segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sobre um Gênio

Reservem 5 min. prá ler isso. Vale a leitura! Principalmente para nos que estamos acelerando pelo mundo virtual.
É um texto do Edgard Mello Filho, ex-piloto, sobre um dia de trabalho na época que ele era o administrador de Interlagos.
Conheço o Edgard ele tem total credibilidade em seus relatos .

No relato o "CHEFE", é um grande ídolo nosso.....Advinhem .....


********************

Estava na minha sala no autódromo quando o celular tocou. Era o chefe.

"Tudo bem aí?"

"Tudo, chefe, o que manda?"

"Seguinte, preciso ver algumas coisas aí. Preciso dar uma olhada porque o
belga (Roland Bruynseraede, o Charlie Whiting da época) vai chiar, vai ter que mexer no Berger e no Mergulho"

"Você vem com o Esquilo e vamos dar uma volta com a Onça"

Onça era um Opalão quatro cilindros, preto, quatro portas. Um coitado. Ele estava caindo de podre e graças ao querido amigo Paulo Taliba consegui pegar o carro para o autódromo num rolo inacreditável entre departamentos.
E acredite se quiser: o chefe se divertia muito guiando a Onça. Uma vez, duas ou três semanas antes do GP do Brasil de 1994, ele me ligou e
disse:
"Vou aí dar uma repassada nas obras, faz o shakedown do Onça".

O shakedown era colocar 42 libras nos pneus dianteiros e 39 nos traseiros (aliás, as únicas coisas novas do carro, presente dos bons amigos da Pirelli, quatro radiais 185 nos trinques), além de checar o arame da porta dianteira direita para ver se estava firme sem ataques de ferrugem.

Ele ria muito e nos divertíamos, principalmente quando eu, para dar um tempero, imitava o locutor da TV e narrava as voltas contra um
imaginário piloto de pequena estatura e nariz enorme, docemente apelidado de "Narizinho". E um grande urso inglês chamado "Roaaarrr", com suas luvas uma de cada cor, vermelha na mão direita e azul na mão esquerda. Um canhão, rapidíssimo. Daqueles tipos que você acabava até gostando. A gozação em cima de "Roaarr" é que demorava um pouco para cair a ficha dele.

Deixei a Onça pronta, mas aquele dia seria especial. Ele chegou por volta
das 17h20, com uma Perua Audi S2. X-tudo. Turbo, cinco cilindros, jogada no chão, aquelas rodas absurdas. Aquele barulho metálico ardido de motor bravo (as BMWs também têm esse barulho característico de isca, pega).

Sentei no lado direito, passei o cinto e já cutuquei: "Isso aqui anda ou é para ir à missa?"

"Por quê?"

"Nada, só estou perguntando"

Entramos pelo portão de cima mesmo e viramos à direita, rumo ao "S" com o nome dele. No começo da descida, paramos. Ele ficou olhando para a
brita.
Não perdi a viagem: "Está lembrando do esparramo que o teu parceiro made in USA (Andrettinho) fez na largada do GP desse ano, aqui?"

"Isso acontece", desconversou.

Na saída da segunda perna, ele contou: "Aqui foi a primeira vez que a luz de pressão de óleo acendeu no final do GP do Brasil. Eu vi de relance e fiquei imaginando se não tinha sido impressão. Me preparei para olhar na outra volta e a tensão aumentou porque eu estava controlando o Damon e o alemão que vinham atrás. Eu estava muito ligado neles porque o Damon usava aquele carro de outro planeta e o alemão tinha aqueles cavalinhos a mais que o meu motor, por estar usando uma série à frente". Perguntei seco:
"Não tem jeito de mexer neste contrato da Benetton com a Ford?". A resposta foi meio desanimadora: "O Ron está tentando, mas não vai ser fácil, o Flavio (Briatore) está marcando em cima".

Foi a deixa para matar a curiosidade: "Além da distribuição pneumática, tem mais alguma coisa na usina, não tem?", perguntei. A confirmação veio, como sempre, discreta: "É, tem algumas coisinhas". Emendei para não perder o
momento: "Quantos cavalinhos o motor do alemão tem a mais tem a mais que o teu?"

Ele, como sempre modesto, respondeu: "Um pouco".

Cheguei junto, agora é a hora: "Um pouco quanto? Uns 90 hp?". Estava difícil tirar informação do homem. "Não, menos", falou. Resolvi forçar
mais um pouco, já perto do limite: "70? Fala aí!"
Elemanteve a guarda alta: "Não sei".

