domingo, 28 de novembro de 2010

Gestão de Banca para Jogadores de Cash em NL Holdem


                
                É bastante comum ouvirmos histórias de jogadores de poker que foram à falência várias vezes durante suas carreiras, até que um dia se estabilizaram e conseguiram dar passos rumo à profissionalização. Essas falências geralmente ocorrem porque esses jogadores não souberam respeitar uma boa gestão de banca, que é fundamental para todo jogador de poker se tornar um jogador lucrativo e bem-sucedido.
                Todos sabem da semelhança que o poker tem com a bolsa de valores, e como a relação entre risco e recompensa está presente em ambas as profissões. Por exemplo, você pode investir em ações de empresas que apresentem praticamente risco zero de falência e pode também investir em ações de empresas que não apresentam bons resultados nos últimos tempos, cujos riscos são altíssimos. Mas geralmente o investimento nestas últimas pode trazer um lucro significativo quando estas empresas mostram uma grande recuperação, enquanto que os investimentos naquelas outras empresas costumam não trazer lucros tão altos.
                No poker não é diferente. No entanto jogar em limites mais altos pode trazer conseqüências ainda mais sérias, como por exemplo perder todo o seu bankroll que você levou meses para conseguir em apenas uma mão mal jogada ou em uma bad beat.
                Uma boa gestão de banca para os jogadores de small stakes seria jogar limites dos quais você possua pelo menos 25 buy ins. Por exemplo, jogar NL2 (0,01/0,02) quando você tiver um bankroll de no mínimo $50,00. E outra coisa importante é saber descer de limite quando suas perdas estiverem sendo constantes. Aconselha-se descer de limite quando seu bankroll descer para o valor de 25 buy ins do limite inferior ao que você está jogando. Por exemplo, suponhamos que você está jogando NL4 (0,02/0,04) e seu bankrrol desce para $50,00, então você deve descer para NL2.
                Quanto a gestão de banca na NL50 (0,025/0,50) ou maior, aconselha-se que você tenha um bankroll entre 40 e 50 buy ins daquele limite, algo em torno de $2000,00 para a NL50. Isto porque as perdas serão obviamente maiores até o momento que você se adaptar àquele novo limite e seus ganhos começarem a ser constantes.
                Por isso é fundamental termos isso em mente: Fazer uma boa gestão de banca é tão importante quanto jogar bem. Ou você se preocupa com esse aspecto de sua carreira se quiser levar o poker à sério, ou então é melhor voltar a jogar com dinheiro fictício.

(Francisco Junior)

sábado, 27 de novembro de 2010

Apostas Pós-flop

Nas apostas pós-flop, a chave principal do sucesso é controlar o tempo, se manter na posição de controle, isto é, tomar suas decisões depois de seus oponentes. Através de suas apostas você pode fazer muitas coisas:

Você pode usar apostas e raises para ganhar informações sobre seus oponentes. Um dos maiores erros que uma pessoa pode cometer no poker é dar check/call. Eu vejo muitos jogadores fazendo isso e é um erro fundamental. Porque é errado? Bem, por que é sua aposta ou raise que define a mão de seu oponente. Se você der check e call, você não terá a menor idéia do que o seu oponente tem. Ele pode estar em um draw. Pode ter um par médio. Pode estar nuts. Pode estar aplicando um grande blefe. A menos que você aposte, você não saberá. Apostando ou aumentando você também receberá o benefício extra de levar o pote quando seu oponente der fold.

Quando você dá check e call, você não apenas elimina isso, mas também aumenta o tamanho do pote para tornar correta uma aposta baseada no pote por seu oponente, para aplicar pressão em você na próxima rodada. Há mais um benefício em apostar/aumentar (especialmente quando você tem posição) – se você for pago, você geralmente receberá check na rodada seguinte e se você estiver em um draw, você poderá ver uma carta grátis (ou se você tiver uma mão forte, mas não nuts, você poderá dar check e pagar uma aposta no river, enquanto não poderia pagar um check/raise no turn).

Tente isso algumas vezes. Digamos que você tenha acertado o par do meio no flop no Big Blind contra um jogador que entrou de limp na mão. Saia apostando. Se você der check, você sabe que ele irá apostar. O que você fará então? Fold, call ou raise? Se você sair apostando, ou ele irá dar fold por ter errado o flop (na maioria das vezes), ou ele dará call por estar em um draw (ou até com duas cartas mais altas do que as do flop) ou ele irá dar raise porque ele acredita ter a melhor mão. Se você der check e call, você não saberá se ele tem ou não uma mão melhor que a sua. Ele poderia ter apenas um par de 2’s, mas porque você está dando check/call, você irá dar fold eventualmente por causa da incerteza que você mesmo criou (e geralmente seria correto para seu adversário continuar apostando, a menos que ele o tenha classificado como um calling station).

