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| André Akkari e a torcida brasilera. | 
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
Akkari campeão!!!!
O nosso André Akkari acabou de ser campeão do evento 43 do World Séries of Poker, feito antes realizado apenas por um único brasileiro: Alexandre Gomes.
Sob os gritos da torcida brasileira presente em Las Vegas, "a veia" (apelido carinhoso dado pela torcida brasileira ao Akkari), reverteu uma situação de desvantagem em que chegou a estar com apenas 3,5 kk contra 9 kk em fichas do gringo (lula molusco, apelido dado pela torcida brasileira).
Aos poucos o Akkari foi revertendo a situação, jogando um Poker redondinho sem correr grandes riscos e com uma enorme paciência (ao contrário do gringo, que claramente estava exausto e bastante incomodado com os gritos da torcida brasileira, mesmo sem entender os gritos de "narigudo viadinho".. kkk) acabou virando a situação e levando o Bracelete para o Brasil.
Mais uma vez ficou claro como a habilidade prevalece.. parabens Akkari por fazer história, parabens Brasil por mais esse título!!!
"Respeite essa bandeira."
(André Akkari, 28 de junho de 2011)
"Respeite essa bandeira."
(André Akkari, 28 de junho de 2011)
Acordei pensando nisso.
A vida é um constante processo de relacionamento.. tudo repercute na forma como as pessoas irão nos ver.. um simples sorriso com os olhos que você dê mas que não perceba ou um simples silêncio seu diante de alguns comentários maldosos, podem se transformar numa amizade de grande valor ou até num sentimento muito mais forte que uma amizade..
Por isso precisamos além de sermos verdadeiros com nós mesmos, sermos verdadeiros com os outros.. com o próximo.. mais ainda com os próximos que sejam mais próximos.. e isso inclui dizer não.. dizer sim.. cuidar.. aceitar.. às vezes se despedir ou deixar que se aproximem.. porque nem sempre seremos nós os que estaremos na posição de decidir.. de optar pela melhor escolha.. mas em outros momentos seremos nós que estaremos esperando pela decisão.. pela vitória ou pela derrota.. pelo sim ou pelo não.. o círculo ou esfera é uma grande metáfora da vida.. ela está presente em todo lugar.. no formato das nossas células.. dos nossos olhos.. dos astros, planetas.. nenhuma forma pode representar melhor a vida.. e num círculo que possivelmente gire em torno de um eixo.. se cada um de nós formos um ponto neste círculo da vida, nem sempre estaremos por cima... então sejamos todos sinceros.. nada vai acabar agora.. a vida vai continuar, o mundo é esse e isso não é um ensaio.. quem acha que essa vida é só um ensaio pode correr o risco de ficar fora da peça principal por não ter dado o devido valor ao "ensaio".. então sejamos todos sinceros e não deixemos que ninguem sofra pelo nosso egoísmo.
FJ
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
Justificativas
 Sei que tem algumas pessoas que acompanham este blog, por isso gostaria de me justificar por não estar seguindo meus planos relacionados ao poker ou não estar postando nada relacionado a isso, mas eu percebi que se eu ficasse postando diariamente o resultado das sessões e possíveis mãos, isto poderia influenciar minha forma de jogar, e isso não seria bom, além disso teria que gastar algumas horas nisto, tempo que na verdade não tenho.. e sem contar que como minhas sessões não estão tão boas resolvi tirar uma semana só pra ler alguns artigos e ver alguns vídeos e vou ficar sem jogar por esses dias..
Outro motivo é que preciso colocar os assuntos do mestrado em dia e estes dias quase não pude estudar porque estive doente.. então é muita coisa pra estudar durante pouco tempo e minha leitura é pouca pra entender tudo ja na primeira leitura.. ás vezes passo um dia pra entender uma frase.. kkk.. e olhe lá..
E outro motivo é que um amigo meu ta meio apoquentado com um tcc que ele precisa fazer nos próximos dias ou então ele corre o risco de ser jubilado e vou tentar ajudá-lo.. o chato é que ele escolheu um tema que é do Satanás pra dentro.. tá ruim de dominar tudo.. e eu vou tentar ajudá-lo lendo e  buscando compreender também.. o tema é "Axioma da Escolha", tem a ver com meu último post neste blog e é um axioma angular na matemática..
