo que nunca repetisse a mesma combinação.
  • Ernő Rubik, inventor deste quebra-cabeça, demorou um mês a resolver o cubo pela primeira vez.
  • É considerado um dos brinquedos mais populares do mundo, atingindo um total de 900 milhões de unidades vendidas, bem como suas diferentes imitações.
Número de combinações possíveis
O número total de todas as combinações possíveis que nos permite realizar no cubo de Rubik são as seguintes:
  • Por uma parte podemos combinar entre si, de qualquer forma, todos os vértices, o que dá lugar a 8 possibilidades.
  • Também temos as combinações dos cubos das arestas que são 12 existindo assim 12 possibilidades.
  • Sendo que tem 3 cores em cada cubo de vértice e sendo 8 cubos temos 38 possibilidades, contudo apenas frac {1}{3} dessas possibilidades procedem.
  • Sendo que temos 2 cores e cada cubo das arestas temos 212 possibilidades, contudo apenas frac {1}{4} dessas possibilidades procedem.
Não foi um matemático. Como assim?!
O primeiro protótipo do cubo foi fabricado em 1974 pelo professor do Departamento de Desenho de Interiores na Academia de Artes e Trabalhos Manuais Aplicados em Budapeste (Hungria). Quando Rubik criou este quebra-cabeça, a sua intenção era criar uma peça que fosse perfeita em si mesmo, no que se refere à geometria. A sua principal função foi para ajudar a ilustrar o conceito da terceira dimensão aos seus alunos de arquitetura. A primeira peça que realizou foi em madeira e pintou os seus seis lados com seis cores distintas, para que, quando alguém girasse as faces do cubo, tivesse uma melhor visualização dos movimentos realizados.
Teorias sobre a Resolução
O cubo de Rubik é um teste básico para problemas de busca e enumeração.” diz Gene Cooperman . “Busca e enumeração é uma enorme área de pesquisas, abrangendo muitos pesquisadores trabalhando em diferentes disciplinas – da inteligência artificial às operações. O cubo de Rubik permite que os pesquisadores de diferentes disciplinas comparem seus métodos em um problema único e bem conhecido.
Os movimentos executados para resolver o cubo, na realidade são comutadores, definidos pela fórmula:
[a,b] = a * b * a ^ (-1) * b ^ (-1)
Solução ótima
Utilizando a teoria dos grupos, Gene Cooperman e Daniel Kunkle testaram não apenas movimentos individuais, mas também grupos de movimentos, de forma a otimizar a solução. Foram 100 milhões de movimentos por segundo, até chegar ao resultado final.
E parece haver espaço para melhorias nos cálculos. Em 1997, o professor de ciência da computação Richard Korf afirmou que a solução ótima para o cubo de Rubik é de 18 movimentos. Até então,o melhor método é chamado de método Fridrich ,elaborado por Jessica Fridrich ,no qual é possível resolver em menos de 30 segundos

Permutações, grupos e as Configurações do Cubo

Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de objetos. Matrizes são convenientes para descrever permutações. Mas há um modo mais simples: a notação de ciclos. Um ciclo pode ser pensado como uma série de transições de estado que acaba por retornar ao estado inicial.
S1 → S2 →…→ Sn → S1 Os movimentos R; L; F; B; U; D permutam o conjunto das facetas. Um fato importante surge quando usamos a notação de ciclos: toda permutação se decompõe como “produto” de ciclos disjuntos.

Aprenda a montar