Você pode colocar seu oponente em um range de mãos baseado na reação dele à suas apostas e raises. Você já se perguntou como os profissionais colocam alguém em uma determinada mão? Certamente não é porque são videntes. É porque eles viram algo na maneira como o oponente está jogando e/ou apostando ou viram uma situação que já se repetiu centenas de vezes antes dessa. É por isso que sua experiência nos sites como o Full Tilt Poker e PokerStars nestes torneios de buy-in baixo é muito valiosa. As centenas de mãos que você está jogando estão te dando informações valiosas sobre os tipos de mãos que um oponente pode estar jogando.

Para saber isso, você deve prestar muita atenção à maneira os jogadores na sua mesa jogam. Eles apostam forte com mãos fortes, ou eles mixam o jogo? Eles apostam pouco quando têm uma mão forte e apostam forte quando têm uma mão fraca? Com que mãos eles apenas dão call? Com que mãos eles dão raise?

Preste atenção, e com o tempo você descobrirá o que eles estão fazendo. Eles estão dando check e call quando há duas cartas do mesmo naipe no flop? Provavelmente um flush draw – faça-os pagar por isso.

Eles estão dando check e call quando há duas cartas conectadas no flop? Provavelmente um straight draw – faça-os pagar por isso.

Ele apostou pouco ou deu call no seu raise em um bordo com alguns draws? Provavelmente um par alto com kicker baixo – faça-os pagar por isso.

Eles deram call no seu raise pré-flop e deram check no flop após você dar check e depois aplicaram um raise no turn? Provavelmente dando slowplay em uma mão muito forte, esperando que você coloque todo o seu dinheiro no pote.

Eles apostaram alto em relação pote? Provavelmente uma mão que não quer ser paga e está tentando comprar o pote.

E aqueles raises pequenos quando você aumenta pré-flop? Provavelmente é uma grande mão querendo call.

E aqueles grandes re-raises quando você aumenta pré-flop? Dependendo do jogador, pode ser uma mão como JJ/AK que sente que tem a melhor mão no momento, mas que prefere não ver o flop.

Contribuído por: Aaron Hendrix
Site:PokerWorks

Evangelho brutal!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais sobre a decisão do CONAR..

Em Setembro, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) suspendeu um comercial do Full Tilt Poker veiculado no Discovery Channel, sob a alegação que, por se tratar de um jogo de azar, seria uma contravenção penal exibi-lo. Prontamente, a Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), junto à sala de poker online e o canal de TV a cabo, recorreu da decisão. Os pareceres do jurista Miguel Reale Jr. e do Tribunal de Justiça de São Paulo (cedidos pela CBTH), a liminar concedida em Santa Catarina para a realização do LAPT Florianópolis e a inclusão do poker na International Mind Sports Association (IMSA - entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional) foram as armas da defesa para reverter a decisão do CONAR. Cerca de dois meses depois, a entidade mudou o seu entendimento sobre o jogo e liberou o filme publicitário.
Após avaliar todo o material que lhe foi enviado, o Conselho de Ética do CONAR foi unânime em admitir que o poker não pode ser considerado um jogo de azar, e sim de estratégia e habilidade. Desta forma, não se enquadra no Art. 50 do Decreto-lei 3688/41 e não pode ser considerado um jogo proibido no Brasil.
A decisão foi muito comemorada por toda a comunidade do poker nacional e as palavras do Presidente da CBTH Igor Federal refletem essa grande vitória: "Esta decisão do Conselho de Ética do CONAR é a maior vitória do poker nacional em 2010, juntamente com a inclusão do poker na IMSA, a entrada do BSOP na televisão, a volta do LAPT para o País e o parecer do Miguel Reale Jr. que inclusive ajudou o CONAR a entender o poker como um jogo de habilidade. As informações e laudos jurídicos fornecidos pela Confederação para a defesa do Full Tilt foram argumentos fundamentais para que o Conselho de Ética do Conar concluísse que o poker não é jogo de azar e, portanto, não é ilegal."
Ainda assim, o CONAR julgou necessária uma alteração na propaganda, distinguindo de forma mais clara o FullTiltPoker.net (totalmente gratuito) do FullTiltPoker.com (que permite apostas em dinheiro).
Parabéns CBTH, Full Tilt Poker e Discovery Channel!

Site pokernews.com, 26 de novembro de 2010.

CONAR diz que poker não é proibido no Brasil


Pouco mais de dois meses após o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) proibir a veiculação de uma propaganda do Full Tilt Poker na TV a cabo alegando que o poker seria um jogo de azar e, portanto, proibido no Brasil, o órgão regulador voltou atrás e emitiu decisão de seu Conselho de Ética alterando a deliberação anterior.

