terça-feira, 27 de setembro de 2011

Achismo

Só passando pra escrever um pouco.. Tô meio impaciente em relação ao poker, estou ocilando muito.. estes dias experimentei jogar so 6max e não gostei da dinâmica do jogo.. full ring para mim parece mais interessante.. sinto que estou jogando melhor que no último mês.. meu jogo melhorou depois que voltei a repensar minha forma de jogar e depois que comecei a ler 2 livros para 6 max.. mas mesmo assim quando levo algumas bads sinto que meu a-game dá lugar para um b-game e como consequência não consigo me recuperar na seção.. acho que meu maior problema é foco.. como diz no livro de 6 max que estou lendo.. nosso maior inimigo no poker somos nós mesmos.. e isso pra mim é uma verdade tão óbvia que preciso trabalhar isso..
Outra coisa que gostaria de comentar é sobre umas reflexões minhas.. peguem 10 hinos evangélicos e escutem: Garanto que em pelo menos 8 você vai ouvir a palavra sucesso ou vitória no refrão.. rsrsrs.. e não sei quanto às outras pessoas.. mas a mim dá um sonoooo... acho que deveria dar esperança, esclarecimento, resignção.. mas nem sequer me toca.. e daí é que comparo com um pouco da doutrina católica que cheguei a estudar há anos atrás.. que fala de probreza, desapego e que é a segunda que mais se aproxima daquilo que sinto.. no entanto a que mais me toca e sensibiliza é a doutrina budista.. e nesta me identifico quase que por completo, apesar de pouco conhecê-la.. Mas neste mundo em que o egoísmo é palvra de ordem.. em que só se pensa em se ter sucesso acima de tudo e de todos. é complicada a difusão de uma doutrina que pregue desapego e nudez, .. até na própria religião fazem uso desta carência de sucesso pra difundirem slogans do tipo: "Busque Deus acima de tudo e tudo virá como recompensa." , "Em Deus você pode tudo.", "Em Deus, você é um vencedor.".. e eu quando leio essas coisas, sempre penso: e o kiko??? kkkkkk.. graças ao próprio Deus, não tenho necessidade de ser vencedor, nem ter sucesso.. minha única necessidade é fazer o que eu tenho que fazer, não me acovardar e nem me entregar à preguiça, um dia após o outro até que chegue o meu último dia.. 

Uma frase budista:

"O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente. "

Pra todos os grinders essa frase..

Abraço.

FJ

Um comentário:

  1. Já dizia um místico católico, chamado Tauler, que "uma cabeça coroada de espinhos não pode ter um corpo alimentado por confeitos". Então, qualquer cristianismo que tenha como finalidade última o bem estar é, de antemão, problemático e contraditório.

    Já o budismo é, mesmo, muito atrativo. Eu particularmente aprecio mais a linha zen. Porém, ele tem uns erros na sua base que viciam o todo. Eles partem do pressuposto de que tudo é um, não simbolicamente, mas literalmente. Daí essa dificuldade de distinguir um sujeito do outro, ou a ânsia de voltar ao nada onde os indivíduos se confundem; ou ainda, daí vem a caridade budista em que, ao invés de eu pedir pra que o outro faça, eu mesmo faço, já que o outro sou eu e vice e versa. Poeticamente é legal, mas literalmente dá problema.

    Eu penso que isso que faz vc se identificar com o budismo está de um modo mais profundo - a meu ver - no cristianismo. Há neste, inclusive, uns paralelos interessantes com o zen e o conceito de vazio. A idéia de pobreza cristã - que não se refere tanto aos bens materiais -, se bem entendida, meio que se aproxima do "esquecimento de si" do zen.

    Quanto à última frase, sobre não fazer diferença entre brincar e trabalhar, ou em considerar meio irrelevante o ter prazer ou sentir dor, desde que se faça o que se deve fazer, lembra muito S. João da Cruz.

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