Agora vou cutucar para tirar o cidadão do sério e arriscar o meu pescoço:
"Senhoras e senhores, estamos entrevistando um piloto de F1 que não sabe quantos cavalos tem o seu motor, é espantoso!"

Foi o tempo de encolher o pescoço e levantar os ombros.

O que veio a seguir foi em três idiomas: português, inglês e, sou capaz de jurar que alguma coisa em Japonês: "Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
(censurado)
ficou p piiiiiiiiii da vida.
Senti que poderia ser o momento e mandei uma paralela: "Não apela, vou chutar 40 a 45 burritos a mais". Silêncio, deu até para ouvir um pouquinho do CD do Phill Collins. Armou um bico e completou com um muxoxo:
"Hummm, por aí".

Precisei dar uma descontraída no ambiente: "Respeitável público, além de
perder o lugar para o anão na Williams, ainda guia corrida a corrida com 40
cavalitos a menos no motor!"

A seguir, momentos de uma leve baixaria e muita risada. Quando estávamos no final da Descida do Lago, já apontado para a subida do Laranjinha, o
chefe veio com mais uma: "Essa saída do Lago me preocupa, se der uma escapada em pêndulo, com chicotada ao contrário, vai bater feio, precisava dar um jeito de mexer aqui". Rebati: "Já pedi para os engenheiros da Emurb darem uma olhada no que é que dá para fazer. Aqui tem um complicômetro, chefia: a confluência dos lagos. A única saída de emergência é colocar o guard-rail mais próximo da pista para não deixar ganhar velocidade na hora que esparramar. O problema, chefe, é a hora que der uma pregada bem caprichada do lado esquerdo. A lâmina vai devolver e o "elemento" vai cruzar a pista de volta para o lado direito. Precisa ver se não pega ninguém, nenhum anu errante no contrapé da biaba". Ele me deu uma olhada, armou uma risada
de canto de boca, e conferiu: "Elemento, anu errante, contrapé da biaba?"

Devolvi bem curta: "Chefia, você entendeu, não estica".

Quando chegamos ao cotovelo - ou Bico de Pato -, ele comentou: "Aqui
acendeu de novo a luz da pressão e desta vez eu vi e envelheci. Só me faltava esta, estava no final da prova. Na África do Sul devia ter chovido
15 voltas antes, e aqui, essa?! Ainda bem que o motor, que já tinha dado umas amarradas nas voltas atrás do safety-car, aguentou, já estava uma barra e agora a FISA ainda me penalizando não sei até agora por que.
Fiquei um tempão atrás do Erik (Comas, que foi o rei do ventilador no GP, pois arrumou time penalty para todo mundo) e, quando ele tirou o pé e me mandou passar, os caras me deram o pênalti".

(N.R. Túnel do tempo, forward: Montoya, tá vendo como é coisa antiga?
Aposto que são os mesmo daquela época. Aliás, para mim esta turminha já vem daquele escândalo do Japão - Túnel do tempo rewind).

Subimos a Junção e, no final do Café, ele diminuiu. Levou a X-tudo para o lado direito, deu uma provocada para o lado esquerdo e chamou o freio de mão. Currupeio perfeito. Viramos 180º e já estávamos voltando para o Café, iniciando a descida para Junção. Pensei: acho que é agora, vou atiçar.

"Respeitável público, no espetáculo de hoje teremos Don Becon e sua peruazinha", brinquei.

Peruazinha foi a palavra mágica. Cutuquei a fera com vara curtíssima.

"Você vai ver o que isso anda".

Infernizei: ""É bom mesmo, porque os caras da BMW estiveram aqui na semana passada e eu executei uma M3. Achei que anda muito, por isso estou achando isso aqui meio lerdo". Aí o homem pegou no breu: "Então vamos ver quanto vira nesta pista ao contrário, você tem idéia?", perguntou. Pensei comigo..."Consegui incendiar a fera"...

Completei jogando mais um pouco de gasolina: "Não sei, mas vou abrir o relógio e navegar: Atenção, Siviero para Biasion, Junção à direita, freada forte e quarta, pé embaixo".

A partir deste momento foi só pintura. Adrenalina pura, movimentos precisos, derrapagens controladas, controle absoluto, um conjunto de ordens e contra-ordens que a S4 obedecia docilmente, como que sabendo quem
manda, quem é o dono. O carro não ia para onde queria, e sim para onde "ele" queria e colocava. O cheiro de borracha queimada já era forte dentro do habitáculo.