Em setembro de 2010, o Conar havia decidido pela suspensão de um específico filme publicitário do Full Tilt, veiculado no Discvery Channel em dezembro de 2009. Apesar da decisão atingir somente aquela peça cinematográfica, ela era baseada no fato de o poker ser considerado um jogo de azar e, portanto, caracterizado como uma contravenção penal no Brasil.

Agora, o Conselho de Ética do órgão regulador foi unânime na visão de que o poker não pode ser considerado um jogo de azar e que se trata de um jogo onde estratégia e a habilidade dos jogadores são mais importantes que o fator sorte. Portanto, a atividade não se encaixa no Art. 50 do Decreto-lei 3688/41. Ou seja, após a nova análise, o Conar concluiu definitivamente que o poker não é um jogo proibido no Brasil.

Para CBTH, decisão do Conar sobre propaganda do Full Tilt é uma “vitória do poker nacional”

A mudança de posição do Conar teve influência direta da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Holdem), que auxiliou a defesa do Full Tilt e do Discovery Channel com informações e documentos que comprovam que o poker não é jogo de azar, como havia sido definido pelo Conar no primeiro momento.

Os pareceres do jurista Miguel Reale Jr. e do Tribunal de Justiça de São Paulo (cedidos pela CBTH), a liminar concedida em Santa Catarina para a realização do LAPT Florianópolis e a inclusão do poker na IMSA (entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional) foram os principais argumentos para que o Conar chegasse à conclusão de que o poker não pode ser incluído na lei de contravenções penais.

A nova decisão permite a veiculação da referida propaganda, mas exige que ela seja alterada para que fique mais clara a diferença entre o fulltiltpoker.com (que permite as apostas em dinheiro) e o fulltiltpoker.net (gratuito), com o intuito de minimizar a possibilidade de o telespectador confundir o site de apostas e o de play money.

A nova e definitiva decisão do Conar não é uma boa notícia só para o Full Tilt e o Discovery Channel: ela abre possibilidade para que todos os canais brasileiros – a cabo e abertos – permitam veiculação de propaganda e conteúdo programático relacionados ao poker. Dada a importância do fato, o SuperPoker entende que a nova decisão tem valor incalculável para o crescimento do poker no Brasil. 

Site SuperPoker 25 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quem Foi Stu Ungar? - O Pelé do pôquer


O maior jogador de pôquer da história só perdeu para a cocaína e para as corridas de cachorros
Álvaro Oppermann

Ninguém ganhou mais torneios em Las Vegas ou jogou tão bem nas mesas de pôquer quanto Stu Ungar. Seu raciocínio e elaboração de estratégias eram fora do comum. Suas partidas eram espetáculos. Alguém falou em Pelé? Melhor pensar numa síntese de Pelé e Garrincha.
Stu nasceu em 1953 em Nova York. O pai, um imigrante judeu, ganhava a vida como bookmaker em corridas de cavalos. A mãe era fanática por pôquer. Com 7 anos, Ungar aprendeu as manhas do jogo. Com 10, já era craque e aos 15 caiu nas graças da família Genovese, da máfia, ganhando acesso aos clubes ilegais de carteado. Em 1978, não tendo mais de quem ganhar na sua região, foi para Las Vegas. Na sua primeira partida de pôquer nos cassinos locais, perdeu 20 mil dólares em 15 minutos, mas depois de 36 horas na mesa recuperou a quantia e ainda amealhou outros 27 mil dólares. Em 1980, com 26 anos, foi campeão mundial. Levou 365 mil dólares para casa. No ano seguinte, foi bicampeão.
Até Stu aparecer em Vegas, o pôquer era dominado por caubóis. Carismático, logo virou pop star na cidade. Era galanteador com as mulheres e implacável com os adversários. Tinha memória fotográfica absoluta: se visse rapidamente as cartas sendo embaralhadas, saberia depois qual a combinação de cada pessoa na mesa. Somado à sua agressividade, à frieza para blefar com milhares de dólares e a capacidade de perceber na cara de seus adversários o que estavam planejando, ele amedrontava quem jogasse com ele. "Seu cérebro funcionava 99% mais rápido do que o de qualquer outra pessoa na mesa", dizia o jogador Mike Sexon.
Sua saúde, no entanto, tinha dois adversários: as noitadas com mulheres e a cocaína. O seu bolso tinha um ainda pior: ele não passava um dia sem apostar, principalmente em corridas de cachorros (jogo que adorava, mas do qual não entendia nada). Ficou pobre. Em 1997, com dinheiro emprestado, conseguiu ainda entrar – e vencer – pela última vez o campeonato mundial. Gastou em 4 meses o prêmio de 1 milhão de dólares e, em 1998, numa espelunca em Las Vegas, o destino lhe deu a cartada final. Foi encontrado morto por ataque cardíaco, sujo como um mendigo. Dos 30 milhões de dólares que ganhou em sua carreira, restavam-lhe 800. Bem, no jogo da vida, a casa sempre ganha. Até de Stu Ungar.

