sexta-feira, 29 de julho de 2011

Aprenda a usar o semi-blefe


O semi-blefe com draws

O semi-blefe é uma das técnicas mais poderosas do Texas Hold’em que você pode ter em seu arsenal.
Um semi-blefe é quando você aposta forte sem nada na mão, mas tem vários outs e possibilidades de
completar o seu jogo, o que faz sua jogada não ser realmente um blefe.

O semi-blefe é especialmente poderoso quando feito com draws para sequência e flush. Draws são
quando você tem 4 cartas e precisa de apenas mais uma para completar a sequência ou o flush. É
possível ganhar muito dinheiro com essas mãos, mesmo quando você não consegue completar o jogo.

O jeito errado de fazer o semi-blefe

Veja um exemplo de como a maioria das pessoas joga o draw.

Você está no cutoff e recebe:

8♣ 7♣

O jogador no UTG (under the gun, a primeira posição na mesa) inicia as ações com um raise de 4 BBs.
Um jogador em posição média paga e a ação chega a você. Você adora jogar com cartas conectadas de
mesmo naipe e então para ver o flop, torcendo para que consiga algo para surpreender os adversários.
Além do mais, você tem vantagem de posição sobre os dois, algo muito importante nessa situação.
Portanto, esse é um call fácil.

O flop vem: K♠ 6♣ 9♣

Legal! Você acabou de flopar uma queda para sequência e flush aberta nas duas pontas. Você tem
possibilidades de fazer a mão do que consegue imaginar. O jogador no UTG, que fez o raise pré-flop,
sai disparando uma aposta do tamanho do pote, sem hesitar. O outro jogador corre e é sua vez de
decidir o que fazer. Você pensa um pouco e dá call.

Parece ter sido a decisão correta para você. Afinal, você tem abertura nas duas pontas para sequência e
flush, você tem que ver o turn e o river. As chances são boas de que uma hora você consiga a carta para
completar a mão.

O turn traz: J♥

Não é bem o que você esperava. O UTG faz uma aposta de cerca de ¾ do pote, que já estava bem
grande. E, mais uma vez, você paga.

Vem o river: 3♦

Não serviu para nada. Você não conseguiu completar a mão. Seu adversário agora empurra all-in, e você
não pode fazer nada a não ser desistir e vê-lo levar o pote gigantesco.

Você acabou de ver uma péssima maneira de jogar sua queda para sequência e flush. No entanto, é
assim que muitos jogam esse tipo de mão, instintivamente até. Isso pode ser natural para quem joga de
forma reativa e não proativa. Não deixe seus adversários dispararem aposta sobre aposta enquanto você
só fica dando call.

O problema disse é que a única forma de levar o pote é conseguindo completar a mão. E, claro, as
possibilidades de se conseguir completar a mão estão quase sempre contra você. No nosso exemplo,
com uma queda aberta nas duas pontas para sequência ou flush, você tem cerca de 55% de completar a
mão após o flop, e 33% de fazê-lo no river. São chances boas e razoáveis, mas lembre-se de que essa são
as melhores probabilidades que você vai conseguir com um draw (possibilidade de flush e sequência nas
duas pontas). Na maioria das vezes, seu draw não será tão bom assim e suas probabilidades serão bem
menores.

Faça o semi-blefe do jeito certo

Veja agora o jeito certo de se jogar essa mão. A chave, claro, é dar raise no pote quando você tem o
draw.

Vamos lá. Você tem seu 8♣ 7♣ e o flop traz:


K♠ 6♣ 9♣

O jogador UTG faz uma aposta do tamanho do pote, o outro jogador desiste e a ação chegou a você.
Em vez de dar call, você vai pro reraise e dobra a aposta do UTG.

Se ele tem algo como AQ, provavelmente irá correr na mesma hora. Mas vamos dizer que ele tivesse
uma mão como AK ou KQ e tivesse feito o top pair. Seu raise virou o jogo totalmente. Agora ele não
está mais tão confiante em sua mão e é obrigado a estabelecer considerar fortemente a possibilidade de
você ter AA ou KK em seu range. Além disso, ele perdeu o controle da ação.

Ele hesita um pouco e paga. O turn vira e a mesa está assim:

K♠ 6♣ 9♣ J♥

Em vez de disparar uma aposta dessa vez (como ele fez no exemplo anterior), o UTG pede mesa. Ele
espera que você aposte, é claro.

É aí que você assume o controle da mão. Você pode apostar e fazê-lo correr. Mesmo que ele pague você
tem chances razoáveis de completar seu jogo. Ou você pode pedir mesa também e ver a carta de graça,
na esperança de acertar a carta no river.

Lembre-se de que no primeiro exemplo, o UTG havia feito uma aposta de ¾ do pote no turn. Isso
porque era ele quem estava controlando as apostas. Com o raise, você assumiu o comando da mão,
obrigou o UTG a pedir mesa no turn e agora tem como ver o river de graça. Assim, chegará ao river
gastando menos que no primeiro exemplo. Perceba que, além de todas as vantagens já mencionadas,
jogar agressivamente é um jeito de economizar dinheiro também!

E não é só isso. Após o check do seu adversário, você está em posição derrotá-lo imediatamente,
sem ver o river. Graças ao seu jogo agressivo, você pode levar um grande pote sem nem mesmo ter
completado a mão.

E se o turn tivesse completado seu flush ou sua sequência, tudo bem. O UTG provavelmente se
assustaria com a mesa e iria correr, mas você já o fez colocar mais dinheiro na mesa até o turn do que
ele havia colocado no primeiro exemplo. Você soube virar a mesa e criou uma situação muito vantajosa.

Vamos rever o que você consegue fazendo um raise agressivo com draws:

• Você ganha uma carta grátis.
• Você fica em posição de levar o pote sem precisar completar a mão.
• Você aumenta o pote mais cedo, de forma que quando consegue fazer seu jogo, você acaba levando
mais dinheiro.

Essa é a maneira perfeita de jogar o semi-blefe e maximizar suas vitórias com uma grande mão, ao
mesmo tempo em que minimiza seu risco. A chave é ser sempre tomar a iniciativa, em vez de esperar e
reagir, e assumir o controle das apostas dando raise com seus draws.

www.querosershark.com

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