Outra coisa que estamos planejando é que vamos formar um grupo de estudo de cash e ir jogar poker numa casa lá na Pajuçara,  e depois no final da noite dividiremos os lucros.. ainda estamos formando o nosso grupo.. mas em breve estaremos fazendo algo semelhante ao que se vê no filme 21.. claro que trazendo muito menos dinheiro...
Bom, é isso.. no mais ta tudo bem.. tirando uma coisa ou outra.. em breve voltarei a jogar e tentarei atualizar os resultados semanalmente. Abraço.
sábado, 25 de junho de 2011
Mateus 14:14-21 e o Paradoxo de Banach-Tarski
- Volker Runde, publicado em Pi in the Sky, n.2
 - Ou O que a Matemática e os Milagres têm em Comum
 
E ele, ao desembarcar, viu uma grande multidão; e, compadecendo-se dela, curou os seus enfermos. Chegada a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer. Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: trazei-mos aqui. Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos cheios. Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças. – Mateus 14:14-21

Por que um artigo que deveria ser sobre matemática começa  com a alimentação dos cinco mil?    
Nos anos vinte dois matemáticos poloneses – Stephan Banach e Alfred Tarski – provaram um teorema matemático que soa muito como a alimentação de cinco mil. Em sua honra, ele é chamado paradoxo de Banach-Tarski*. As conseqüências do paradoxo de Banach-Tarski são, por exemplo:
Nos anos vinte dois matemáticos poloneses – Stephan Banach e Alfred Tarski – provaram um teorema matemático que soa muito como a alimentação de cinco mil. Em sua honra, ele é chamado paradoxo de Banach-Tarski*. As conseqüências do paradoxo de Banach-Tarski são, por exemplo:
Uma laranja pode ser cortada em um número finito de  pedaços, e esses  pedaços podem então ser juntados  novamente para formar duas laranjas,  cada uma tendo o  mesmo tamanho da que foi cortada em pedaços. 
Outra conseqüência, ainda mais bizarra, é: 
Uma ervilha pode ser cortada em um número finito de  pedaços, e esses  pedaços podem então ser reagrupados para formar uma bola sólida com um  diâmetro maior do que a distância da Terra ao Sol. 
Mais geralmente, sempre que você tiver um corpo tridimensional (com  algumas restrições), você pode obter qualquer outro corpo ao quebrar o  primeiro em pedaços e reagrupar as partes. Transformar cinco pães e dois  peixes em comida suficiente para alimentar uma multidão de mais de  cinco mil pessoas parece então um exercício simples.   
Se você leu até aqui, sua atitude presumivelmente é uma das duas:
Se você leu até aqui, sua atitude presumivelmente é uma das duas:
-  Sua crença na verdade absoluta dos teoremas matemáticos é tão forte que faz com que engula o paradoxo de Banach-Tarski. 
 -  Você é um cético tão vigoroso, e assim nem toma a alimentação dos cinco mil nem o paradoxo de Banach-Tarski de forma literal. 
 
Se você cai na primeira categoria, provavelmente há pouco incentivo  para que continue lendo este artigo. Do contrário, acho que sua atitude é  melhor descrita da seguinte forma: Você pode acreditar na estória da  alimentação dos cinco mil mas não tomá-la literalmente, e se você ouve  falar de um teorema matemático cujas conseqüências são obviamente  absurdas, você tende a achar que o teorema está errado.
Pegue uma laranja e uma faca afiada. Corte a laranja em pedaços e  tente formar com os pedaços dois globos com aproximadamente o mesmo  tamanho. Se os pedaços forem suficientemente pequenos, cada um desses  globos será razoavelmente parecido com uma bola, mas é claro, cada uma  com um volume que é mais ou menos a metade da laranja original. Talvez  você não tenha cortado a laranja do jeito certo. Você pode tentar sua  sorte com centenas de laranjas: acabará produzindo toneladas de bagaço,  mas nenhuma corroboração do paradoxo de Banach-Tarski. Isso não parece  mostrar que o paradoxo Banach-Tarski está errado?