• Foi quem mais faturou no pôquer. Ganhou 3 vezes cada um dos dois torneios mais importantes, além de 10 outros campeonatos de apostas altas. Os craques que mais se aproximaram disso ganharam só a metade.
• Era desorganizado. Nunca abriu uma conta bancária. Ficou milionário e perdeu tudo pelo menos 4 vezes na vida. Uma vez, com 3 milhões de dólares no bolso, teve a luz cortada por falta de pagamento.
• Aparentava ser mais jovem do que era. Aos 35, precisou tirar do bolso um maço de 10 mil dólares e mostrar a um garçom, como prova de que era maior de idade.

Artigo traduzido: Não leia essa dica, por Phil Ivey


No que diz respeito a conselhos sobre poker, minha atitude é bem simples: procure por eles, os absorva, mas quando estiver na mesa, esqueça-os.
Eu acredito piamente que devemos aprender o jogo jogando-o. Não estou dizendo que não existem vários bons materiais por aí para ajudar os jogadores melhorarem seus jogos ou que livros sobre poker e tutoriais não têm o seu lugar. Eles têm. Entretanto, o problema que eu vejo com as pessoas que se utilizam desse tipo de ajuda é que eles acabam por jogar como se fossem outra pessoa ou – ainda pior – a jogar como todo mundo joga.
Uma das coisas que tornam o poker um bom jogo é que não existe jeito certo ou errado de jogá-lo. Cada jogador tem sua própria abordagem e a chave, na minha opinião, é pegar as coisas que você aprende com os outros jogadores e incorporá-las no estilo de jogo que funciona pra você.
Existem alguns jogadores que têm uma abordagem bastante matemática no poker e, para eles, isso funciona. Eles estudam as probabilidades e tomam decisões baseadas no fato de estarem ou não obtendo o preço correto para colocar as fichas no pot. Esse é um jeito sólido de se jogar, mas o fato é que essa não é a abordagem correta para todo mundo.
Calcular as probabilidades pode certamente ajudar você a decidir se está fazendo uma jogada inteligente, mas não leva em consideração contra quem você está jogando. Muitas vezes você irá calcular tudo corretamente, mas a decisão final ainda dependerá do feeling que você está tendo do seu oponente ou da situação em si. Será que esse cara tem uma boa mão? Será que eu consigo tirá-lo do pot? Estou entrando em problemas aqui? Mesmo se a estatística disser que você tem que jogar, seu instinto pode estar te dizendo algo diferente, e isso é algo que você só consegue desenvolver jogando.
Depender muito dos conselhos dos outros pode dificultar o aprendizado desse tipo de habilidade, porque sua mente começa a ficar confusa. Você fica tão focado em probabilidades, estatísticas e estratégias que acaba esquecendo que está jogando contra outra pessoa e que você deve tentar descobrir o que ela está tentando fazer. Seu oponente está assustado? Ele é um maníaco? Vai foldar se você apostar alto? Na minha opinião, essas são as coisas importantes e que devem ser mantidas na sua mente durante uma mão.
Isso já foi dito antes, mas não custa repetir: poker não é sobre as cartas, é sobre os jogadores e as situações. Jogadores vencedores entendem que às vezes você tem que arriscar. Às vezes suas jogadas vão funcionar, outras vezes não. Não importa se você ganha a mão ou não, você tem que fazer a jogada que considera a melhor.
Ao final de uma mão ou sessão, volte e estude as situações em que você acertou e seja honesto com você sobre as situações onde você cometeu erros. Entretanto, não super analise uma situação, imaginando o que você poderia ter feito diferente, porque isso pode atrapalhar sua mente na próxima vez que for jogar. Identifique seus erros, aprenda com eles, e siga em frente. Só porque alguma jogada não funcionou do jeito que você queria, não significa que você não deveria ter tentado. Como eu disse antes, algumas coisas você tem que aprender jogando.
Então este é meu conselho: leia esse artigo, leia outros artigos e livros sobre poker e absorva bastante conhecimento. Porém, no fim do dia, quando for para a mesa de poker, você tem que confiar nos seus instintos e jogar o seu próprio jogo, não o de outra pessoa.

Artigo escrito por Phil Ivey para o site do Full Tilt Poker.