Começando a subir o Mergulho, mandei: "Pironnen para Kankkunen, direita de alta, quarta, pé embaixo". Quando ia avisar do Bico de Pato, o cotovelo tinha chegado. O problema é que saímos meio atravessados para o lado contrário da curva que era para a esquerda (nós estávamos andando ao
contrário). Nos últimos metros antes de passar do ponto e com um improviso espírita, ele "inventou" um pêndulo que, sinceramente, não sei onde ele foi buscar. Absurdo, já todo torto, ele deu uma provocadinha e a barata entrou na dele, ameaçou voltar, eu só ouvi ele dizer: "Te peguei!". A partir daí foi mais ou menos assim. Na pequena balançada da direita para a esquerda,
ele percebeu antes e pendurou nos alicates (ABS). O barulho lá embaixo na frente era característico: "Cram...Cram...Cram = Tradução: Não vai travar".

Quando a frente ameaçou entrar, ou melhor, quando a traseira ameaçou soltar, eu só ouvi um "rrrrrrrrrrrrrrrriiiiiippp". Freio de mão puxado, ni qui, travou o eixo lá atrás, foi-se a traseira. Quando ela foi, assinou a sentença de execução do carro. O torpedo como um todo começou a contornar, girando sobre um eixo imaginário bem no meio do carro, fazendo uma meia
lua, até chegar perto da metade da entrada do Bico de Pato.

Não sei se vocês estão percebendo a magia da manobra. Até aí, ele só vinha trabalhando com forças atuantes, sistema de freio em sequências de derrapagens controladas. Naquela sucessão de manobras, ele já vinha com a mão direita selecionando uma marcha adequada para a saída. A curva que era para ter passado, não passou. Nós estávamos dentro dela, quase apontados para a saída, com a marcha ideal selecionada e a plataforma motriz em stand-by esperando a vez dela. Chegou. Lembro que bati os olhos no
velocímetro estávamos entre 95 e 105 km/h. Aquele era o ponto. O pé direito dele foi junto com o meu berro: "Dá-lhe gás!". Naquele momento eu relembrei a ira dos deuses enfurecidos e a brutal potência da usina turbocomprimida da casa de Ingolstadt. Absurdo, absurdo, eu não conseguia definir se era castigo do céu ou coice de mula: com as costas coladas no banco, via a S2
seguir uma trajetória muito bem definida a caminho do Pinheirinho.

Sem deixar cair a peteca, emendei: "Kivimavi para Allen, terceira marcha cravado sem tirar o pé".

Mas sempre tem um mas. Quando ele apontou puxando para a direita, o foguete empurrou um pouquinho à frente, ameaçando alargar a trajetória. Junto com a tentativa de reação, ele imediatamente telegrafou o acelerador, fazendo
a traseira escorregar e ficar mais ou menos a uns 15º apontada para o lado de dentro da curva. Era tudo o que ele queria para chamar potência no
acelerador. Fizemos o Pinheirinho e o "S" (antigo) em dois pêndulos.
Quando chegamos perto da zebra saindo do "S" e a caminho do Laranjinha (só relembrando que estamos andando ao contrário na pista), comentei:
"Nossa o que é no chão esse torpedo! O que fala essa usina e uma estupidez!".
Ele completou "Você vai ver nas de alta". Ao ouvir aquilo fiz uma reflexão:
"Senhor, vou testemunhar a verdade, vou conhecer de perto o toque divino de um dos eleitos".

O motor urrando, o turbo descarregando, a velocidade crescendo, o Laranjinha, a Subida do Lago velocíssima com freada forte para a
segunda perna na entrada da reta a caminho do Berger.

Todo o Berger à direita (nós estamos andando ao contrário). O pêndulo veloz direita esquerda para subir o "S" dele. E mais, a encardida chegada da Junção morro abaixo, quinta a pleno. Não teria como descrever para vocês, não encontraria palavras. São sensações que você sente quando por exemplo entra num Louvre e descobre nomes como Leonardo da Vinci, Raffaello
Sanzio, Michelangelo Merisi, Rembrandt Harmensz. Ou quando ouve Antonio Vivaldi,Franz Schubert, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig von Beethoven, Johann Sebastian Bach ou mesmo uma "Rhapsody in Blue", de Gershwin.

Quando você percebe que está com alguém que faz parte desta lista dos "eleitos", como os citados acima, você se sente especial. Você vive um
pequeno momento especial, que você vai levar para o resto da sua vida sem esquecer um detalhe.