O paradoxo de Banach-Tarski é um teorema que chamamos de teorema de  existência: há uma forma de dividir uma ervilha de forma que os pedaços  possam ser reagrupados em, digamos, uma estátua em tamanho natural de  Stefan Banach. O fato de você não conseguir encontrar tal forma não  significa que ela não existe – você pode simplesmente não tê-la  encontrado ainda. Deixe-me clarificar com um exemplo de aritmética  elementar. Um inteiro positivo p é chamado primo se 1 e p  são seus únicos divisores; por exemplo, 2, 3 e 23 são primos, enquanto 4  = 2.2 e 243 = 3.81 não são. Os gregos antigos sabiam que todos inteiros  positivos têm uma fatorização em primos: se n é um inteiro positivo, então há números primos p1,…..,pk de forma que n = p1….pk. Para um n  pequeno, tal fatorização em primos é fácil de encontrar: 6 = 2.3, 243 =  2.3.3.3.3 e 6785 = 5.23.59, por exemplo. Há essencialmente apenas um  jeito de encontrar uma fatorização em primos – tentando. Achar a  fatorização de 6785 – armado apenas com lápis e papel – deve ter tomado  certo tempo. Agora pense em um número grande, digo, realmente grande:
7380563434803675764348389657688547618099805.
Esse é um número positivo sem nenhum problema, e o teorema diz a você  que ele tem uma fatorização em primos, mas – por favor! – não gaste  horas, dias ou mesmo anos de sua vida tentando achá-la. Você deve  pensar: para que os computadores foram inventados? É fácil escrever um  pequeno programa que produz a fatorização em primos de um inteiro  positivo arbitrário (e ele pode mesmo produzir uma de  7380563434803675764348389657688547618099805 em um período de tempo  razoável). Contudo, o tempo médio que tal programa levaria para achar a  fatorização de um inteiro n aumenta dramaticamente à medida que n fica maior: para um n  suficientemente grande, o tempo que até o mais rápido supercomputador  disponível hoje levaria – em média – para achar a fatorização em primos  de n seria maior que a idade do universo.
Assim, embora a fatorização em primos de um inteiro positivo sempre  exista, ela pode ser impossivelmente difícil de encontrar. De fato, isto  é algo bom – é o coração dos códigos de chaves públicas que tornam as  transações de cartão de crédito na internet seguras, por exemplo. Agora,  pense de novo no paradoxo de Banach-Tarski. Apenas porque você não pôde  fazê-lo funcionar na sua cozinha (assim como você não pôde encontrar a  fatorização de um certo inteiro muito grande) isso não significa que o  teorema é falso (ou que esse inteiro particular não tenha uma  fatorização em primos).
Vamos tentar refutar o paradoxo de Banach-Tarski com a única  ferramenta que funciona em matemática: pensamento puro. O que faz o  paradoxo de Banach-Tarski desafiar o senso comum é que, aparentemente, o  volume de algo aumenta do nada. Você certamente conhece um certo número  de fórmulas para calcular os volumes de certos corpos tridimensionais.  Por exemplo, se C é um cubo cujas arestas têm o comprimento l, então o  volume V (C) é l3; se B é uma bola com raio r, então seu volume V (B) é 4/3¶r3.
Mas qual é o volume de um corpo tridimensional arbitrário? Não  importa como o volume de um corpo concreto é calculado, o seguinte é  certamente verdade sobre o volume de corpos tridimensionais arbitrários:
- Se o corpo ~B é obtido do corpo B simplesmente movendo o corpo B no espaço tridimensional, então V (~B) = V (B); 
- Se B1, . . . ,Bn são corpos no espaço tridimensional, então o  volume de sua união é menor ou igual à soma de seus volumes, i.e.,   

- Se B1, … , Bn são corpos no espaço tridimensional de forma que  nenhum deles possui um ponto em comum, então o volume de sua união é  igual à soma de seus volumes, i.e.;   

Assim, digamos que B sej
a um corpo tridimensional arbitrário, e digamos que B1, … , Bn sejam subconjuntos de B de forma que nenhum deles tenha qualquer ponto em comum e B = B1 U … U Bn.
a um corpo tridimensional arbitrário, e digamos que B1, … , Bn sejam subconjuntos de B de forma que nenhum deles tenha qualquer ponto em comum e B = B1 U … U Bn.
Agora, mova cada Bj no espaço tridimensional, e obtenha ~B1, … , ~Bn.  Finalmente, reúna ~Bj novamente e obtenha outro corpo ~B = ~B1 U … U  ~Bn. Agora nós temos para os volumes de B e ~B:
    
Isto significa que o volume de ~B deve ser menor ou igual ao volume  de B – não pode ser maior. Banach e Tarski estavam errados! Será mesmo?
