domingo, 17 de julho de 2011

Affs.. Deus meu livre-me disso..

Às vezes sinto uma espécie de saudade, desejo, atração por voltar à igreja.. e geralmente passo dias pensando sobre isso.. Lembro que a primeira vez que fui morar em Maceió passei várias semanas assistindo a TV Novo Tempo e acabava quase sempre concordando com todos aqueles sermões advenstistas.. até que me deparei com umas palestras bastante comuns e que estão presentes no cristianismo, islamismo, facismo, nazismo, comunismo e todos os ismos que se puder imaginar, talvez com exceção do Budismo: Só há um caminho a seguir, aceitar a Jesus ou então ser jogado no inferno com o Satanás e os seus anjos.
E o pior de tudo é que isto não me causa medo, mas me causa uma espécie de nojo ao escutar.. não sei se necessariamente nojo de Deus (se isso for verdade) ou se nojo dos cristãos ao afirmarem ou citarem isto.
Eu creio que Deus seja muito mais complexo que isto.. e  Jesus é a maior prova.. apesar de não ser um profundo conhecedor da bíblia ou de qualquer religião, tem várias atitudes e frases de Jesus que me inquietam muito.. como quando ele fala diretamente aos fariseus: "Hipócritas! Vocês engolem um mosquito e arrotam um camelo. Guias Cegos! Vocês não entram nem deixam ninguem entrar.".. basta contextualizar.. os fariseus hoje estão presentes quase que em todo o lugar que queiramos imaginar..
E é esse sentimento e admiração que me mantém inquieto e indeciso.. incoerência? Não!
Sei que essa é uma afirmação comum.. mas de minha parte é verdadeira. Eu odiaria deixar de ser quem eu sou, inclusive deixar para traz os meus conflitos e infelicidade para viver uma felicidade feita de admiração alheia e de falsidade de minha parte.. eu ja vivi isto: de frequentar a igreja e me sentir 'bem', com o sentimento de dever cumprido.. de que eu esto no caminho certo e de que os outros não estão, mas foi só eu tirar os olhos de mim e descobrir que se eu continuasse com essa visão iria acabar me transformando num monstro santo e cavando minha própria cova rumo ao inferno, que acabei me apartando.. se continuasse, com certeza seria muito pior pra mim e para os meus.
Uma das coisas de que tenho certeza é de que o amor, bondade, humildade não é algo que só existe entre os adeptos de uma religião.. e quão comum é este discurso. E isto me causa uma profunda indignação.. saber que ao invés de esclarecerem sobre o que é o amor.. os adeptos do "supremo bem" vivem e defendem mais a intolerância e a conversão do que o amor.. eu já fiz parte dessas realidades.. infelizmente já defendi junto com outros amigos estes discursos..
Jesus na sua infinita sabedoria, sabia muito bem o que estava afirmando quando disse: "Sêde santos como o Pai é santo". Pra mim isto tem um profundo siginificado: Se você se propõe a viver e carregar a bandeira do amor, humildade, santidade.. Cara! Seja inteiro em tudo isto! Ou então você ao invés de achar que está sendo humilde estará apenas sendo hipócrita, ao invés de achar que está sendo amoroso e misericordioso estará apenas sendo corporativista e sua recompensa será funesta.. e Jesus também disse: "Na mesma medida que medires serás medido." E isto já é um outro ponto.. é pra mim uma amostra de que Deus vê o coração de cada um independente de religião ou de qualquer outra coisa.. é como naquela parábola onde o trabalhador é chamado de última hora e recebe tanto quanto quem trabalhou desde o início do dia.. ninguém sabe quais serão os critérios de Deus utilizados para julgar..
Por isso que não consigo me convencer.. e por isso mesmo que admiro muito a humildade da religião budista que prega mais o desapego às realidades transitórias do que qualquer outro preceito espiritual e místico.. não é a toa que até Nietzsche, o inimigo das religiões, tinha um certo respeito pelo Budismo, por considerar  a este uma espécie de filosofia da higiene mental.. não necessariamente uma religião.
 FJ

2 comentários:

  1. jr parabéns pelo seu blog, sempre falando sobre coisas boas tanto pra nossa vida qnto para o poker. gostei desse tema ae abraço!

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