Poesia ou não, sempre tive a impressão que Deus manda uns caras aqui na Terra para mostrar como ele faz as coisas. Mas, Edgard, não dá para
contar?
Desculpe, não dá. Eu não tenho como descrever reações, comportamentos, atitudes, antecipações, acima de 200 km/h. Você simplesmente fica
olhando
sem querer perder nada. É isso.

Não dá para contar, é uma coisa sua, como foi de Gagarin, Carpenter, Armstrong e Buz Aldrin. Como você quer ver tudo e não perder nada, alguma
coisa você registra. O resto, você absorve. Acho que demos umas oito voltas, depois da terceira virou rotina, conversamos, demos risada, eu
xinguei a FISA (para variar)...O cheiro de borracha queimada não parou, nem diminuiu, nós é que acostumamos com ele. Lá pela sexta volta
perguntei sobre Donington a resposta você já sabe. A "peruazinha" S2, um demônio, serve até para ir à feira, mas não leva desaforo para casa. Aquele motor não tem cavalos, tem bufalos enlouquecidos que, quando provocados, fazem
desabar uma tormenta.

Perto do portão de saída, falei: "Me deixa aqui, vou andando até a minha sala. Falou, até mais, chefia". Preocupado, me pediu: "Qualquer coisa,
me liga. Se chegar algum pedido da FISA, me passa por fax".

Para não perder o costume, provoquei na saída: "Fica frio. Da próxima vez, vem com um A8, tá bom?".

Ele deu uma gargalhada e se perdeu no transito da Teotônio Vilela.

Fico imaginando que, para quem pudesse andar com Jim Clark, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Jackie Stewart, Nelson Piquet e Michael
Schumacher, a sensação deveria ser a mesma. Só sei que, lá pelas tantas em casa, já na madrugada, olhei para o relógio e vi que o cronômetro ainda estava funcionando. Eu tinha esquecido de parar aquela volta que fiquei de
marcar. Naquele momento, 1h30 da manhã, descobri que oito horas atrás eu tinha vivido uma aventura que ficaria na minha lembrança para o resto dos meus dias. Simplesmente ela se juntava a outras como o meu primeiro DKW de corrida, a minha primeira vitória com o Opala, A vitória nos 1000 Km de Brasília, a vitória nas 12 de Goiânia, a vitória no Troféu José Carlos Pace
em Brasília, meu primeiro Campeonato Brasileiro de D3, o segundo, meu primeiro vôo num PA18, (todo mundo chamava de teco-teco). Lembranças,
memorys, coisas que você não esquece mais.

Não sei se isso ajudou, mas por essa e outras experiências eu não tive nenhuma dúvida em ir para a frente das câmeras da TV Manchete naquele
maio maldito e ficar berrando, durante oito ou nove horas, que podiam esconder todas as fitas que quisessem, mas ele não tinha errado. Alguma coisa tinha quebrado ou acontecido. Está bem, não discuto, tinha chegado a hora dele,
ninguém foge dos desígnios de Deus. Mas ele foi de pé, como um grande campeão. Reduziu três marchas e freou. Quer mais consciência do que
isso de uma situação de emergência?

Os números podem falar o que for, pouco me importa. Eu sou feito de emoção.
Nasci, vivi e vou morrer assim. A vida sem adrenalina simplesmente não tem graça. Jamais vou separar a emoção do coração. Por isso, onde você estiver
- Acelera, Ayrton. Acelera, campeão.

Alexandre Muniz. 

 

terça-feira, 20 de março de 2012

Consertando Sua Linha Vermelha



Eu dou fold demais ou devo começar a "vomitar fichas"?

Muitos jogadores de micro e low stakes têm uma "linha vermelha" (uma linha que representa o quanto você ganha ou perde em potes que não chegam ao showdown), que geralmente é negativa. Eu também era assim.

Eu sei o quão ruim é olhar no Holdem Manager e ver que não importa o que você faça, você não consegue "levantar" a sua linha vermelha. Quando eu tentei corrigir esse problema pela primeira vez, eu acreditava que a solução era jogar mais potes agressivamente. Então comecei a jogar de forma mais agressiva, double barreling em spots com pouca fold equity, blefando em mais mãos, e geralmente colocando mais dinheiro em potes com air cards, numa tentativa de fazer os jogadores ruins foldarem suas "mãos feitas".

Depois de umas 50k hands jogando assim e apenas ficando breakeven, eu percebi (com a ajuda do fórum) que eu estava errado, e decidi descobrir onde os problemas da minha linha vermelha realmente estavam.