Nossa refutação de Banach-Tarski parece perfeita. Tudo de que  precisamos foram três propriedades básicas do volume de corpos  tridimensionais. Mas isso era tudo? Por trás de nosso argumento, havia  uma suposição oculta – todo corpo tridimensional tem um volume. Se nós  deixarmos esta suposição, nosso argumento subitamente colapsa. Se apenas  um dos corpos Bj não tem volume, toda nossa cadeia de (in)equações não  faz mais sentido. Mas por que um corpo tridimensional não deveria ter  volume? Isso não é óbvio? O que é de fato verdade é que todo pedaço de  laranja que você pode possivelmente produzir com uma faca tem um volume.  Por esta razão, você nunca será capaz de usar o paradoxo de  Banach-Tarski para reduzir seus gastos com alimentação. Uma conseqüência  do paradoxo de Banach-Tarski é portanto que há um jeito de cortar uma  laranja para que você possa formar, digamos, uma abóbora gigante com os  pedaços – mas você nunca será capaz de fazer isso por si mesmo usando  uma faca. Que tipo de lógica bizarra pode fazer alguém aceitar isso?
Talvez você esteja querendo ficar a par do axioma de escolha: 
Se você tem uma família de conjuntos não-vazios S, então há uma forma de escolher um elemento x de cada conjunto S nessa família.
Isso soa plausível, não? Apenas pense em um número finito de  conjuntos não-vazios S1,…Sn: Pegue x1 de S1, e então prossiga para S2, e  finalmente pegue xn de Sn. O que o axioma da escolha tem a ver com o  paradoxo de Banach-Tarski? Como se revela, muita coisa: Se o axioma da  escolha é verdadeiro, então o paradoxo de Banach-Tarski pode ser  derivado dele e, em particular, deve haver corpos tridimensionais sem  volume. Assim, a resposta à questão de se o paradoxo de Banach-Tarski é  verdadeiro depende se o axioma da escolha é verdadeiro.
Certamente, o axioma da escolha funciona para um número finito de  conjuntos não-vazios S1,…,Sn. Agora pense em uma seqüência infinita S1,  S2,… de conjuntos não-vazios. Novamente, pegue x1 de S1, então x2 de S2,  e apenas continue. Você nunca chegará a um fim, mas eventualmente  produzirá um elemento xn de cada Sn. Assim, o axioma da escolha é  verdade neste caso também. Mas e se tivermos uma família verdadeiramente  arbitrária de conjuntos? E se tivéssemos de lidar com a família de  todos subconjuntos não-vazios da linha real? Pode ser mostrado que esta  família de conjuntos não pode ser escrita como uma seqüência de  conjuntos. Como escolhemos um número real de cada conjunto? Não há um  algoritmo que nos permita pegar um elemento de um conjunto, um segundo  elemento de outro conjunto e, eventualmente, de pegar um elemento de  cada conjunto na família. Mesmo assim, o axioma da escolha ainda parece  plausível – cada conjunto S em nossa família é não-vazio e portanto  contém algum elemento x – por que não deveria existir um jeito de  escolher um elemento particular de cada tal conjunto?
Por outro lado, aceitar o axioma da escolha implica em fenômenos  estranhos como o paradoxo de Banach-Tarski. Se o axioma da escolha é  verdade, então devemos aceitar a misteriosa duplicação de laranjas. Se é  falso, então por quê? Por favor, não tente provar ou refutar o axioma  da escolha – você não conseguirá fazer qualquer uma das coisas. O axioma  da escolha está além de prova ou refutação. Nós podemos supor que é  verdadeiro, ou podemos supor que é falso. Em outras palavras, nós  precisamos acreditar nele ou deixá-lo de lado. A maioria dos matemáticos  hoje em dia acreditam no axioma da escolha por uma simples razão – com o  axioma de escolha, eles podem provar teoremas úteis, a maioria dos  quais é muito menos surpreendente que o paradoxo de Banach-Tarski.
Você está desapontado? Ao invés de elevar a alimentação dos cinco mil  de um assunto de fé a uma conseqüência de um irrefutável teorema  matemático, o paradoxo de Banach-Tarski exige que você aceite outro  assunto de fé – o axioma da escolha – antes que possa aceitar o teorema.  No final das contas, o paradoxo de Banach-Tarski não está assim tão  distante da alimentação dos cinco mil…
- – -
* O teorema é provado no artigo: S. Banach and A. Tarski, Sur la  décomposition des ensembles de points en parts respectivement  congruents. Fund. Math. 6 (1924), 244-277.
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