Para todos vocês que têm problemas com problemas com a linha vermelha, aqui está o que eu tenho para ensinar-lhes. É um conselho muito básico, mas ajudou o meu jogo (eu acho), e que aborda uma insegurança comum entre os jogadores de micro stakes iniciantes:

Sua linha vermelha desce quando você coloca dinheiro no pote e depois folda. Então onde você está fazendo isso com muita frequência?


1. Nos blinds.

A maioria dos micro stakers jogam mal quando estão nos blinds. Você joga muito tight e as mãos que joga, joga de forma errada. Você pode não jogar pra ganhar quando está no BB ou SB, mas deve jogar pra perder o mínimo possível. Jogar pra perder o menos possível significa perceber qual a sua equidade ao invés de apenas desistir, e implica em jogar de uma maneira que você não dê automaticamente check-fold cada vez que erra um flop.

Alguns preflop leaks comuns, quando se está nos blinds:

Small pairs vs. regs: 3-bet or fold.
Medium pairs vs. regs: call ou squeeze com eles. Tente leva-los ao showdown de uma maneira barata, eles costumam ser a melhor mão.
Suited hands jogáveis (K9s, QTs, etc): às vezes dê call, às vezes 3bet, dependendo do vilão.
Small suited connectors, suited trash, low cards: fold fold fold fold fold. É muito ruim jogá-los fora de posição.
Suited Connectors médios ou altos: 3bet ou fold.
Medium Aces: não jogue com nada abaixo de A9o, mas não tenha medo de jogar A9o+. Lembre-se, o range de steal do vilão é geralmente amplo. É geralmente um erro 3betar nesse tipo de spot.

E talvez o mais importante: SEMPRE QUE ACERTAR O FLOP NÃO SEJA UM IDIOTA. Jogue a droga do poker!

2. Limped pots 
 
Você está errando em limped pots. Você tem 92o no BB e o hijack entra de limp. Você não vai aumentar, então você pede mesa. O flop vem K36 e todos pedem mesa. O turn é um 3. APOSTE! Você quase sempre vai levar o pote. Você está errando feio se não se aproveita desse tipo de spot (pense um pouco, você está jogando como um huge fish porque não presta atenção. Pare de jogar como um fish, você vai fazer mais dinheiro, obviamente). Todo o dinheiro dos pots em que há fold vão para a sua linha vermelha, e você certamente não vai aumentar a sua linha azul aqui.

3. O Flop

Continuation bets: Você está inseguro sobre as suas c-bets? Se você está c-betando muito alto, então está errando. Existem flops que é ok uma c-bet alta (paired flops por exemplo), mas em um flop standard como A92r, você tem que c-betar baixo. Acredite em mim, é o suficiente.

Você está fazendo c-bet demais? Você tem AK em um pot 3-way com um flop T96 two-tone, você não deve fazer uma continuation-bet. Quanto mais multi-way é o flop, mais você tem que pensar "valor ou nada".

Continuation-bet atrasada: em flops "semi-brutos" multiway, especialmente se você estiver fora de posição contra um ou mais vilões, você pode "atrasar" a sua c-bet e ver o que acontece. Se a mesa roda em check e o turn não é assustador, você pode apostar agora. Seus oponentes estão te dando informações no flop, então use isso para ter vantagem. Não seja um aggro-donk, seja esperto e se aproveite dos spots que conseguir.


4. Seja mais agressivo com mãos com valor

A melhor parte disso é que você provavelmente vai melhorar tanto a sua linha vermelha quanto a azul. Se as pessoas não estão foldando pras suas "value hands" uma boa porcentagem das vezes, você não está jogando-as de maneira correta. A maioria das pessoas vêm a este fórum com somente um pensamento "value, value, value". Isso é errado. Você tem que jogar por stacks, e a única maneira de fazer isso é apostando. Sua linha vermelha e linha azul estão mal porque você não põe dinheiro suficiente no pote quando está bem.

A solução pra maioria desses problemas é que você tem que ser mais atento quando você joga. Ganhar potes onde ninguém tem nada. Não auto-foldar quando estiver nos blinds, e quando estiver nos blinds, não faça apenas set mining. Se você "acordar" e começar a jogar poker de todas as posições, você começará a ser mais agressivo nos spots que são lucrativos, e ganhar muito dinheiro que você usualmente "deixaria na mesa". Isso tudo é de senso comum, mas é fácil de ser esquecido quando você está grindando, especialmente se estiver jogando muitas mesas. Então preste atenção!

Fonte: 2+2 e maisev (Retirado do blog: http://www.querosershark.com)

sexta-feira, 16 de março de 2012

A evolução da Educação no Brasil

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação,  datilografia...

Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas,  Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira  Nacional antes de iniciar as aulas...

Leiam o relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda  mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina  registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.  Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.  O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.  Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.  O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o  lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00.  Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.  O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00.  Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2010 ..:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.  O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra  minoria social não precisa responder pois é proibido reprová-los).
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a  professora provocou traumas na criança.

Também jamais levante a voz com um aluno, pois isso representa voltar ao passado repressor (Ou pior: O aprendiz de meliante pode estar armado) 

- Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

quarta-feira, 14 de março de 2012

Biografia de um jogador profissional de poker (Dexx)

Sou natural do Rio de Janeiro e conhecido pela comunidade do poker como Dexx, fui um dos primeiros jogadores de poker a se profissionalizar no Brasil.
Jogo profissionalmente a mais de 5 anos, e desde então a minha vida tem sido pensar quase que em tempo integral em tudo que envolve o jogo e em como me tornar um jogador melhor.
Uma das grandes descobertas que fiz nessa busca foi que para ser um jogador melhor é fundamental tornar-se uma pessoa melhor, sendo assim, tenho pretensões de mostrar a todos os leitores mais do que poker e sua lógica matemática, mas também um pouco do que aprendi sobre a compreensão desse jogo como réplica perfeita da vida.
Antes de entrar de cabeça no poker e ser bem sucedido  nas mesas de High Stakes eu era um antigo jogador de StarCraft, o que, inclusive, deu uma contribuição considerável ao meu desenvolvimento no poker, pela estratégia e disciplina que o Starcraft exige.
Jogo poker a mais ou menos 6 anos. Posso dizer que é uma longa história com capítulos bem felizes, e com sorte, longe do seu final.
Comecei jogando freerolls no extinto "poker.com", que hoje opera a rede Merge, e foi lá que aprendi as regras do jogo. Depois de passar semanas com despertadores durante a madrugada para não perder um freeroll sequer, me deliciando a ganhar exatos $3,58 (lembro até hoje, meu primeiro dinheiro ganho com poker), até que descobri o famoso bônus de $50 free.
Então comecei a jogar Sng’s de $3, passando por muitos altos e baixos e com muitas incertezas sobre como ganhar dinheiro jogando poker. Nesse período estava fazendo faculdade de Direito, não tinha um tostão para fazer depósitos (e a perspectiva de perder aquele dinheiro era desanimadora), não tinha apoio da família, mas tinha uma certeza: queria levar aquilo a sério. O vislumbre de jogar poker profissionalmente já me encantava desde aquele momento.
Insatisfeito com a variância de SnG’s, comecei a estudar cash game e fiz a transição. Provavelmente esse foi o momento mais delicado da minha carreira. Com foco no poker, achava que não estava levando nem os estudos da faculdade, nem o poker a sério, então tomei a difícil decisão (que hoje vejo que foi acertada): larguei a faculdade que meus pais pagavam com muito sacrifício e passei a me dedicar somente ao poker, sem apoio da família e amigos, que criticavam a decisão.
A partir daí, as coisas se desenrolaram de forma natural, larguei uma segunda faculdade (que tinha entrado apenas para acalmar meus pais) e vi meu jogo sendo prejudicado pela pressão e ambiente em casa. Decidi sair de casa e fui morar com um amigo provisoriamente e, enfim, fui morar sozinho. Sempre estudando e crescendo no poker.
Tomar essas decisões na época, sem provas para mostrar que poker é uma realidade e que podia dar certo (quando larguei a primeira faculdade o poker ainda estava engatinhando, e eu estava na NL25), sendo criticado pelas pessoas mais importantes não foram fáceis, muito pelo contrário, ainda mais quando se é jovem, mas hoje fico feliz por tê-las tomado.

Hoje, depois desse começo conturbado, jogos os limites mais altos do texas Holdem e estou disposto a contribuir para comunidade do poker com parte das coisas que compreendi dentro e fora das mesas em todos esses anos.
Agora, após ter passado uma longa temporada em Natal-RN, estou no Mato Grosso do Sul, e com essa liberdade que o poker me permite, não faço a mínima idéia de onde estarei nos próximos meses...
 
Dexx.
 
Retirado do site: http://www.andredexx.com

Aula de Poker com o Professor The Nuts, Cash game, Como jogar AK